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Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda?

Qual é a entidade da Umbanda mais poderosa?

PRETO-VELHO: SIMBOLOGIAS, CRENÇAS E PROTEÇÃO DOS CORPOS PARCELE SUAS COMPRAS EM ATÉ 12X Kelly Arruda mai.11, 2022 O Preto-velho é uma das linhas de trabalho mais poderosas da Umbanda. São espíritos que representam generosidade, amor, humildade e se apresentam sob a imagem de idosos africanos que foram escravizados e morreram de velhice. São divindades puras, sábias e pacientes.

  • Pela idade avançada, tiveram a oportunidade de viver por longos anos através da sabedoria, suportando as amarguras da vida.
  • O Preto-velho é uma entidade conhecida nacionalmente, principalmente pela sua imagem estar relacionada sempre por utilizar o cachimbo.
  • O Preto-velho está geralmente ligado à vibração de Omolu – faixa vibratória da cura de doenças, ou seja, reconstrução dos corpos.

Além do cachimbo, realizam benzimentos com ramos de arruda. Com um terço, rezam e borrifam água fluidificada – água acrescida de fluidos curadores. Com o fumo do cachimbo, baforam para a limpeza e harmonização de todas as vibrações. Todo dia 13 de maio, data que foi assinada a Lei Áurea para a abolição da escravatura no Brasil, é comemorado, na Umbanda, o dia do Preto-velho,

  1. Durante os cultos, os cânticos servem para saudar a presença das entidades e reforçar o seu poder durante os rituais espirituais a fim de envolver todos os participantes.
  2. Os pretos-velhos, por vezes, se apresentam como nomes para individualizar suas ações, assim como acontecia nos tempos da escravidão.

Naquela época, cada negro era denominado de acordo com as suas regiões de origem. Por isso, são fundamentados a partir de cada campo de atuação. Alguns mais comuns são: Pai Francisco do Congo – linha de Iansã; Pai Francisco de Aruanda – linha de Oxalá; Pai Francisco das Matas – linha de Oxóssi.

Qual é o Exu mais forte da Umbanda?

Hierarquia – Os exus mais evoluídos são chamados de “exus cabeças de legião”, e comandam uma legião espiritual. São eles:

  • – serventia direta de,
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Essas legiões se subdividem em planos, subplanos, grupos, subgrupos e, Cada uma dessas subdivisões atende por um nome, mais ou menos específico. Assim, por exemplo, os espíritos que se autodenominam da falange de, na verdade são uma subdivisão de,

Qual a principal entidade da Umbanda?

A umbanda é uma religião monoteísta, onde existe o conceito de um Deus supremo, denominado ‘Olorum’ ou ‘Oxalá’.

Qual o principal líder da Umbanda?

Ganga : sacerdote-chefe do terreiro.

Quem é o mais poderoso dos orixás?

Resumo sobre Xangô –

Xangô é o orixá da justiça e dos raios nas religiões de matriz africana no Brasil. É considerado um orixá jovem, forte, ágil, bondoso e justo. O sincretismo religioso associou Xangô com o santo católico São Jerônimo. O culto a Xangô foi trazido para o Brasil por meio do tráfico de africanos escravizados. Xangô foi também um personagem histórico conhecido como alafim do Império de Oió. Os filhos de Xangô são conhecidos por terem um afinado senso de justiça. Como oferenda ao orixá, seus fiéis lhe oferecem cerveja preta, fumo, flores, entre outros.

Qual mais forte dos orixás?

História dos orixás – Segundo a mitologia iorubá, Olodumaré, também conhecido como Olorum, é o deus supremo e inacessível. Ele criou o mundo e os orixás para governá-lo e servirem de intermediários entre ele e os humanos. Olodumaré não aceita oferendas, pois, como é o criador de tudo, tem poder sobre tudo e não há nada que ele não possua.

  1. Os orixás representam os elementos da natureza e Olodumaré é a junção de todas essas energias.
  2. Os orixás não são deuses, portanto, as religiões que cultuam os orixás são monoteístas,
  3. Durante a colonização do Brasil, muitas das pessoas trazidas da África para serem escravizadas eram da região de iorubá e trouxeram consigo suas crenças e tradições religiosas.

O Candomblé foi a religião que passou a ser praticada por esses povos escravizados no Brasil, seguindo as tradições e cultos africanos e cultuando os orixás da mitologia iorubá. Essas práticas religiosas, no entanto, eram duramente reprimidas pelo colonizador, que impunha aos escravizados a prática do catolicismo.

  1. Para seguir cultuando seus orixás, os africanos usavam os santos da Igreja Católica para representar suas divindades.
  2. Por exemplo, quando rezavam para São Jorge, na verdade estavam cultuando Ogum.
  3. Assim iniciou-se o sincretismo religioso, que vai dar origem a outra religião de matriz africana: a Umbanda.

