Quem foram os sofistas?
A palavra sofista vem do grego, sophistes, e deriva da palavra sophia, que significa sabedoria. Os sofistas eram um grupo de filósofos, sábios e eruditos que viajavam de cidade a cidade para divulgar os conhecimentos, em troca de dinheiro.
Quem criou os sofistas?
Conforme nos reporta Platão, a profissão de sofista foi criada por Protágoras, discípulo de Demócrito.
Porque eram chamados de sofistas?
Sofistas. Sofistas e a arte da retórica Na Grécia Antiga, haviam professores itinerantes que percorriam as cidades ensinando, mediante pagamento, a arte da retórica às pessoas interessadas. A principal finalidade de seus ensinamentos era introduzir o cidadão na vida política.
Tudo o que temos desses professores são fragmentos e citações e, por isso, não podemos saber profundamente sobre o que eles pensavam. Aquilo que temos de mais importante a respeito deles foi aquilo que disseram seus principais adversários teóricos, Platão e Aristóteles. Eles eram chamados de sofistas, termo que originalmente significaria “sábios”, mas que adquiriu o sentido de desonestidade intelectual, principalmente por conta das definições de Aristóteles e Platão.
Aristóteles, por exemplo, definiu a sofística como “a sabedoria (sapientia) aparente mas não real”. Para ele, os sofistas ensinavam a argumentação a respeito de qualquer tema, mesmo que os argumentos não fossem válidos, ou seja, não estavam interessados pela procura da verdade e sim pelo refinamento da arte de vencer discussões, pois para eles a verdade é relativa de acordo com o lugar e o tempo em que o homem está inserido.
O contexto histórico e sociopolítico é importante para que se compreenda o papel e o pensamento dos sofistas para a sociedade grega. Embora Anaxágoras tenha sido o filósofo oficial de Atenas na época do regime de Péricles, não havia um sistema público de ensino superior, então jovens que podiam pagar por instrução recorriam aos sofistas a fim de se prepararem para as dificuldades que enfrentariam na vida adulta.
Uma delas, imposta pelo exercício da democracia, era a dificuldade de resolver divergências pelo diálogo tendo em vista um interesse comum. O termo “sofista” não corresponde, portanto, a uma escola filosófica e sim a uma prática. Mesmo assim, podemos elencar algumas caracterizações comuns aos sofistas: a) Oposição entre natureza (phýsis) e cultura (nómos): Pelo que sabemos, podemos dizer que a maior parte dos sofistas tinha seu interesse filosófico concentrado nos problemas do homem e da natureza,
Isso significa que aquilo que é dado por natureza não pode ser mudado, como a necessidade que os homens têm de se alimentar. O que é dado por cultura pode ser mudado, como, por exemplo, aquilo que os homens escolhem como alimento. Ou seja, todos nós precisamos da alimentação para continuarmos vivos, mas na China, a carne dos cães pode fazer parte do cardápio e, na Índia, o homem não pode se alimentar da carne bovina, pois a vaca é considerada um animal sagrado.
b) Relativismo. Para os sofistas, tudo o que se refere à vida prática, como a religião e a política, era considerado fatores culturais, logo podiam ser modificados, Dessa forma, colocavam as normas e hábitos em dúvida quanto à sua pertinência e legitimidade.
- Como eles eram relativistas, suas questões podiam ser levadas para o seguinte sentido: as leis estabelecidas são pertinentes para essa cidade ou precisam ser mudadas? c) A existência dos deuses.
- Para os sofistas, é mais provável que os deuses não existam, mas eles não rejeitam completamente a existência, como Platão, por exemplo.
Portanto, eles são mais próximos do agnosticismo do que do ateísmo. A diferença entre os sofistas e aqueles que acreditavam nos deuses – e a educação grega esteve, no início, ligada à existência e interferência dos deuses nos destinos da humanidade – é que eles preferiam não se pronunciar a respeito.
- Mas, se os deuses existissem, eles não teriam formas e pensamentos humanos.
- D) A natureza da alma.
- A definição de alma para os sofistas é de uma natureza passiva e podia ser modelada pelo conhecimento que vem do exterior.
- Isso é muito importante para a prática que eles exerciam, pois, se as pessoas possuem almas passivas, elas podem ser convencidas de qualquer discurso proferido de forma encantadora.
Por isso, era preciso lapidar a técnica a fim de levar as pessoas a pensarem de um modo que favoreça o orador, ou seja, aquele que está falando para o público. A resistência que alguma pessoa oferece a algo que é dito não seria proveniente da capacidade de refletir ou questionar e sim era decorrência da inabilidade discursiva do orador.
