Quem foi Lutero E o que ele defendia?
O luteranismo é uma doutrina religiosa que surgiu a partir de Martinho Lutero, um monge alemão do século XVI. Tem como elemento central a crença na justificação pela fé, ou seja, que a salvação de uma pessoa é garantida exclusivamente pela fé. Foi a doutrina que iniciou a Reforma Protestante na Europa.
Por que Lutero se revoltou contra a Igreja Católica?
95 teses – As 95 teses, documento no qual Lutero manifestava sua oposição teológica às práticas da Igreja de Roma, foram enviadas para o arcebispo de Mainz, Alberto de Brandemburgo, em 31 de outubro de 1517. A intenção de Lutero era levantar um debate para que reformas dentro da Igreja acontecessem.
- Martinho Lutero defendia, basicamente, que a Bíblia era a única referência para os fiéis e que as pessoas conseguiriam ser salvas sem a mediação de intermediários e sem precisar dar indulgências.
- A base teológica de Lutero baseava-se em um versículo bíblico que afirmava que “o justo viverá pela fé”.
- Aqui, Lutero passou a defender a ideia de que não eram as boas ações que salvariam uma pessoa, mas sim a fé.
A construção teológica iniciada por Martinho Lutero deu origem a um princípio conhecido como Cinco Solas : 1. Sola fide (somente a fé) 2. Sola scriptura (somente a Escritura) 3. Solus Christus (somente Cristo) 4. Sola gratia (somente a graça) 5. Soli Deo gloria (glória somente a Deus) As 95 teses espalharam-se com rapidez pela Europa por conta da imprensa (criada em 1430 por Johann Gutenberg ), a qual permitia a cópia e a impressão de livros em uma velocidade inédita para a época.
Com isso, as ideias de Lutero propagaram-se e conquistaram seguidores em toda a Europa. Um registro importante é a famosa imagem de Martinho Lutero pregando as 95 teses na porta da igreja do castelo de Wittenberg. Muitos consideram esse o ponto de partida da Reforma Protestante, mas os historiadores nunca conseguiram comprovar se esse episódio de fato aconteceu.
Portanto, os historiadores consideram esse fato somente uma lenda.
O que Lutero fez de importante?
Resumo sobre Martinho Lutero –
Martinho Lutero foi monge agostiniano e questionou a cobrança de indulgências por parte do alto clero da Igreja Católica. Na Dieta de Worms, Lutero foi convocado a confirmar ou negar o que escrevera, e ele confirmou. Isso o fez ser banido do Sacro Império Germânico. Casou-se com uma ex-freira, o que incentivou outros religiosos a romperem o celibato. Fez a primeira tradução da Bíblia para o alemão.
Veja também: Invenção da imprensa – fator determinante para a propagação da tradução bíblica
Quem foi Martinho Lutero para os evangélicos?
Edison VeigaDe Bled (Eslovênia) para a BBC News Brasil
2 fevereiro 2023 Legenda do áudio, Lutero, o monge católico que abriu portas para surgimento de igrejas evangélicas Para muitos, ele é só um nome relevante naquelas aulas de história da escola, sobretudo quando são estudados os movimentos socioculturais da Europa no século 16.
- Para aqueles que professam a fé cristã fora da Igreja Católica, contudo, mesmo que não saibam, ele tem uma importância fundamental.
- Estamos falando de Martinho Lutero (1483-1546), monge agostiniano germânico que acabou, meio que sem querer, promovendo o que ficou conhecido como Reforma Protestante, um movimento que abriu as portas da religião, quebrando o monopólio da Igreja Católica e permitindo que passassem a existir, no mundo ocidental, diversas outras igrejas cristãs.
Meio que sem querer porque ele próprio nunca pareceu querer romper com a Igreja Católica. Mas, intelectual respeitado que era, ele propôs uma série de mudanças na organização do catolicismo de então. E o que era para ser um movimento intramuros da fé católica acabou significando o nascedouro de vertentes do cristianismo.
Ele abriu uma porta, mas ele próprio acabou vivendo a consequência disso”, comenta a historiadora Jaquelini de Souza, professora na Universidade Regional do Cariri e pesquisadora nas Faculdades EST (antiga Escola Superior de Teologia), instituição da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil.
“Ele queria, na verdade, fazer uma reforma em que, na cabeça dele, seria um melhoramento, Lutero não queria criar uma nova igreja, suas 95 teses foram movidas pelo grande amor que ele tinha à Igreja Católica.” Na época, Lutero já era um religioso renomado, com respeitável carreira acadêmica.
Teólogo e doutor em bíblia, lecionava desde 1508 na Universidade de Wittenberg (Alemanha) e, estudioso de grego e hebraico, trabalhava em uma tradução das escrituras, Como sacerdote, parecia incomodado com o monopólio da fé que a Igreja Católica detinha, sobretudo porque notou haver uma mercantilização das indulgências, o perdão pleno dos pecados que, naquele momento histórico, vinha sendo negociado por religiosos em troca de pagamentos em dinheiro.
Em 31 de outubro de 1517, Lutero afixou 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg. Basicamente, ele questionava esse comércio de graças e o poder absoluto da Igreja na fé popular — e afirmava que a Bíblia era o texto primordial que deveria ser considerado, acima de qualquer autoridade papal. Crédito, Reprodução Legenda da foto, Lutero, recusando-se a se retratar, em obra de Anton Von Werner “Lutero promoveu o fim do monopólio católico em relação aos bens de salvação”, pontua o historiador, teólogo e filósofo Gerson Leite de Moraes, professor na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Isto porque, principalmente ao longo da Idade Média na Europa, o entendimento predominante era de que, para ser salvo, era preciso ser batizado e seguir os ensinamentos da Igreja Católica. “Não estar na Igreja Católica era estar no inferno, era ser alguém destituído da graça de Deus. Era assim que funcionava”, completa Moraes.