A Umbanda tem elementos do Candomblé, do Catolicismo e do Espiritismo e surge no início do século XX. Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Altar de Umbanda. Entenda o que é:

Sincretismo Monoteísmo

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Quem é mais forte Pomba Gira ou Exu?

ARTIGOS Exus e Pombas-Giras: o masculino e o feminino nos pontos cantados da umbanda 1 1 Trabalho realizado durante a vigência de bolsa de produtividade em pesquisa/CNPq. “Exus” and “Pombas-Giras”: the male and female in umbanda chants Adriano Roberto Afonso do Nascimento I ; Lídio de Souza II ; Zeidi Araújo Trindade II I Doutorando no Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo II Professor doutor do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo III Professora doutora do Programa de Pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo Endereço para correspondência Endereço para correspondência Rua Humberto Serrano, 550, apto 201, Ed.

Bourdon, Praia da Costa, CEP: 29101-460, Vila Velha-ES. E-mail: [email protected] RESUMO O presente trabalho tem como objetivo a caracterização dos Exus e Pombas-Giras, através dos pontos cantados da Umbanda, considerando aspectos que remetem a uma configuração mais ampla de componentes do imaginário social brasileiro.

Foram submetidas à Análise de Conteúdo 221 letras de pontos de Exu e Pomba-Gira. Os pontos de Exu contêm maior freqüência de menções relacionadas à descrição de poder e funções atribuídas a essa entidade (31,6% das respostas) e à sua identificação e saudação (22,4%).

  1. Os pontos de Pomba-Gira apresentam mais freqüentemente a descrição de poder/funções atribuídas (30,23% das respostas) e a caracterização da entidade (30,23%).
  2. Os resultados possibilitam relacionar as características das entidades aos papéis socialmente esperados de homens e mulheres.
  3. Exu é representado pela liberdade, força e, principalmente, pelo trabalho.

Pomba-Gira é representada através de atributos considerados típicos do sexo feminino, como beleza e sensualidade, e também pelo trabalho. Os dados remetem a uma análise que procura a articulação entre fatores raciais e de classe social presentes na sociedade brasileira e as características definidoras das entidades, identificadas nos pontos.

  • Palavras-chaves: umbanda, estereótipo, gênero.
  • ABSTRACT The aim of the present paper is the characterization of the Exus (male entities, loosely associated with the devil) and Pombas-Giras (female entities, the counterparts of the Exus) in the singing chants of the Umbanda religion, focusing on aspects, which relate to a broader configuration of components of the Brazilian social imagery.

Two hundred and twenty one lyrics of Exu and Pomba-Gira chants were subjected to Content Analysis. Exu chants have a higher frequency of citations related to the description of power and functions attributed to this entity (31.6% of the answers) and to identification and greeting (22.4%).

Pomba-Gira chants present most frequently the description of attributed power/functions (30.23% of the responses) and the entity characterization (30.23%). The results allow for associations of the entities’ characteristics and the socially expected roles of men and women. Exu is associated with freedom, force, and, mostly, industry.

Pomba-Gira is represented by attributes considered typically feminine, such as beauty and sensuality, and also by industry. The data demand an analysis that seeks the articulation of racial factors and social classes present in Brazilian society and the defining characteristics of the entities, identified in the chants.

Key words: umbanda, stereotypes, gender. INTRODUÇÃO Exu, identificado comumente com um ser matreiro e amoral para os padrões ocidentais, sofreu modificações importantes desde a sua vinda da África, com os escravos, até a sua apropriação pela Umbanda. Essa entidade ocupa uma função ímpar entre as demais divindades cultuadas pelo Candomblé, possivelmente o culto que ainda mantém a representação de Exu mais próxima da originária.

Nessa representação é ele quem tem o papel/poder de servir como elo de comunicação entre os demais orixás e desses com os homens. Sua função é o próprio estabelecimento e manutenção da ordem do mundo espiritual. Além disso, desempenha tarefas específicas determinadas pelos orixás, servindo como uma espécie de mensageiro/instrumento (Bastide, 1978; Verger, 1999; Prandi, 2001).

Sua identificação histórica com o diabo cristão se estabeleceu, portanto, não devido a suas características funcionais, mas sim a aspectos relativos a sua aparência, A rejeição do culto aos orixás e as perseguições empreendidas pelos senhores brancos criaramnos escravos a necessidade de encontrarem entidades cristãs que os representassem.

Como Exu é uma divindade do fogo, à qual eram atribuídos chifres, membro viril e sexualidade sem freios, assemelhando-se à representação do diabo cristão, a entidade escolhida foi o demônio (Bastide, 1978). Na Umbanda, a figura de Exu vai ser construída num amálgama de suas funções no Candomblé e sua percepção como demônio cristão.