- E) Rejeitam questões metafísicas.
- Os sofistas estavam bastante empenhados em resolver questões da vida prática da pólis.
- Aquilo que contribuiria para uma vida melhor com os outros ou para atender às necessidades imediatas era o centro de suas preocupações.
- Por concentrarem seus esforços para pensar naquilo que consideravam útil, questões como a origem do seres, a vida após a morte e a existência dos deuses, ou seja, questões de ordem metafísica, eram rejeitadas.
f) A habilidade de argumentar, mesmo se as teses fossem contraditórias, também era um de seus fundamentos. Apesar da dura crítica feita a eles, o trabalho dos sofistas respondia a uma necessidade da época: com o desenvolvimento e a consolidação da democracia na Atenas do século V a.C., era imprescindível desenvolver a habilidade de argumentar em público, defender suas próprias ideias e convencer a maior parte da assembleia a concordar com aquilo que os beneficiaria individualmente.
- Não pare agora.
- Tem mais depois da publicidade 😉 g) Antilógica.
- Uma estratégia de ensino comum aos sofistas era ensinar os jovens a defenderem uma posição para, em seguida, defenderem seu oposto.
- Essa técnica argumentativa foi chamada de antilógica e foi criticada por Platão e Aristóteles por corromper os jovens com a prática da mentira.
Historiadores contemporâneos, no entanto, consideram essa técnica como uma atividade característica do espírito democrático por respeitar a existência de opiniões diferentes (cf. CHAUÍ, Marilena). Os mais conhecidos sofistas foram Protágoras de Abdera (c.490-421 a.C.), Górgias de Leontinos (c.487-380 a.C.), Hípias de Élis, Isócrates de Atenas, Licofron, Pródicos e Trasímaco.
- Vamos agora conhecer um dos mais importantes, Protágoras.
- Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas” Um dos responsáveis para que Protágoras se tornasse um dos mais conhecidos sofistas foi Platão, que dedicou a ele uma obra, o que mostra que o filósofo, mesmo sem concordar com o sofismo, respeitou o pensamento de Protágoras ao ponto de se dedicar a elaborar objeções.
Além de ensinar a arte do debate aos jovens em suas muitas visitas a Atenas (lembre-se de que os sofistas eram professores itinerantes, isto é, não residiam em um lugar específico), foi nomeado por Péricles para redigir a constituição de uma colônia ateniense (cf.
- ENNY, Anthony).
- No diálogo Teeteto, Platão traz um importante pensamento de Protágoras: “O homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são”,
- Isso significa, em outras palavras, que se uma pessoa pensa que uma coisa é verdade, tal coisa é a verdade para ela.
- Ou seja, a verdade é subjetiva e relativa, não objetiva e absoluta.
Por exemplo, se uma pessoa está com febre, ela pensa que a temperatura do ambiente está baixa, mesmo que ela esteja em Fortaleza e os termômetros apontem 38 graus. Como não há uma verdade objetiva a ser considerada, a verdade sempre seria relacionada aos indivíduos.
- Em relação à crença nos deuses (como sabemos, a sociedade grega era politeísta), o relativismo tem a consequência de que não há uma crença mais correta do que a outra, todas devem ser respeitadas, pois o homem não pode saber nada a respeito dos deuses, se existem ou como são.
- Quando diz isso, Protágoras se aproxima do agnosticismo.
Em suas palavras, que chegaram a nós por Diogenes Laertios: ” No que diz respeito aos deuses, não posso ter a certeza de que existem ou não, ou de como eles são; pois entre nós e o conhecimento deles há muitos obstáculos, quer a dificuldade do assunto, quer a pouca duração da vida humana”,
- Diogenes Laertios, ao criticar Protágoras, nota que sua obra foi queimada em praça pública por atenienses que acreditavam que ele corrompia a juventude e ironiza, dizendo que ele foi o primeiro homem a dizer que em relação a qualquer assunto há duas afirmações contraditórias.
- Depois, Platão objetou que se todas as crenças são verdadeiras, a crença de que nem todas as crenças são verdadeiras também é verdadeira.
A técnica argumentativa dos sofistas foi registrada por Protágoras em sua obra Antilogia, Para ele, era preciso aprender a argumentar pró e contra determinada posição, pois todas são verdadeiras. A antilógica era um bom recurso para se preparar para debates, pois ao se conhecer profundamente os principais argumentos contra e a favor de determinado assunto, é possível defender bem qualquer posição tomada sobre ele e objetar com eficácia os argumentos dos adversários.