O lema latino era “extra ecclesiam nulla salus”, ou seja, vigorava a ideia de que não havia salvação que fosse fora da Igreja. “Lutero não queria romper com a Igreja, mas ele rompe com isso, com essa ideia. E o processo todo leva a sua saída “, explica o teólogo.
Afinal, depois da publicação das teses e do julgamento religioso, Lutero acabou excomungado. Em outras palavras, ele se tornou exatamente isso: alguém que estava fora da Igreja, portanto, na condição de não salvo. Mas o que ninguém imaginava era que ele encontraria apoio de uma elite germânica e, em pouco tempo, cerca de três ou quatro anos depois, suas ideias já tinham encontrado solo fértil em tantas mentes e corações que uma nova religiosidade acabou surgindo.
“Um movimento que, enfim, colocou fim ao monopólio católico”, diz Moraes. “O protestantismo nasceu assim, como um movimento plural e sem papa”, pontua o teólogo. “E este é o legado de Lutero, um movimento de não obediência ao bispo de Roma, uma religiosidade cristã que não ficava abaixo do guarda-chuva católico.
Não era mais preciso ser católico para ser salvo, já que, no novo entendimento, o único mediador entre Deus e os homens é Jesus, e não mais o papa.” “Nesse sentido”, completa Moraes, “Lutero pode ser o pai de todas as igrejas que daí surgiram. Mas é pai mesmo de todas? Difícil dizer. O que ele é, sem dúvida, é pai de um movimento que rompe com a Igreja Católica.” O fundamento do luteranismo não era mais uma figura absolutista teocrática, no caso, o papa.
Mas, sim, a Bíblia, ou seja, os textos considerados sagrados. “Nos fundamentos de Lutero, há a centralidade da Bíblia”, comenta Moraes. E, claro, para contrapor ao comércio das indulgências, a ideia de que a salvação vem da graça divina, da fé. “Lutero acabou sendo a grande pedra fundamental para o surgimento de outras tradições cristãs porque para ele, entre bíblia e autoridade papal, a primazia era da bíblia”, pontua Souza. Crédito, Reprodução Legenda da foto, Lutero, em retrato de Lucas Cranach, hoje em domínio público A historiadora lembra que, por outro lado, essa ideia de incentivar a livre interpretação da bíblia também possibilitou leituras equivocadas e interpretações rasas que perduram até hoje.
“Lutero tinha na cabeça regras hermenêuticas de interpretação das sagradas escrituras e a importância de caminhar ao lado dos doutores da igreja, mas isso abriu caminho para as demais pessoas, abriu a caixa de Pandora e ficou incontrolável”, diz. “Não foi a intenção dele. Não foi a intenção dele nem criar uma nova Igreja, mas ele abriu a caixa de Pandora.” Mas pesquisadores ressaltam que Lutero mesmo nunca pretendeu sair do catolicismo e muito menos criar uma própria igreja.
“Existe uma tradição que diz que quando ele estava próximo da morte e a igreja daqueles que seguiam suas ideias já vinha sendo chamada de luterana, ele não gostava”, afirma Souza. “Ele dizia que a igreja era de Cristo e não dele.” O que seria então a igreja de Lutero? “Acho que não existe.
Não posso afirmar que tal igreja seja a luterana pura e todas as outras sejam versões, isso não existe por conta da especificidade da própria história de cada localidade e como o luteranismo se desenvolveu”, diz a historiadora. Para ela, a razão de não existir uma igreja propriamente seguidora de Lutero é que o norte dos que praticam a religiosidade segundo tal preceito nunca é o fundador, mas sim, a figura de Jesus Cristo.
Por outro lado, ela aponta algumas nuances que seriam características dos luteranos, em comparação com católicos ou cristãos de outras denominações. “Eu diria que a liberdade de consciência, a liberdade de viver a fé. Isso é forte no luteranismo. O luterano não aceita um legalismo, mas vive aquilo que ele crie em liberdade, por amor”, comenta.
A herdeira natural do luteranismo é a Igreja Luterana, mas podemos dizer que o movimento inicial de Lutero acabou sendo apropriado e ressignificado por todas as igrejas ditas protestantes porque essas acabaram, de alguma maneira, também seguindo essa trilha que foi aberta por ele”, acrescenta Moraes.
“Lutero deixou um tesouro, que possibilita novas interpretações e ressignificações porque estamos lidando com esse negócio vivo chamado religião”, complementa o teólogo.
O que Lutero apoiava?
Considerada a primeira religião fundada durante as Reformas Protestantes, o Luteranismo foi uma religião criada em meio às questões sociopolíticas do Sacro Império Germânico. Ainda arraigado aos entraves do feudalismo, o Sacro-Império contava com um conjunto de principados que tinham mais de um terço de suas terras dominados pela Igreja Católica.
Tolhidos pelo poder de decisão dos clérigos, a relação entre a nobreza e a Santa Igreja já se mostrava abalada mesmo antes de chegarmos ao surgimento das polêmicas levantadas pelas ideias do padre e professor Martinho Lutero. Durante seus estudos, Lutero começou a criticar pontos vitais da doutrina católica.
No ano de 1517, ele censurou a venda de indulgências e outras práticas da Igreja na obra As 95 Teses. Escrita em alemão, a obra ganhou popularidade e chegou ao conhecimento dos clérigos católicos. Repudiando as ideias de Lutero, o papa Leão X, em 1520, redigiu uma carta condenando sua obra e exigindo a retratação do monge, ameaçando-o de excomunhão.
Em 1521, sob ordens do imperador Carlos V, Lutero foi convocado a negar suas ideias num encontro chamado Dieta de Worms. Durante o encontro Lutero reafirmou suas crenças e foi considerado herege. Mesmo com a oposição da Igreja, setores da nobreza alemã resolveram proteger Martinho Lutero. Durante esse período, Lutero se dedicou a traduzir do latim para o alemão e publicar a chamada Confissão de Augsburgo.