Em princípio existem quatro gêneros de espíritos que compõem o panteão umbandista; podemos agrupá-los em duas categorias: a) espíritos de luz: caboclos, pretos-velhos e crianças – eles formam o que certos umbandistas chamam de ‘triângulo da Umbanda’; b) espíritos das trevas – os exus (Ortiz, 1991, p.71).

A ordem de apresentação também se constitui em ordem de valor. Pode-se, através dos atributos de cada entidade, relacioná-las, de forma geral, às seguintes imagens: índio idealizado romanticamente, negro escravo e ainda submisso, criança branca e homem da classe baixa, cuja falta de valores de nobreza o tornam propício às funções do labor.

  • Além desses quatro grupos principais, também podem ser encontrados baianos, boiadeiros, marinheiros, ciganos e médicos, entre outros (Negrão 1996).
  • Deve-se observar que a posição subalterna de algumas entidades é compensada por um fator fundamental para a sua valorização: são justamente essas que dão consultas e, por conseqüência, exercem contato e influência mais próximos aos fiéis do que aquelas que se encontram em mais alta posição na hierarquia espiritual (Birman, 1985).

No caso dos exus essa proximidade deve ser entendida, sobretudo, como afinidade, uma vez que eles são as entidades mais próximas do homem comum, com suas aflições e incertezas (Trindade, 1981; Negrão, 1996). Essa afinidade pode ser reafirmada pelas características da possessão na Umbanda.

  • Segundo definição de Magnani (1986), a possessão é a,
  • Forma de contato com o sobrenatural através da incorporação de entidades espirituais nos iniciados que, momentaneamente despojados de suas características individuais, passam a agir sob a influência daquelas entidades; em alguns contextos o mesmo que transe (p.60).

Na Umbanda, onde o transe se encontra entre as representações individual e mítica (como no Candomblé), atualizando personagens que se encontram presentes no cotidiano e na memória popular (Magnani, 1986; Birman, 1991), as entidades se encontram mais próximas do mundo dos homens, uma vez que já viveram e possuem, assim, história objetivada em locais, funções desempenhadas e características pessoais.

Aquelas entidades que não possuem uma vida objetivamente localizada constituem o que podemos chamar de categorias vazias, papéis sem personagens. Essas personagens podem, assim, ser construídas pelo próprio médium, utilizando a sua própria história para gerar categorias com sentido (Ortiz, 1991). Esse fato faz com que seja possível o estudo de determinadas relações sociais que considere a análise da dinâmica que se estabelece no interior da prática umbandista, através da própria interação entre suas entidades, por exemplo, nos pontos cantados.

Segundo Prandi (1996), Nas religiões afro-brasileiras, todo cerimonial é cantado ao som dos atabaques, e quase todo também dançando. As cantigas de candomblé e os pontos-cantados da umbanda são instrumentos de identidade das entidades (p.144). Considerando que as cantigas se constituem em instrumentos que atualizam a identidade das entidades a partir de elementos e personagens do cotidiano, o presente trabalho tem como objetivo a caracterização dos Exus e Pombas-Giras, através dos pontos cantados da Umbanda, destacando os aspectos que possibilitam uma articulação com componentes do imaginário social brasileiro.

  • MÉTODO Foram analisadas 221 letras de pontos de Exu e Pomba-Gira recolhidos em livros e discos que se propõem a coletá-los e divulgá-los, encontrados em lojas de produtos religiosos.
  • As letras foram submetidas à Análise de Conteúdo (Bardin, 1994 e Vala, 1986) e agrupadas em categorias.
  • Três subdivisões foram previamente consideradas, quais sejam: a) pontos de Exu, b) pontos de Pomba-Gira e C) pontos de relação, onde são citadas as duas entidades.

RESULTADOS As categorias a) Descritivos de poder/funções atribuídas: pontos que fazem referência às funções das entidades, bem como aos poderes que possuem. Ex: Meia noite a maré vazou/ Lua veio anunciar/ Eu já vou vencer demanda/ Saravá, Calunguinha do mar.

  • B) Caracterização (indumentária, imagem): pontos que relatam a aparência física das entidades e/ou mencionam vestuário e acessórios/instrumentos que as caracterizam.
  • Ex: Olha que menina linda/ Olha que menina bela/ É Pomba-Gira Menina/ Me chamando da janela.
  • C) Identificação/saudação: pontos que contêm apenas o nome da entidade e/ou uma saudação a ela.