* Os sofistas: não se trata de uma escola filosófica;* Eram professores itinerantes que ensinavam os jovens, mediante pagamento, a arte da oratória, imprescindível para a vida adulta em um regime democrático;* O que sabemos deles é em grande parte aquilo que foi citado por seus principais adversários teóricos e, por isso, não podemos ter uma conclusão adequada sobre o que eles pensavam;* Entre os mais importantes sofistas estão Protágoras e Górgias.
* Protágoras pensava que o homem é a medida de todas as coisas, inclusive da verdade que não poderia ser pautada, portanto, pela fé nos deuses. Seu pensamento pode ser considerado humanista e relativista. CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Editora Ática, 2000.
KENNY, Anthony. História Concisa da Filosofia Ocidental. Lisboa, Temas e Debates, 1999. LAÊRTIOS; D. Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres, Tradução, introdução e notas: Mário da Gama Kury.2ed. Brasília, editora Universidade de Brasília, 2008. PLATÃO. Diálogos I : Teeteto (ou do conhecimento), Sofista (ou do ser), Protágoras (ou sofistas),
Tradução e textos complementares: Edson Bini. Editora: EDIPRO. Bauru, 2007. : Sofistas. Sofistas e a arte da retórica
Por que eles eram chamados de sofistas?
Mestres da argumentação e da retórica Os sofistas eram conhecidos com professores itinerantes. Eles recebiam essa denominação porque percorriam as cidades, se deslocando de um lugar para o outro, ensinando às pessoas a arte da retórica e outros artifícios argumentativos.
Por que Sócrates se opôs aos sofistas?
Qual é a crítica que Sócrates fez aos sofistas? – O modelo de ensino sofista foi alvo de várias críticas de Sócrates e seus discípulos. Sócrates não considerava os sofistas filósofos, pois, segundo ele, os sofistas não tinham amor real pelo conhecimento, estavam apenas centrados nos valores que recebiam.
Sócrates defendia o diálogo e a argumentação como maneiras de levar os homens ao conhecimento, enquanto que, para os sofistas, o diálogo e a refutação serviria apenas para vencer o interlocutor, sem que houvesse grande preocupação com o conhecimento de fato. Os sofistas foram criticados também por Platão e Aristóteles, que os consideravam mercenários, e não amantes do saber.
Muitos pensadores e estudiosos se apoiam nessas ideias e também não consideram os sofistas como parte de alguma escola filosófica. Os pensadores sofistas são considerados, ainda hoje, por muitos estudiosos, como profissionais que tinham na sabedoria a intenção de enriquecimento e ganhos apenas, diferente das práticas de outras escolas filosóficas, que empenharam-se a transmitir conhecimento.
Por que Sócrates se rebelou contra os sofistas?
Sócrates, rebelou-se contra os sofistas, pois não tinham amor pela sabedoria, nem respeito pela verdade, defendiam qualquer ideia se fosse vantajosa. Os sofistas ensinavam técnicas de persuasão para os jovens que aprendiam a defender a posição ou opinião.
Quais são as principais características dos sofistas?
Características dos sofistas – O grupo de pensadores identificado como sofistas caracterizou-se principalmente pela ausência de uma doutrina em comum e pelo ensino voltado a um fim instrumental, Eram vistos como habilidosos oradores pelas pessoas, reconhecendo-se a importância das palavras e do uso da lógica,
- Eles podem ser considerados instrutores itinerantes contratados para ensinar retórica para fins políticos.
- O que restou de seus pensamentos foram poucos fragmentos e menções em outros textos,
- Muito do que sabemos sobre esses pensadores está contido nos diálogos platônicos e nos escritos de Aristóteles, nos quais são diretamente criticados.
As críticas contrastam com a etimologia da palavra “sofista”, cuja origem é sophós e significa sábio ou habilidoso, mas passa a denotar aqueles que aparentam ser sábios, entretanto não alcançam a verdade. A tentativa de identificar um pensador como sofista não é uma dificuldade historiográfica, mas sim indicar o que seria comum nesses pensadores, conforme Platão afirma em seu diálogo O sofista,
Quem defendia os sofistas?
Principais filósofos sofistas – Embora tenham recebido diversas críticas pela maneira como conduziam seus conhecimentos e como ensinavam, os sofistas tiveram importância na construção do pensamento filosóficos e na busca pela construção de argumentação sólida, consistente e racional, por conta disso a lguns pensadores se destacaram na Escola Sofista como grandes mestres da oratória.