Essa última publicação continha as bases da doutrina luterana que, entre outros pontos, defendia a salvação pela fé, a livre interpretação do texto bíblico, a negação do celibato e da adoração à imagens, a realização de cultos em língua nacional e a subordinação da Igreja ao Estado.
- A nova religião, mesmo contendo pontos que favoreciam o poder nobiliárquico, também foi responsável pela incitação de uma série de revoltas populares contra a ordem estabelecida.
- Nesse período, várias terras foram invadidas e igrejas foram saqueadas pelos alemães.
- Condenando os movimentos insurgentes, Lutero apoiou as forças senhoriais que reprimiram o movimento.
Somente em 1555, com a assinatura da Paz de Augsburgo, os conflitos sociais e religiosos cessaram de vez. No tratado estabelecido, os príncipes alemães teriam o direito de adotar livremente qualquer tipo de orientação religiosa para si e seus súditos.
Quem foi que fundou a Igreja Católica?
Provenientes das ideias de Jesus Cristo, fundador e considerado o maior apóstolo do cristianismo, surgiu e ficou conhecida no mundo antigo (Antiguidade).
Por que Martinho Lutero se indignou com a Igreja?
Surgimento do luteranismo – O luteranismo foi a primeira doutrina religiosa a surgir no contexto das Reformas Religiosas, No século XVI existia uma grande insatisfação represada contra a Igreja Católica, o seu domínio, sua doutrina e práticas. Uma das questões que mais incomodava na época, e que foi o motivador de Lutero para fazer seu questionamento público, era a questão das indulgências.
As indulgências eram uma prática da Igreja em que era pedido dinheiro dos fiéis para que eles recebessem o perdão dos seus pecados ou a promessa de salvação. Lutero, por exemplo, considerava a oferta de indulgências algo imoral e se indignou com o pedido do papa Leão X, em 1517, de uma indulgência para a construção da Basílica de São Pedro.
Lutero entendia que a prática das indulgências não garantia a salvação, pois o critério para ele era outro. Além da questão das indulgências havia a corrupção e imoralidade do clero católico, o que chocava e indignava muitos — o caso do papa Alexandre VI é um grande exemplo.
- Apesar da força das críticas de Lutero, não era a intenção inicial dele romper com a Igreja Católica.
- É importante lembrar que Lutero era um monge, portanto membro do clero católico.
- O rompimento de Lutero com o catolicismo aconteceu porque suas críticas não foram aceitas e porque ele foi excomungado.
A perseguição a ele foi tamanha que ele só sobreviveu porque contou com auxílio de membros da nobreza alemã para se proteger. A Reforma Religiosa foi entendida por parte da nobreza alemã como uma oportunidade para enfraquecer o poderio político da Igreja Católica, livrando-os das interferências da Santa Sé em seus domínios, além de permitir que essa nobreza deixasse de pagar impostos para a Igreja Católica, preservando os seus recursos.
O que Lutero descobriu ao estudar a Bíblia?
A leitura da Bíblia levou Lutero a realizar novas interpretações da fé cristã e isso o levou a concluir que a salvação de cada pessoa era obtida pela fé, pois, de acordo com o texto bíblico, ‘o justo viverá pela fé’.
Qual foi o erro de Lutero?
3. A favor das indulgências – Diferente do que muitos pensam (e os livros didáticos repetem), Martinho Lutero não era contra as indulgências, como ele mesmo afirma em sua tese 71: ” Seja excomungado e amaldiçoado quem falar contra a verdade das indulgências apostólicas “. Venda de indulgências, baseada em xilogravura de Jorg Breu, o Velho (c.1475-1537). Conta-se que o frade dominicano Johann Tetzel anunciava, durante o negócio: “Assim que as moedas tilintam no fundo da caixa, a alma do fiel voa direto para o Paraíso”.
Por que Lutero não foi morto pela Igreja?
Podcast Hoje na História: 1521 – Martinho Lutero é excomungado da Igreja Católica 2022-01-03T15:00:00.000Z Martinho Lutero e seus partidários são excomungados pela bula papal Decet romanum pontificem em 3 de janeiro de 1521. Ainda assim, não tendo sido condenado à pena de morte, ele continuaria a defender sua doutrina diante da Dieta de Worms.
O Papa Leão X chegou a classificar Lutero como um “alemão bêbado que escrevera as teses”, e afirmou que quando estivesse sóbrio mudaria de opinião. Em 1518, ele pediu ao professor de teologia Silvestro Mazzolini que investigasse o assunto. O “protestante” foi então denunciado por se opor de maneira implícita à autoridade do Sumo Pontífice.
Declarou Lutero um herege e escreveu uma refutação acadêmica. Nela, mantinha a autoridade papal sobre a Igreja e condenava as teorias de Lutero como um desvio, uma apostasia. Foi a réplica de Lutero que deu início à controvérsia. Lutero participou da convenção dos agostinianos em Heidelberg, onde apresentou uma tese sobre a escravidão do homem ao pecado e à graça divina.
No decurso da controvérsia sobre as indulgências, o debate se elevou ao ponto de suscitar a dúvida do poder absoluto e da autoridade do Papa, O argumento era de que as doutrinas de “tesouraria da Igreja” e “tesouraria dos merecimentos” serviam para reforçar a doutrina e a venda das indulgências. O papa ordenou que Lutero viajasse para Roma, coisa que, por razões políticas, nunca ocorreu.
O papa tentou alcançar uma solução pacífica para o conflito e contou com o auxílio de Frederico o Sábio, um protetor de Lutero. Uma conferência com o representante papal Karl von Miltitz em Altenburg, em janeiro de 1519, levou Lutero a optar pelo silêncio. Wikicommons Não tendo sido condenado a morte, Lutero continuou a defender sua doutrina Lutero negava o direito divino do solidéu papal e da autoridade de possuir as chaves do Céu que, segundo ele, haviam sido outorgadas apenas ao próprio Apóstolo Pedro,
Não parecia haver esperanças de entendimento. Os escritos de Lutero, graças à recente invenção da imprensa, circulavam amplamente, alcançando França, Inglaterra e Itália, Estudantes dirigiam-se a Wittenberg apenas para escutar Lutero. As controvérsias geradas por seus textos levaram Lutero a desenvolver suas doutrinas mais a fundo.