Ex: Pinga Fogo lá na encruza/ Pinga-Fogo lá na serra/ Abre a porta, minha gente/ Pinga-Fogo tá na terra. d) Relação hierárquica: pontos onde há menção a outras entidades associadas a Exu, exceto Pomba-Gira, e vice-versa, com alguma relação diferencial de poder e/ou hierarquia.

Também foram considerados os pontos que explicitam a posição hierárquica que a entidade ocupa. Ex: Exu foi batizado/ E recebeu a sua cruz/ Na falange de Dom Miguel/ Kamiloá nos defende, nos conduz. e) Personalidade: nessa categoria foram incluídos pontos em que há referência a traços de personalidade/caráter das entidades.

Ex: A encruza estremeceu/ Uma gargalhada soou além/ Salve Exu, que é batizado/ Exu do fogo não ataca ninguém/ O Exu é bom, não ataca ninguém. f) Proteção: pontos que relatam o aspecto protetor das entidades àqueles a quem estão relacionados. Ex: Seu Sete-Pedras, livra o caminho que passo/ Seu Sete Pedras, livra o caminho que eu passo/ Quando ando com Sete-Pedras/ Meus caminhos não têm embaraço.

  1. G) Morada: pontos em que há referência à existência de uma morada específica das entidades.
  2. Não foram consideradas referências às ruas, encruzilhadas e cemitérios, locais característicos de permanência de quase todos os Exus e Pombas-Giras, exceto quando os pontos utilizam o verbo morar ou seus derivados.

Ex: Pomba-Gira, aê, aê/ Pomba-Gira é de Maceió/ Aonde mora Pomba-Gira/ Ela mora no Maceió. h) Advertência: pontos que se propõem advertir sobre os poderes das entidades, sem fazer referência específica a esses poderes. Ex: Ao ver Exu na encruza/ Com ele não se meta/ É ali que ele trabalha/ O reino é de Capa-Preta.

Pontos de Exu Os pontos de Exu analisados (80,77% do total) apontam maior ocorrência de menções a aspectos relacionados à descrição do poder e às funções atribuídas a essa entidade (31,6%). Nessa categoria são identificados como principais funções/poderes dos Exus: trabalhar, vencer demandas, vigiar, levar mensagens, despachar Ebó, segurar a gira, defender, conduzir, fazer magia e levar o mal para o fundo do mar,

Como segunda categoria com maior freqüência (22,4%), encontramos os pontos relativos a sua identificação e saudação. A terceira categoria mais freqüente (15,3%) é aquela que se refere ao que chamamos de relações hierárquicas entre os Exus ou entre esses e outras divindades (Santo Antônio, Ogum, Dom Miguel).

  1. Aqui também foram incluídos os pontos onde são encontradas referências a relações de parentesco (outros Exus ou Lúcifer) ou à filiação a linhas de Quimbanda ou Umbanda, desde que estivessem explícitas, em ambos os casos, condições desiguais de força ( Quadro 1 ).
  2. Pontos de Pomba-Gira As duas categorias com maior freqüência de respostas (30,23% cada) são aquelas que dizem respeito às descrições de poder/funções e à caracterização da entidade.
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Como funções/poderes atribuídos encontramos: trabalhar, comandar a madrugada, vencer demandas, carregar mandinga para o fundo do mar, cortar o embaraço, vigiar. Quanto à imagem e indumentária: moça, linda, menina bela, muito formosa, farrapos de chita, linda saia com sete guizos, figa de ouro, “sandalinha de pau”, saia rodada, manto é de veludo rebordado todo em ouro.

Os instrumentos relacionados à Pomba-Gira nos pontos analisados são: tesoura, garfo de prata, ponteiro de aço. A terceira categoria com maior número de menções (9,30%) foi a de identificação ( Quadro 1 ). Pontos de Relação Devido à pequena quantidade desses pontos (07) não nos pareceu relevante submetê-los a tratamento quantitativo.

Uma primeira análise qualitativa pode, entretanto, nos indicar algumas características da relação entre as entidades. A figura de Pomba-Gira pode ser identificada como companheira, mulher (não esposa) dos Exus, desempenhando, quando em sua presença, os papéis esperados da figura feminina no contexto do modelo tradicional das relações de gênero.

Ex: Exu fez uma casa/ Com sete portas/ Com sete janelas/ Exu não precisa de casa/ É Pomba-Gira quem vai morar nela. DISCUSSÃO Os dados relacionados às entidades Exu e Pomba-Gira, descritos acima, sugerem inicialmente a importância da análise das representações relativas ao feminino e ao masculino em nossa sociedade.

Para entendermos a forma como se processam as relações entre o masculino e feminino no Brasil, é fundamental que consideremos a tradição patriarcal historicamente dominante nos sistemas social, econômico e cultural. Segundo Parker (1991), a diferenciação entre homens e mulheres poderia, sob determinado aspecto, ser considerada, na sociedade brasileira, como formada por pólos atividade-passividade, dominância-submissão, força-fragilidade.