- Protágoras: um dos nomes mais importantes da corrente sofista. Era grande defensor do relativismo e apontava o homem como sendo a medida de todas as coisas. Sendo o homem o centro das suas explicações, elas não poderiam, portanto, ser baseadas na existência de deuses,
- Górgias: grande defensor da persuasão e da ideia de que a alma humana poderia ser moldada por bons argumentos.
- Hípias: criador do método da Mnemotécnica, a arte de exercitar a memória, é descrito como o pensador sofista que mais enriqueceu com a transmissão de conhecimento.
Qual a diferença dos filósofos para os sofistas?
Diferentemente de filósofos como Sócrates, que buscavam a verdade absoluta e o conhecimento universal, os sofistas adotavam uma postura relativista em relação à verdade e ao conhecimento. Eles argumentavam que as crenças e opiniões sofriam influência dos contextos social, cultural e pessoal do indivíduo.
Por que os sofistas foram tão criticados?
Sofistas eram instrutores itinerantes da Grécia Antiga e foram criticados por Sócrates em função de seu ensino, que não libertava o indivíduo das opiniões.
Quem foi o maior crítico dos sofistas?
Platão questionou as ideias dos sofistas. Dos seus diálogos, se pode dizer que suas críticas aparecem mais objetivamente no Sofista, no Político e no Górgias. Nestes, a visão platônica se refere principalmente à questão moral, política e metodológica dos sofistas.
Qual foi o legado deixado pelos sofistas?
Os sofistas, mestres de cultura, interessados em todas as dimensões do saber, mas dedicados ao preparo dos cidadãos para a vida política, que na democracia ateniense se exercia nos debates na ágora, são os iniciadores da arte de uma educação pública, direcionada para a atividade política.
O que defendia o Sócrates?
Fontes para estudar Sócrates – Sócrates acreditava que a melhor forma de transmitir conhecimento era através da troca direta de ideias através de perguntas e respostas entre duas pessoas. Por isso, não deixou nenhuma obra escrita. Todo o conhecimento a respeito da obra desse grande filósofo é resultado do trabalho de Platão, seu discípulo.
- Os Diálogos da obra de Platão têm Sócrates como personagem principal.
- Outra fonte para o estudo de Sócrates é o historiador Xenofonte, que era amigo do filósofo e frequentava as mesmas reuniões que ele.
- Sócrates é apresentado como personagem de algumas comédias de Aristófanes, no entanto, sempre sendo ridicularizado.
Por fim, ainda podemos citar Aristóteles, discípulo de Platão, como uma fonte, embora ele tenha nascido 15 anos após a morte de Sócrates.
Qual era o pensamento dos sofistas?
Quais eram os objetivos principais dos sofistas? – Os sofistas desenvolveram algumas técnicas para propagarem seus conhecimentos. A argumentação e persuasão eram as formas mais utilizadas entre eles e seus discípulos. As principais técnicas eram o uso das palavras, a inversão de argumentos, o enfraquecimento dos discursos dos interlocutores, além da tentativa de diminuir a força das palavras e a argumentação dos ouvintes.
Como foram os sofistas?
Os sofistas eram conhecidos com professores itinerantes. Eles recebiam essa denominação porque percorriam as cidades, se deslocando de um lugar para o outro, ensinando às pessoas a arte da retórica e outros artifícios argumentativos.
Como os sofistas trabalhavam?
Os sofistas e a argumentação retórica – Os sofistas eram itinerantes, viajantes do mundo grego e, geralmente, estavam na periferia. Trabalhavam como professores vendendo os seus ensinamentos. Davam aulas de oratória, retórica e lógica, elementos úteis para o sucesso na atividade pública.
- Afirmavam-se mestres em todos os assuntos.
- Por isso, eram chamados de sofistas, palavra de origem grega que quer dizer “grande mestre ou sábio”.
- A argumentação retórica era o foco dos sofistas, por isso eles buscavam desenvolver nos seus alunos a capacidade de produzir argumentos capazes de vencer os adversários e persuadir as pessoas, sobretudo na Ágora.
Para os sofistas, a verdade é relativa (o que vale para um determinado lugar, não vale para outro), portanto o que importa é dispor de argumentos capazes de, em qualquer circunstância, vencer o debate. Essa postura lhes rendeu a fama de relativistas,
Qual é a importância dos sofistas?