O Sermão sobre o Sacramento Abençoado do Verdadeiro e Santo Corpo de Cristo, e suas Irmandades, ampliou o significado da eucaristia para incluir também o perdão dos pecados e o fortalecimento da fé naqueles que a recebem. O conceito luterano de igreja foi desenvolvido no sermão Sobre o Papado de Roma, uma resposta ao ataque do franciscano Augustin von Alveld, em Leipzig, em junho de 1520.
O seu Sermão das Boas Obras, publicado na primavera de 1520, era contrário à doutrina católica das “boas obras” e dos atos como meio de perdão. As obras do crente são verdadeiramente boas se ordenadas por Deus. Os debates de Leipzig, em 1519, fizeram com que Lutero travasse contato com humanistas como Melanchthon, Reuchlin e Erasmo de Roterdã,
O nobre Franz von Sickingen e Silvestre de Schauenburg queriam manter Lutero sob sua proteção em seus castelos, pois não julgavam seguro permanecer em uma Saxônia sob proscrição papal. Em agosto de 1520, Lutero escreveu À Nobreza Cristã da Nação Alemã em que recomendava ao laicato, como um sacerdote espiritual, que fizesse a reforma requisitada por Deus e abandonada pelo Papa e seu clero.
- A 15 de junho de 1520, o Papa advertiu Lutero com a bula Exsurge Domine, que o ameaçava com a excomunhão caso não repudiasse 41 pontos de sua doutrina.
- Em outubro de 1520, Lutero enviou ao Papa seu escrito A Liberdade de um Cristão, em que diz: “Eu não me submeto a leis ao interpretar a palavra de Deus”.
(*) A série Hoje na História foi concebida e escrita pelo advogado e jornalista Max Altman, falecido em 2016. Continuar lendo este texto 2023-11-08T18:00:00.000Z A Comissão Europeia aprovou nesta quarta-feira (08/11) a abertura das negociações de adesão à União Europeia (UE) com a Moldávia e a, um gesto aguardado com ansiedade por Kiev, em guerra há quase dois anos com a Rússia. “Hoje é um dia histórico”, declarou a presidente da Comissão Europeia,, ao anunciar à imprensa o parecer favorável, que será submetido à decisão dos 27 países do bloco numa cúpula em dezembro, em Bruxelas.
O presidente ucraniano,, celebrou a “boa” decisão tomada pela Comissão Europeia. “O nosso Estado deve estar na UE. Os ucranianos merecem”, sublinhou. Em um post no X, antigo Twitter, ele afirmou que este era um passo histórico “no caminho de uma Europa forte, com a Ucrânia entre seus membros”. I welcome today’s recommendation by the European Commission to open EU accession negotiations with Ukraine.This is a strong and historic step that paves the way to a stronger EU with Ukraine as its member.
I thank the EU and personally for supporting Ukraine on
- Já seu primeiro-ministro, Denys Chmygal, comprometeu-se a tornar a Ucrânia um membro “igual” e “forte” da UE.
- Em junho de 2022, a UE concedeu a condição de país candidato à Ucrânia, num gesto altamente simbólico poucos meses após o início da invasão russa, bem como a vizinha Moldávia.
- Para passar à fase seguinte, isso é, abertura das negociações de adesão, a Comissão Europeia definiu sete critérios de referência para Kiev, que são condições a cumprir, especialmente em termos de luta contra a corrupção generalizada e de reformas judiciais.
- “A Ucrânia continua a enfrentar enormes dificuldades e a tragédia causada pela guerra de agressão da Rússia”, sublinhou Ursula von der Leyen, acrescentando que, apesar destas dificuldades, a Ucrânia continuou a se reformar “em profundidade” com o objetivo de aderir à UE.
— Volodymyr Zelenskyy / (@ZelenskyyUa) A Ucrânia aguardava impacientemente pela aprovação de Bruxelas. Neste momento, a contraofensiva de Kiev está estagnada e a guerra entre Israel e o Hamas centraliza a atenção dos seus aliados.
Qual a diferença entre a Igreja Católica e Luterana?
Os católicos veem a Eucaristia como uma constante repetição do sacrifício de Jesus Cristo. Em sua interpretação, a hóstia se transforma no corpo de Jesus e pode ser adorada. Já para os luteranos, a Santa Ceia é o verdadeiro corpo e sangue de Jesus, no pão e no vinho.
Qual foi o Papa que mandou queimar a Bíblia?
Harry FreedmanBBC History Magazine
27 maio 2019 Crédito, Getty Images Legenda da foto, John Wycliffe (1330-1384) foi um dos principais pensadores ingleses do século XIV Em 1427, o papa Martinho 5º ordenou que os ossos de John Wycliffe fossem exumados de seu túmulo, queimados e jogados em um rio. Wycliffe morrera havia 40 anos, mas a fúria causada por sua ofensa ainda permanecia viva.
John Wycliffe (1330-1384) foi um dos principais pensadores ingleses do século 14. Teólogo de profissão, ele foi chamado para assessorar o Parlamento em suas negociações com Roma. Naquela época, a igreja era todo-poderosa, e quanto mais contato Wycliffe tinha com Roma, mais indignado ele se sentia. Em sua visão, o papado estava envenenado por corrupção e interesses pessoais.