Essa polarização não se dá, entretanto, de forma absoluta, devendo ser consideradas posições intermediárias marcadas pela presença de papéis como o da prostituta. Contudo, esses papéis, valorizados negativamente, funcionam mais como um fator de referência a ser considerado para ser evitado, do que como um lugar com importância estrutural para o funcionamento do próprio sistema.

Os valores sociais relacionados ao feminino referem-se tradicionalmente à virgindade, submissão e procriação, enquanto os masculinos relacionam-se à força, autoridade e realização sexual. Os dados coletados nos revelam a presença desses valores. Exu é caracterizado principalmente pelas suas funções.

Fundem-se na sua caracterização o homem da noite e o trabalhador, papéis historicamente associados ao masculino. O trabalho de Exu, entretanto, é o que podemos designar como braçal; aqui se apresenta a primeira característica de classe. A sua identificação com a noite apresenta aspectos que também podem ser considerados indicadores de classe.

Os lugares que freqüenta comumente não são os destinados às camadas mais privilegiadas; seu local é a rua, onde acontecem tradicionalmente as manifestações do povo. Também é o lugar atribuído às desordens, ao permissível e ao potencialmente perigoso (DaMatta, 1991).

  • Há vários Exus para diversas funções/interesses.
  • Sua atuação se refere às esferas da saúde, financeira, afetiva (motivos pelos quais mais são procurados) e sexual.
  • Os Exus e Pombas-Giras são definidos principalmente pelo seu caráter sexual, relacionado à sua amoralidade, e, podemos dizer, provavelmente, aos lugares que freqüentam.

Pomba-Gira desempenha, por sua vez, funções, segundo os dados, muito semelhantes às dos Exus. Também é uma mulher da rua e do trabalho. Entretanto, o lugar da rua não é aquele esperado socialmente para a mulher, segundo a tradição patriarcal, podendo promover a sua identificação com as características atribuídas à prostituta.

Montero (1985) também identificou semelhanças entre as características atribuídas à Pomba-Gira e o estereótipo da prostituta, em oposição aos estereótipos da jovem virgem associado às caboclas, da mãe a Iemanjá e da mãe preta às pretas-velhas. Apesar das semelhanças porventura encontradas, não constatamos referências explícitas à Pomba-Gira como prostituta nos pontos analisados.

Sua identificação com essa figura, como dito, está baseada sobretudo nos lugares que freqüenta. Aqui, deve-se recordar que a categoria por nós definida como Morada não inclui os lugares onde as entidades transitam. Associação de Exus e Pombas-Giras com ruas e cemitérios são quase uma constante nos pontos analisados, o que não quer dizer que habitem nesses locais, e sim que mais provavelmente nele permaneçam por afinidade ou pelas características dos trabalhos que realizam ali.

Ex: Existe um Exu mulher/ Que não trabalha à toa/ Quando passa pela encruza/ Maria Quitéria não vacila/ Ela não faz coisa boa. Sobre a relação entre as Pombas-Giras e a prostituição, nos diz Meyer: Como é mulher, sua associação ao Mal, sua demonização passa pela imemorial marca infamante da feminilidade: a luxúria.

Encarnada noutro antigo estereótipo: a prostituta. Uma ‘mulher da vida’, com ‘sete maridos’, bem marcada, me parece, pelo tempo em que se constituía a Umbanda no espaço urbano: vários dos seus pontos cantados que ouvi, remetem a um espaço escuso da cidade, que já foi sinônimo de devassidão e ‘mulher perdida’: a Pomba-Gira é de cabaré (1993, p.104-105).

Segundo Prandi (1996), a Pomba-Gira “trata dos casos de amor, protege as mulheres que a procuram, é capaz de propiciar qualquer tipo de união amorosa e sexual” (p.148). A ela estão associados os trabalhos de feitiçaria, principalmente amorosa, o que nos permite fazer um paralelo com o espaço tradicionalmente relacionado à mulher, ou seja, o quintal, lugar das ervas e dos segredos mágicos e terapêuticos (Del Priore, 1993).

Suas atividades situam-se nos espaços exteriores à casa (a rua e o quintal), o que pode indicar a sua não-pertença ao núcleo familiar, uma vez que não se ajusta aos papéis tradicionais de esposa, mãe ou filha. Os dados revelam a entidade como dotada de uma beleza “física” e uma vaidade, que bem correspondem à expectativa em relação ao papel feminino, no qual a mulher deve se conservar sempre bonita, pois esse é o seu maior bem, a fim de satisfazer o homem.