Os Sofistas, com efeito, operaram verdadeira revolução espiritual (deslocando o eixo da reflexão filosófica da physis e do cosmo para o homem e àquilo que concerne à vida do homem como membro de uma sociedade) e, portanto, centrando seus interesses sobre a ética, a política, a retórica, a arte, a língua, a religião e a
Em que momento os sofistas surgem?
Leia o texto a seguir: “Os Sofistas surgem na Grécia antiga, século V a.C. na passagem da oligarquia para a democracia. São os mestres de retórica e oratória, muitas vezes mestres itinerantes, que percorrem as cidades-estados fornecendo seus ensinamentos, sua técnica, suas habilidades aos cidadãos em geral.
Eram relativistas. Sócrates também ensinava nas praças públicas através de perguntas e respostas que despertavam a verdade que está no interior de cada um. Sócrates afirmava que a opinião (doxa) é uma expressão individual, já o conhecimento (episteme) é universal. Desta forma, os sofistas ensina-vam a retórica para convencer aos outros que sua opinião é a melhor e Sócrates ensinava a dialética, que através de questionamentos (só sei que nada sei) levava ao conhecimento verdadeiro” (MAR-CONDES, Danilo.
Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004, p.42-48. Adap-tado). De acordo com o texto acima, Sócrates não era um sofista, pois ele A buscava a verdade da episteme, enquanto os sofistas despertavam a verdade dentro de cada um. B defendia a existência de uma verdade universal, enquanto os sofistas eram relativistas.
Por que os sofistas foram importantes em sua época?
Ouça este artigo: Conforme nos reporta Platão, a profissão de sofista foi criada por Protágoras, discípulo de Demócrito, Sofistas foram um tipo especifico de professor na Grécia antiga e no império romano, que deveriam ensinar a arete, termo grego que traduz o conceito de “excelência” ou “virtude”, aplicado a áreas como música, política, matemática e atleticismo.
Entre os principais sofistas conhecidos estão Protágoras, Górgias, Pródico, Hípias, Trasímaco, Antifonte e Crátilo. O termo “sofista” tem sua origem no idioma grego, a partir da palavra ” sophistēs “, derivada de ” sophia ” e ” sophos “, significando “sabedoria” e “sábio” respectivamente. O termo Sophistēs foi originalmente utilizado por Homero, para descrever alguém habilidoso em uma determinada atividade.
Com o tempo a palavra passou a designar a sabedoria nos assuntos tipicamente humanos, em oposição aos assuntos da natureza, até chegar a designar um tipo especifico de profissional, o sofista. Embora os sofistas não sejam considerados filósofos pela tradição, sua importância se dá na medida em que estão entre os primeiros a desafiar a ideia de que a sabedoria seria recebida dos deuses, baseando-se na hipótese de que, assim como nas atividades físicas, a prática da virtude, por meio da retórica e da oratória, poderia melhorar os estudantes, tornando-os mais sábios e virtuosos.
- O foco de seus ensinamentos era prático, direcionado a estratégias de argumentação e oratória, para que os estudantes atingissem o ápice da excelência em suas atividades, independente de quais fossem estas atividades.
- Como os sofistas são conhecidos por meio das criticas de seus oponentes, alguns elementos de suas posições são difíceis de se confirmar.
Uma das principais criticas aos sofistas era a de que sua posição baseava-se apenas em verossimilhança, quando um argumento parece verdadeiro, mesmo que não o seja. O objetivo dos sofistas seria, pela visão de filósofos como Aristóteles, apenas o de vencer o debate, sem preocupar-se com a busca pela verdade.
Por esta razão, a expressão “sofisma” existe hoje para identificar uma argumentação rebuscada, porém sem fundamentação sólida. Como foi o primeiro sofista, a posição relativista atribuída a Protágoras é normalmente identificada como a posição geral que iniciou o movimento, que se tornaria a profissão de sofista.
Protágoras é lembrado pela controvérsia acerca de sua afirmação ” o homem é a medida de todas as coisas “, aparentemente manifestando uma forma de relativismo, o que era repudiado por filósofos como Platão e Aristóteles, seus maiores críticos. Como aconteceu com a maioria dos filósofos pré-socráticos, as citações de Protágoras sobreviveram sem o contexto no qual foram apresentadas, o que mantém abertas as possibilidades de interpretações diferentes.