E ele estava determinado a fazer algo sobre isso. Wycliffe começou a publicar panfletos argumentando que, em vez de buscar riqueza e poder, a igreja deveria se preocupar com os pobres. Em uma ocasião, descreveu o papa como “o anticristo, o sacerdote mundano de Roma e o mais amaldiçoado dos batedores de carteira”. Crédito, Getty Images Legenda da foto, Audiência que condenou John Wycliffe foi uma farsa do começo ao fim O julgamento de Wycliffe na Catedral de São Paulo, em Londres, ocorreu em 3 de fevereiro de 1377. A audiência foi uma farsa do começo ao fim. Tudo começou com uma briga violenta sobre se Wycliffe deveria sentar-se ou não.
Juan de Gaunt, filho do rei e aliado de Wycliffe, reiterou que os acusados permanecessem sentados; já o bispo exigiu que ele se levantasse. Quando o Papa ouviu falar sobre o fiasco do julgamento, emitiu uma bula em que acusou Wycliffe de “vomitar do calabouço sujo de seu coração as mais perversas e condenáveis heresias”.
Wycliffe foi acusado de heresia e colocado em prisão domiciliar. Mais tarde, acabou forçado a deixar seu posto como professor do Balliol College, em Oxford.
Quem foi o criador da Igreja evangélica?
As origens dos protestantes. A corrente religiosa conhecida no Brasil como evangélica deriva de um movimento que começou oficialmente em 1517. Naquele ano do século 16, o monge católico e teólogo alemão Martinho Lutero pregou na porta de uma igreja em Wittenberg (Alemanha) suas ’95 Teses’.
Quem foi o fundador da Igreja evangélica no Brasil?
7. Surgimento das Igrejas de Matriz Brasileira. – Como vimos no capítulo anterior, fomos bombardeados por igrejas oriundas dos Estados Unidos e Reino Unido, e se não bastasse, o povo brasileiro com sua enorme capacidade de adaptar e se reinventar, começa a abrir igrejas a partir de suas próprias experiências e necessidades, adaptando – as aos seus entendimentos doutrinários, dogmáticos e culturais.
Estima – se que em 2010 tinha mais de 280 mil igrejas evangélicas no pais e se continuar neste ritmo, a tendência é chegarmos 580 mil em 2022. O que nos preocupa não é o número de igrejas, mas sim a sua finalidade e seus propósitos. Apresentamos as principais igrejas evangélicas que surgiram em nosso pais, que chamo de Igrejas de Matriz Brasileira, muitas delas inspiradas nas pregações e práticas das igrejas oriundas dos Estados Unidos que por aqui se instalaram.
Hoje são milhares delas, porém iremos apresentar as maiores e mais conhecidas. A primeira e maior igreja evangélica fundada no brasil foi a Assembleia de Deus, fundada em Belém do Pará, pelos missionários suecos Daniel Berg e Gunnar Vingren em 1911. Com a estimativa de 22,5 milhões de membros, a Assembleia de Deus é hoje a maior denominação pentecostal do mundo.
- Assembleias de Deus têm 64 milhões de membros espalhados no mundo e 363.450 ministros, divididos entre 351.645 igrejas e presentes em 217 países.
- Hoje sub dividida em inúmeros ministérios e convenções paralelas.
- A Igreja Pentecostal Deus é Amor surge em 1962 por David Martins Miranda e atualmente se estima em dois milhões de fiéis.
Tem como sua principal atuação o ministério de curas e libertação. Já Edir Macedo, em 1975, decidiu fundar sua instituição religiosa, chamada de “A Cruzada do Caminho Eterno”, que depois mudou para “Casa da Benção”. Nos anos seguintes, mudaria seu nome em definitivo para “Igreja Universal Do Reino de Deus”.
- Igreja que lhe deu muito poder plitico e economico, sendo atualmente proprietário do terceiro maior canal de televisão e diversas radios pelo país.
- Neste perodo colecionou admiradores e inimigos, de cadeia a mansão, de uma vida humilde ao posto de um dos mais ricos do país.
- O ambicioso e prospero projeto de Macedo inspirou outros “pregadores” da palavra de Deus a empreenderem seus próprios projetos individuais: Valdomiro Santiago que depois de quase vinte anos como pastor da igreja de Edir Macedo, após ser expulso decidiu seguir seu próprio ambicioso, midiático e lucrativo projeto.
Dando início ao que conhecemos hoje como Igreja Mundial do Poder de Deus, com aproximadamente cinco mil templos espalhados pelo pais e com fortuna estimada em 2013 em torno 450 milhões de reais pela revista especializada Forbes. Valdomiro coleciona algumas controvérsias em sua carreira, além de ser expulso em 1998 da igreja de Macedo, foi preso em 2003 durante uma blitz em Sorocaba.
- Ele estava levando consigo uma escopeta, duas carabinas e munição.
- Mais armas e munição foram apreendidas em sua casa.
- Em reportagem publicada pela emissora de se ex chefe e hoje rival Macedo, foi acusado de desviar os dízimos e as ofertas da instituição para aquiseção de fazendas de criação de gado,Em 8 de janeiro de 2017, Valdemiro foi vítima de um atentado.
Durante o culto da manhã, o pastor sofreu dois golpes com um facão enferrujado no pescoço. O apóstolo passou por cirurgia, recebendo cerca de vinte pontos. Neste contesto surge também o Igreja Internacional da Graça de Deus, comandado pelo cunhado de Edir Macedo e co-fundador da Igreja Universal do Reino de Deus juntamente com Macedo.
o apresentador do programa brasileiro de maior extensão global, o Show da Fé, chegando a 173 países. Tem sob seu controle mais de 5 mil templos espalhados por todo o mundo; desses, 3.300 estão no Brasil. É proprietário de vários veículos de comunicação, incluindo rede de televisão e rádio, site, TV por assinatura, Há milhares de outras igrejas oriundas de pastores dissidentes de igreja tradicionais espalhados pelas cidades brasileiras, grande maioria absoluta delas sem apresentar algum diferencial doutrinário, dogmático e teológico, apenas projetos individuais de poder político e financeiro, basta olharmos a quantidade de partidos políticos controlados por líderes religiosos e número de parlamentares da “chamada bancada evangélica”, que cresce a cada eleição.