  1. Conforme nos mostram os pontos de relação, esse é o papel da Pomba-Gira, em presença dos Exus.
  2. Se considerarmos também as marcas de raça e classe que estão a eles relacionadas na literatura, seu papel se torna duplamente estereotipado, uma vez que mulher e negra (Montero, 1985; Ortiz, 1991).
  3. Como pode ser visto, a identificação tradicional de Exu com o diabo cristão não está relacionada somente a sua aparência original, africana.

Componentes outros se somam a essa aparência e remetem a uma caracterização de ações também próxima. Talvez o principal desses componentes seja a sexualidade exacerbada. Historicamente, o diabo no ocidente utiliza o sexo dos humanos para tentá-los (Nogueira, 2000).

  1. Há referências diversas na história do Brasil sobre a proximidade entre o diabo e a luxúria, as práticas mágicas, a busca da resolução de problemas cotidianos, por fim, sua proximidade com o próprio homem (Souza, 1989).
  2. Até mesmo o caráter ambíguo da sexualidade esteve a ele relacionado, na figura de íncubos e súcubos (Mott, 1988).

Nesse ponto, há um aspecto particularmente importante: o diabo formou, desde o nosso período colonial, uma tríade bastante constante com a prostituição e a magia sexual. Segundo Souza, No Brasil colonial, dentre os que se ocuparam da magia, talvez a categoria mais estigmatizada com a prostituição tenha sido a das mulheres que vendiam filtros de amor, ensinavam orações para prender homens, receitavam beberagens e lavatórios de ervas.

  1. Magia sexual e prostituição pareciam andar sempre juntas (1989, p.241).
  2. Companheiro da prostituta, o malandro é figura recorrente no imaginário brasileiro.
  3. Sua avaliação, entretanto, tende a ser menos negativa do que a dela.
  4. Segundo DaMatta (1997), sua caracterização está relacionada à sua aversão pelo trabalho e à individualização da sua figura e de seus costumes.

Contudo, é inegável em nosso meio social a valorização da sua desenvoltura para resolver problemas e quase sempre levar vantagem, inclusive nas situações francamente adversas. Uma estrutura marcada pela hierarquia, como é o caso da Umbanda, certamente deve refletir em si aspectos da ordem social que a comporta.

A relação de dominação-subordinação encontrada no Candomblé entre os orixás e Exu (Trindade, 1982) também pode ser percebida na Umbanda. Outro fator relevante na identificação do lugar ocupado por Pomba-Gira e Exu na prática umbandista é a consideração das delimitações provenientes dos conceitos de linha e falange que “.

constituem divisões que agrupam as entidades de acordo com afinidades intelectuais e morais, origem étnica e, principalmente, segundo o estágio de evolução espiritual em que se apresentam, no astral” (Magnani, 1986, p.33). Essas divisões implicam uma hierarquia que indica, mais do que uma simples divisão entre o bem e o mal, esse caracterizado como inferior àquele, a necessidade de que “.

  1. O simbolismo dos ritos exprima a subordinação do princípio espiritual inferior ao princípio superior” (Ortiz, 1991, p.141).
  2. Essa hierarquia está presente de forma significativa nos dados apresentados acima, nos quais o reconhecimento de diferentes poderes se constitui em um princípio organizador que impede o caos.

Na hierarquia identificada pode-se notar claramente a superioridade dos Exus. A eles estão subordinadas as Pombas-Giras, menos numerosas, fato que se refletiu inclusive na quantidade geral de pontos coletados. O caráter moralmente ambíguo das entidades, evidenciado pela costumeira associação entre os Exus e a figura do trickster (Augras, 1983; Queiroz, 1991), sugere ser este um aspecto relacionado ao lugar que lhe é designado na hierarquia da umbanda.

As categorias denominadas “personalidade”, “proteção” e “advertência” referem-se a essa ambigüidade. Aqui encontramos Exu e Pomba-Gira como seres capazes de fazer tanto o bem quanto o mal, e por isso merecedores dos maiores cuidados e respeito. A moralidade das ações da entidade vai ser, entretanto, determinada pelo pedido do “consulente”, pois é esse quem vai fazer a sua oferenda, o seu pagamento.

Em última instância a responsabilidade moral é daquele que faz o pedido. A labilidade dessas entidades possibilita a solicitação de determinados favores somente a elas, não a outras consideradas mais evoluídas, pois poderia causar negativas ou repreensões.

Além desse fato, a percepção de Exu como alguém que já passou por condições adversas, em vida, pode caracterizá-lo como um interlocutor capaz de melhor entender os motivos daquele que pede, sendo, em determinado sentido, um igual. Dois eixos de submissão podem ser então considerados como centrais na análise.