Uma destas interpretações possíveis para a afirmação de Protágoras é a de que o uso da palavra ” chremata “, significando “coisas usadas”, ao invés da palavra mais geral ” onta “, que significaria “entidades”, para se referir ao que é traduzido como “coisas”, indica que Protágoras não falava da realidade objetiva do mundo como um todo, mas daquelas coisas especificas dos seres humanos.
Desta forma entende-se que os sofistas não davam atenção a busca pela compreensão da natureza, do universo e da origem dos objetos do mundo, pois concentravam seus esforços na demonstração de que seriam capazes de tornar os estudantes melhores nas atividades humanas que poderiam auxiliá-los a prosperar na sociedade grega.
- Era comum que sofistas viajassem em grupos pelas cidades gregas e romanas, para assim poderem realizar elaborados discursos e acalorados debates públicos, demonstrando suas habilidades na expectativa de atrair estudantes para suas escolas.
- Em particular, nobres, homens de estado e jovens que pudessem pagar pelos estudos.
Os sofistas foram muito criticados por Platão e Aristóteles por só ensinarem aos que podiam pagar pela educação. Referências bibliográficas: ALBERGARIA, Bruno. Histórias do Direito: Evolução das Leis, Fatos e Pensamentos. Atlas, 2011. Aristóteles. Metafísica,
Como foram os sofistas?
Os sofistas eram conhecidos com professores itinerantes. Eles recebiam essa denominação porque percorriam as cidades, se deslocando de um lugar para o outro, ensinando às pessoas a arte da retórica e outros artifícios argumentativos.
Qual foi a contribuição dos sofistas para a História da Filosofia?
A sofística constituiu um fenômeno com um alto significado na história da educação, pois foi com os sofistas que a paidéia ganhou um sentido e um significado mais profundo, isto é, a educação passou a ser tratada de forma mais consciente e racional.
Qual foi o legado deixado pelos sofistas?
Os sofistas, mestres de cultura, interessados em todas as dimensões do saber, mas dedicados ao preparo dos cidadãos para a vida política, que na democracia ateniense se exercia nos debates na ágora, são os iniciadores da arte de uma educação pública, direcionada para a atividade política.
O que é sofistas Wikipédia?
Busto de Polemon de Laodiceia, filósofo sofista grego do século II. O termo Sofista (em grego antigo : σοφιστής, transliterado: sophistēs ) refere uma pessoa de um grupo de pensadores do século V e IV AEC na Grécia Antiga que viajavam de cidade em cidade realizando discursos públicos e atraindo estudantes, de quem cobravam taxas para oferecer-lhes educação,
O conteúdo crítico de ” As Nuvens “, de Aristófanes, peça cujo alvo cômico é Sócrates e teria sido apresentada ainda no último quartel do século V AEC, deixa visualizar que a atividade educacional dos sofistas em Atenas é alvo de difamação (Ar. Nu., versos 331 e 1111) desde o século V AEC. A conotação pejorativa ligada a noções de “trapaça” ganharia posteriormente repercussão na história do ocidente, passando por marcantes afirmações pejorativas já remotas.
Exemplo disso ocorre no Sofista de Platão (Sph.268d) e em A Oração da Coroa, de Demóstenes, Nos primeiros três séculos da Era Comum, houve uma Segunda Sofística, representada em especial por Flávio Filóstrato (que viveu, segundo a Suda, no reino de Filipe, o Árabe ).
Filostrato é autor de uma Vidas dos Sofistas, obra em que se cunhou o termo Segunda Sofística, Com o tempo, a conotação pejorativa do termo “sofista” ganhou uma prevalência que permeia o consciente coletivo, a ponto de que haja no dicionário Michaelis para além do significado histórico acima mencionado um outro significado, adjetivo, com conotação pejorativa.
Nesse significado adjetivo pejorativo, sofista se aplica àquele “que lança mão de habilidade retórica com o objetivo de defender argumentos enganosos ou inconsistentes do ponto de vista lógico”, Desde a década de 1980, em especial a partir da publicação de O Movimento Sofista, do classicista britânico G.B.
Kerferd, há um movimento de recuperação da imagem dos sofistas, privilegiando compreendê-los não como uma “escola”, com unidade doutrinária, mas como um “movimento”, um fenômeno cultural com raízes comuns, mas posições variadas. Em Early Greek Philosophy (2016), edição e tradução dos fragmentos e menções aos primeiros filósofos, de André Laks e Glenn W.
Most, publicada pela Loeb Classical Library, os autores da edição colocam Sócrates em um dos dois volumes reservados aos sofistas e justificam tal escolha.