Bem como o vertiginoso acumulo de capital financeiro, bens moveis e imóveis destes líderes.
Que Igreja foi fundada por Lutero?
Um padre nascido em Eisleben, na Alemanha, provocou o cisma da Igreja Católica e criou o protestantismo 08/11/2017 – Publicado há 6 anos Na entrevista de hoje, o tema é o protestantismo. Há 500 anos, Martinho Lutero, então um clérigo católico romano, nascido na cidade alemã de Eisleben, se insurgia contra o Vaticano e proclamava que não era preciso uma intermediação de um padre para colocar um homem em contato com Deus. Política de uso A reprodução de matérias e fotografias é livre mediante a citação do Jornal da USP e do autor. No caso dos arquivos de áudio, deverão constar dos créditos a Rádio USP e, em sendo explicitados, os autores. Para uso de arquivos de vídeo, esses créditos deverão mencionar a TV USP e, caso estejam explicitados, os autores.
O que Lutero quis dizer na tese 28?
28 Certo é que, ao tilintar a moeda na caixa, podem aumentar o lucro e a cobiça; a intercessão da Igreja, porém, depende apenas da vontade de Deus.
O que são indulgências da Igreja?
Artigos Publicado em 19 de setembro de 2019 – 14:41:45 Na doutrina católica, Indulgência (do latim indulgentia, que provém de indulgeo, “para ser gentil”) é a remissão, total ou parcial, da pena temporal devida, para a justiça de Deus, pelos pecados que foram perdoados, ou seja, do mal causado como consequência do pecado já perdoado através da confissão sacramental, a remissão é concedida pela Igreja Católica no exercício do poder das chaves, por meio da aplicação dos superabundantes méritos de Cristo e dos santos, por algum motivo justo e razoável.
- Embora no sacramento da Penitência a culpa do pecado é removida, e com ele o castigo eterno devido aos pecados mortais, ainda permanece a pena temporal exigida pela Justiça Divina, e essa exigência deve ser cumprida na vida presente ou na depois da morte, isto é, no Purgatório.
- Uma indulgência oferece ao pecador penitente meios para cumprir esta dívida durante sua vida na terra, reparando o mal que teria sido cometido pelo pecado.
No início da Igreja, especialmente a partir do século III, as autoridades eclesiásticas concediam aos cristãos indulgências para reduzir as penitências muito longas e severas. No século VI os participantes do Concílio de Borgonha substituíram para a prática de graves penitências canônicas por penitências mais leves.
- Tornou-se habitual a penitência de obras menos exigentes, tais como orações, esmolas e jejuns.
- Até o século X as indulgências consistiam em donativos piedosos, peregrinações e outras boas obras.
- Em seguida, no século XI e XII, o reconhecimento do valor destas obras começaram a associar-se não tanto com a penitência canônica, mas com remissão da pena temporal devida ao pecado.
Em 22 de fevereiro de 1300, o Papa Bonifácio VIII institui o primeiro jubileu cristão por meio da bula Antiquorum habet fida relatio – Um documento digno de fé dos antigos relata, que concedeu uma indulgência extraordinária e plenária aos fiéis que fizessem uma peregrinação a Roma, ao túmulo de São Pedro.
- A partir de então os jubileus e o anuncio de uma indulgência extraordinária foram comemorados com uma periodicidade de 50 anos, que se baseava no costume judaico (Ex 23, 10-11).
- A partir de 1475, o Papa Paulo II determinou que um Jubileu ordinário seja a cada 25 anos, para possibilitar que pelo menos uma geração se beneficiasse da graça do Jubileu.
O Papa pode, conforme as circunstâncias, instituir um Ano Santo, ou Jubileu extraordinário. As esmolas das indulgências eram utilizadas em diversas obras de caridade, em igrejas, hospitais, leprosários, instituições beneficentes e escolas. Abusos e Comércio de indulgências Durante a Idade Média documentos declaravam que indulgências de caráter extraordinário foram concedidas.
Documentos divulgavam indulgências de centenas ou mesmo milhares de anos. A fim de corrigir tais abusos, o Quarto Concílio de Latrão (1215) decretou que as indulgências não devem ter mais de 40 dias. A mesma restrição foi promulgada pelo Concílio de Ravena, em 1317. Em 1392, o Papa Bonifácio IX escreveu ao Bispo de Ferrara proibindo a prática de certos membros de ordens religiosas que falsamente alegavam que indulgências concederiam o perdão de todos os tipos de pecados.
Diversos outros papas, tais como Clemente IV, João XXII, Martinho V e Sisto IV lutaram e proibiram abusos em relação às práticas das indulgências em sua época. Apesar das restrições, o final da Idade Média viu o crescimento considerável de abusos, tais como a livre venda de indulgências por profissionais “perdoadores” ( quaestores em latim).
A pregação destes, em alguns casos era falsa, atribuindo às indulgências características muito além da doutrina oficial, alguns afirmaram que “Assim que uma moeda tilinta no cofre, uma alma sai do purgatório”, Reforma Protestante A Igreja Católica reconheceu a existência de abusos ao longo dos séculos, e usou sua autoridade para corrigi-las.
Porém, distúrbios posteriores na concessão indulgenciaria, seriam contestadas na Reforma Protestante. Em 1517, o Papa Leão X ofereceu indulgências para aqueles que dessem esmolas para reconstruir a Basílica de São Pedro, em Roma. O agressivo marketing de Johann Tetzel em promover esta causa e diversas divergências teológicas descritas posteriormente no manifesto dos Cinco Solas provocaram Martinho Lutero a escrever as 95 Teses (Tetzel seria inclusive punido por Leão X por seus sermões, que ia muito além dos ensinamentos reais sobre as indulgências).