O primeiro se relaciona à posição da figura feminina, localizada à margem pelo sexo e pela condição social. Seus atributos concedem-lhe a aparência desejada pelo masculino ao mesmo tempo em que sua caracterização como ser com sexualidade extremada a relega a uma situação em que sua inserção na rede social não pode se dar através do papel de mãe/esposa, sendo associada à prostituta na trama dos personagens cotidianos.

Suas funções estarão relacionadas aos pedidos de caráter sexual e afetivo, localizando-a então, conforme a moral cristã, no campo do pecado, ou seja, das trevas. O segundo eixo diz respeito à condição de Exu. Dado como amoral, só pode ser admitido para ele o local das trevas, a noite. É ali que pode expressar seu caráter sinuoso, escondido do convívio dos que trabalham normalmente.

Aqui também podemos considerar a sua inaptidão para o papel de pai/esposo, sendo considerado inadequado para as funções reprodutivas. Deve-se observar que não são encontradas referências familiares para os Exus e Pombas-Giras, o que é comum para os Pretos e Pretas-Velhas, geralmente chamados de tio/tia, avô/avó ou pai/mãe.

  • A relação que se estabelece com Exu é muitas vezes a de compadrio (Verger, 1999), reforçando a possibilidade de sua identificação, por parte de quem o consulta, como um igual.
  • À medida que admitimos a entidade como um molde a ser preenchido pelo médium, podemos também admitir que os estereótipos a ela historicamente relacionados encontram nele possibilidade de se atualizarem e por isso sobreviverem.

Não nos estamos referindo a uma simples incorporação do papel, mas sim a um mecanismo que permite a construção de um campo de significados que estão de acordo com a própria percepção do mundo pelo médium e pelos fiéis. Pombas-Giras e Exus são representações de personagens presentes na vida cotidiana, que apresentam tanto características individuais distintivas quanto traços coletivos de classe, o que proporciona a manutenção do estereótipo.

Vistas como a própria ambivalência, as caracterizações não poderiam ser diferentes: as entidades que possuem como função primeira o trabalho, são percebidas como malandro e prostituta. Como perigosas, necessitam de outras entidades mais elevadas para que sejam controladas e exerçam de forma adequada suas funções.

Segundo a descrição das moradas, são imigrantes que aportam num contexto que os considera inaptos para o desenvolvimento de funções que não estejam relacionadas ao trabalho braçal. Exu e Pomba-Gira podem ser, em última instância, alguns dos personagens pertencentes às camadas empobrecidas da sociedade, submetidas a toda sorte de preconceitos raciais, sociais, econômicos e culturais, que acabam por ser assumidos e propagados pela própria classe.

Quem é o líder dos Exus?

Pombagiras na Umbanda. Esse Arcanjo tem a missão de atuar junto à humanidade, vigiando e conduzindo as almas no.

Qual Exu mais evoluído?

Hierarquia – Os exus mais evoluídos são chamados de “exus cabeças de legião”, e comandam uma legião espiritual. São eles:

  • – serventia direta de,
  • – serventia direta de,
  • – serventia direta de,
  • – serventia direta de,
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  • – serventia direta de,

Essas legiões se subdividem em planos, subplanos, grupos, subgrupos e, Cada uma dessas subdivisões atende por um nome, mais ou menos específico. Assim, por exemplo, os espíritos que se autodenominam da falange de, na verdade são uma subdivisão de,

O que é Jesus na Umbanda?

Umbanda: 5 pontos para conhecer a religião brasileira Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Umbanda: 5 pontos para conhecer a religião (Foto: Clara Angeleas/MinC) Além da Proclamação da República, o Brasil comemora no dia 15 de novembro o Dia Nacional da Umbanda. A data remonta à data no ano de 1908 quando, aos 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, morador de São Gonçalo, subúrbio do Rio de Janeiro, recebeu uma que o instruiu a criar um culto,

Nasceu assim uma nova religião, 100% brasileira. Conheça a seguir 5 pontos para entender melhor a umbanda: Origem A palavra “umbanda” é originária da língua quimbunda, de Angola. Significa “”, “arte de curar”. Foi criada após o adolescente, prestes a ingressar na Marinha, apresentar uma paralisia inexplicada e um comportamento estranho.

Sua família o levou a um em Niterói, onde ele incorporou o espírito do Caboclo das Sete Encruzilhadas, que o instruiu a criar uma nova, saiba mais Brasileiros refazem rotas da escravidão e ressignificam memória africana Quatro perguntas e respostas para entender o Espiritismo Crenças As crenças da umbanda misturam elementos de candomblé, kardecista e,

É uma religião monoteísta, centrada na figura de um deus único e onipresente chamado Olorum. Mas existem também outras divindades, conhecidas como orixás, e guias espirituais (as entidades). O evangelho de é uma das suas referências morais por meio de valores como e fraternidade – o próprio Cristo é uma figura de destaque na figura do orixá Oxalá.