Embora Lutero não negasse o direito do Papa ou da Igreja de conceder perdões e penitências, ele afirmava que as indulgências não levariam a alma diretamente ao céu, uma vez que “o papa nenhuma pena dispensa às almas no purgatório das que segundo os cânones da Igreja deviam ter expiado e pago na presente vida.” Concílio de Trento O Concílio de Trento debateu longamente sobre a natureza das indulgências.
Em 16 de julho de 1562, este concílio em seu decreto “Sobre as indulgências” (Sess. XXV) declara: “Na concessão de indulgências, o Concílio deseja que a moderação seja observada de acordo com o antigo costume aprovado da Igreja Católica, contra a facilidade excessiva e o enfraquecimento da disciplina eclesiástica, e ainda mais, buscando corrigir os abusos que se infiltraram nesta, decreta que todo o ganho criminal ligado com ela deve ser considerado como uma fonte de abuso grave entre os fiéis, como outras doenças decorrentes da superstição, ignorância, irreverência, ou qualquer outra causa.
O Concílio estabelece que cada bispo tem o dever de descobrir os abusos, tais como existem em sua própria diocese, trazê-los para o sínodo provincial, e denunciá-los, com o consentimento dos outros bispos, ao Romano Pontífice, em que serão tomadas medidas com autoridade e prudência para o bem-estar da Igreja em geral, de modo que o benefício das indulgências possa ser concedido a todos os fiéis por meio de uma via piedosa, santa, e livre de corrupção”.
Apesar dessas punições, a ação dos quaestores continuou, assim o Concílio ordenou que estes deviam ser totalmente abolidos, e que as “indulgências e outros favores espirituais de que o fiel não deve ser privado”, devia ser dado pelos bispos de maneira gratuita, “de modo que todos pudessem finalmente compreender que estes tesouros celestes foram dispensados por causa da piedade e não do lucro” (Sess.
XXI, c. ix). Em 1567, o Papa São Pio V cancelou definitivamente todas as concessões de indulgências, envolvendo quaisquer taxas, ou outras transações financeiras. Comissão e Congregação de Indulgências Após o Concílio de Trento, Clemente VIII estabeleceu uma comissão de cardeais para tratar da doutrina e concessão de indulgências.
Esta comissão continuou o seu trabalho durante o pontificado de Paulo V, e publicou diversos decretos sobre o assunto. Posteriormente Clemente IX estabeleceu uma “Congregação das Indulgências e Relíquias”, em 6 de julho de 1669. Em um Motu Proprio (De modo próprio) de 28 de janeiro de 1904, São Pio X fundiu a Congregação das Indulgências com a Congregação dos Ritos.
- Com a reestruturação da Cúria Romana, em 1908 todas as questões relativas as indulgências foram atribuídas à Congregação do Santo Ofício.
- Em um Motu Proprio de 25 de março de 1915, Bento XV transferiu as concessões de indulgências para a Penitenciaria Apostólica, embora o Santo Ofício e seu substituto, a Congregação para a Doutrina da Fé, manteve a responsabilidade para as questões relativas à doutrina das indulgências.
Para a doutrina católica, as indulgências são concedidas para reparar as penas temporais causadas pelo pecado, ou seja, para reparar o mal causado como consequência do pecado, através de boas obras, sendo que o pecado já foi perdoado pelo Sacramento da Confissão.
- Há um equívoco comum que indulgências seria o perdão dos pecados, contudo, elas só perdoam a pena temporal causada pelo pecado.
- Uma pessoa continua a ser obrigada a ter os seus pecados isentos por um sacerdote para receber a salvação.
- A Igreja Católica considera a indulgência semelhante ao “ladrão, que conseguindo o perdão daquele que foi roubado, deve restituir o dono com o dinheiro equivalente ao que foi extorquido”.
“Outro exemplo é o da tábua com pregos: nossa vida, comparada a uma tábua, tem nos pregos os pecados, que são retirados no sacramento da Penitência, restando, todavia, os furos, os buracos, que precisam ser tapados por boas obras (mortificação procurada, penitência imposta, e penas da vida).” A Igreja Católica acredita que a salvação tornada possível por Jesus Cristo permite ao pecador fiel a admissão no céu.
- O batismo livra o registro do pecador e resulta no perdão completo de todos os pecados, mas qualquer pecado cometido após o batismo origina uma penalidade que não foi perdoada.
- Pecados mortais, que são praticados por malícia ou por livre consentimento, extinguem a graça santa da alma do fiel e condenam-no ao inferno.
Para estes pecadores, a graça tem de ser restaurada pela perfeita contrição, administrada através do Sacramento da Confissão; mesmo nesse caso, permanece uma penalidade temporal devida a Deus que deverá ser expiada neste mundo ou após a vida terrena.
Outros pecados, menos graves, são perdoáveis e provocam uma penalidade devida a Deus, mesmo que não percam a salvação. Exemplos bíblicos de como a pena temporal deve ser paga podem ser vistos no fato de Davi, culpado por homicídio e adultério, mesmo depois de perdoado, teve como pena a morte de seu filho; também temos Moisés e Aarão que, embora foram perdoados por Deus, tiveram que sofrer a pena de não entrar na terra prometida.
As indulgências católicas removeriam, assim, algumas ou todas estas penalidades devidas pelos pecados dos fiéis; e pode ser feita em favor de si mesmo ou em favor de um defunto que se purifica no Purgatório pelas suas penas temporais, dependendo da obra de indulgência.
Visitar uma Igreja e ou o cemitério na Comemoração de Todos os Fiéis Defuntos (02/11) concede-se Indulgência Plenária aplicável apenas aos fiéis falecidos. Esta Indulgência se pode obter também até o dia 08 de novembro, com a piedosa visita ao Cemitério. O perdão total da pena temporal é a chamada Indulgência Plenária, as demais são Indulgências Parciais.
As indulgências parciais possuem um certo número de dias, significando que, se o fiel rezar uma oração indulgenciada 300 dias, cumprindo as condições ordinárias (confissão, comunhão e visita a uma igreja ou oratório público) terá pago 300 dias de sua pena temporal.
Em resposta às sugestões feitas ao Concílio Vaticano II, o Papa Paulo VI, esclareceu substancialmente a aplicação prática das indulgências, escrevendo: “Indulgências não podem ser adquiridas sem uma sincera conversão de perspectivas e de unidade com Deus”. É conveniente, mas não é necessário que a Confissão sacramental, e em especial a sagrada Comunhão e a oração pelas intenções do Papa sejam feitas no mesmo dia em que se cumpre a obra indulgenciada, mas é suficiente que estes ritos sagrados e orações se cumpram dentro de alguns dias (cerca de 20), antes ou depois do ato indulgenciado.
A oração segundo a intenção do Papa é deixada à escolha do fiel, mas sugere-se um “Pai Nosso” e uma “Ave Maria”. Para diversas Indulgências plenárias, é suficiente uma Confissão sacramental, mas requerem-se uma distinta sagrada Comunhão e uma distinta prece, segundo a intenção do Santo Padre, para cada Indulgência plenária.
Exemplos de práticas Entre as práticas que levam o católico a obter uma indulgência, há, por exemplo, a reza do Santo Rosário, os Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola, a leitura piedosa das Sagradas Escrituras, o uso e devoção ao Escapulário de Nossa Senhora do Carmo, a visita ao Santíssimo Sacramento durante pelo menos 30 minutos, bem como o uso constante de um objeto de piedade, como cruzes, crucifixos, medalhas, que se forem devidamente benzidos pelo Papa ou por um Bispo podem conceder Indulgência Plenária.
Ou ainda por um padre ou diácono que podem conceder indulgência parcial. Além disso, certas orações aprovadas pela autoridade eclesiástica também conferem indulgências, são algumas delas: – “Nós vos damos graças, Senhor, por todos os vossos benefícios.
Vós que viveis e reinais pelos séculos dos séculos. Amém”. – Santo Anjo (oração ao Anjo da Guarda). – Angelus, Regina Caeli. – Alma de Cristo. – Creio. – Ladainhas aprovadas pela Igreja. – Magnificat. – Lembrai-vos. – Miserere (Sl 50). – Ofício da Paixão de Cristo. – O Ofício do Sagrado Coração de Jesus. – O Ofício da Santíssima Virgem Maria.
– O Ofício da Imaculada Conceição. – O Ofício de São José. – Oração mental. – Salve Rainha. – Sinal da Cruz. – Veni Creator. – Santo Rosário. Das primeiras formas de indulgências às que temos hoje em dia houve grandes modificações, visto que as antigas eram muito mais físicas, o que impossibilitava o cumprimento pelas pessoas mais idosas.
- Recorda-se que para a aquisição das Indulgências, plenária ou parcial requer-se sempre as condições de costume, ou seja: confissão sacramental, comunhão sacramental, rezar na intenção do Santo Padre, ter a intenção de lucrar a indulgência e o desapego ao pecado.
- O que uma indulgência não é A Catholic Encyclopedia, antes de conceituar o que é indulgência segundo a doutrina católica, possuí uma secção intitulada “What an indulgence is not” (“O que uma indulgência não é”), uma vez que segundo esta enciclopédia, “noções absurdas” tornaram-se corriqueiras na descrição do que é indulgência, e que isso “é óbvio para qualquer um que tem uma correta ideia do que a Igreja Católica realmente ensina sobre este assunto”.
A Catholic Encyclopedia cita como erros comuns daquilo que a indulgência não é: – Não é uma permissão para cometer o pecado, nem o perdão do futuro pecado, que nem poderia ser concedida por qualquer poder. – Não é o perdão da culpa do pecado, pois supõe que o pecado já foi perdoado.
– Não é uma isenção de qualquer lei ou dever, pelo contrário, significa um pagamento mais completo da dívida que o pecador deve a Deus. Não confere imunidade contra a tentação ou remove a possibilidade de lapsos subsequentes em pecado. – Muito menos uma indulgência é a compra de um perdão que assegura ao comprador a salvação ou libera a alma de outro do Purgatório.
(Texto extraído de várias fontes e adaptado pelo Padre José Eduardo Sesso) Piracicaba, 12 de setembro de 2019 – Memória do Santíssimo Nome de Maria.
Como a Igreja Católica reagiu a Lutero?
Concílio de Trento – A resposta da Igreja Católica à Reforma Protestante foi a Contrarreforma, que foi pensada entre os anos de 1545 e 1563, na cidade italiana de Trento. Um concílio foi convocado pelo Papa Paulo III para que o alto clero católico se reunisse para reagir à cisão promovida pela Reforma.
- O Concílio de Trento pretendia reforçar a doutrina católica, tão contestada pelas novas igrejas cristãs, e combater as heresias, mantendo a unidade dentro do catolicismo.
- Nesse contexto, o concílio proibiu a cobrança de indulgências, estopim da Reforma, e a circulação de livros contrários às normas da Igreja.
Com o surgimento da imprensa, a publicação de livros avançou consideravelmente, e o clero considerou isso um dos motivos para o rápido crescimento do protestantismo pela Europa. Para evitar que esses livros continuassem em circulação, a Igreja Católica criou o Index Librorum Proibitorum, uma lista com as publicações com circulação proibida. O Concílio de Trento ocorreu no Convento de Santo Estevão e marcou o início da Contrarreforma, a reação à Reforma Protestante.
Qual a crença da igreja luterana?
Os luteranos acreditam que a salvação é alcançada mediante as atitudes das pessoas somado à paixão e morte de Cristo em expiação dos pecados dos homens. A crença luterana acredita que a Bíblia é a palavra de Deus e que a mesma deve ser lida e interpretada por todos. Os luteranos dedicam o domingo para irem à igreja.
Quais os 3 principais pontos da doutrina luterana?
Questão 03- A doutrina luterana pode ser resumida em três princípios: a salvação pela fé, o sacerdócio universal e a infalibilidade da Bíblia.