A religião prega também a imortalidade da alma, a reencarnação, e a existência e a interação com entidades espirituais. Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Umbanda: 5 pontos para conhecer a religião (Foto: Clara Angeleas/MinC) Divindades e entidades Abaixo de Olorum, são reverenciados os orixás da tradição iorubá, reconhecidos como entidades superiores, que variam de acordo com cada vertente da religião.

  1. São eles: Oxalá, Oxum, Oxóssi, Xangô, Ogum, Obaluaiê, Yemanjá, Oyá, Oxumaré, Obá, Egunitá, Yansã, Nanã e Omolu.
  2. Abaixo dos orixás, as entidades espirituais são organizadas em linhas e falanges, com diferentes categorias: Caboclos, os espíritos ; Pretos Velhos, espíritos de velhos ; Exus, espíritos de bem, mensageiros dos orixás; Pombas Giras, identificadas como damas da noite ou ; e Erês: espíritos das,
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Práticas e rituais As cerimônias e cultos de umbanda são realizados em casas, terreiros e barracões, ou ao ar livre, junto à, Os ritos são presididos por um “pai” ou uma “mãe”, responsáveis por ensinar a doutrina aos discípulos. Os rituais visam evocar os orixás e entidades espirituais a fim purificarem as energias dos participantes.

Os ritos não seguem uma ordem definida, podem variar de acordo com o local, o pai ou mãe-de-santo e a vertente. Os mais comuns são as sessões de passe (a imposição de mãos, onde se reorganiza as energias espirituais da pessoa) e de descarrego (ritual de limpeza espiritual, pode envolver o uso de ervas).

A umbanda também celebra batizados, consagrações e, saiba mais 5 fotos que retratam o trabalho antropológico do fotógrafo Pierre Verger Você consegue localizar os países da África de maneira correta? Umbanda hoje Segundo o Censo de 2010, o número de umbandistas no Brasil chega a 432 mil.

Mas, em entrevista à BBC Brasil a representante da Congregação Espírita Umbandista do Brasil, Fátima Damas, disse acreditar que este número é subnotificado. “Muitos umbandistas não admitem publicamente que são umbandistas. Por medo ou vergonha, preferem dizer que são católicos”, disse na reportagem de 2018.

Assim com outras religiões de, a umbanda enfrenta um cenário de intolerância religiosa. Foram 152 casos em 2018, um aumento de 5,5% em relação a 2017, segundo informações do Disque 100 do Ministério da Mulher, Família e, Em comparação, as demais religiões, excluindo as de matriz africana, sofreram uma queda de 9,9% nas denúncias de discriminação no mesmo período. Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Umbanda: 5 pontos para conhecer a religião (Foto: Clara Angeleas/MinC) : Umbanda: 5 pontos para conhecer a religião brasileira

Quem é a Umbanda acredita em deus?

A Umbanda é uma religião eminentemente espiritista e espiritualizadora. Portanto, a fé professada pelos seus praticantes, médiuns em sua maioria, exige uma crença forte em Deus e na existência do mundo espiritual que interage o tempo todo com o plano material.

Qual são as 7 entidade da Umbanda?

Orixás e entidades da umbanda Os orixás encontrados na Umbanda são: Oxalá, Xangô, Iemanjá, Ogum e Oxossi, Oxum, Iansã, Omulú e Nanã.

Quem é o Rei da Umbanda?

Oxóssi, na Umbanda, é considerado o Rei do Trono do Conhecimento.

Quem é o pai da Umbanda?

Zélio, o fundador da umbanda que não é bem aceito por umbandistas Bled (Eslovênia) | BBC News Brasil Se a tentativa era criar uma espécie de mito da religião nacional por excelência, elementos simbólicos não faltam na história de como o médium fluminense Zélio Fernandino de Moraes (1891-1975) teria criado a umbanda. Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Zélio, em foto publicada pelo jornal A Gazeta de São Gonçalo, extinto em 1937 – Domínio público Mais simbólico do sincretismo cultural, étnico e religioso do Brasil, impossível. Por outro lado, e é esse o ponto que vem sendo revisto e muito criticado por pesquisadores contemporâneos da umbanda, considerar Zélio o precursor dessa religião é também resultado de um processo de embranquecimento —é negar que a umbanda já vinha sendo praticada por negros oriundos da África e seus descendentes em solo brasileiro, é entregar a primazia da religião afrobrasileira a um homem branco.

  • Não é um assunto novo: a história de Zélio como fundador da umbanda vem sendo questionada.
  • Eu não o considero fundador da umbanda porque a umbanda é muito anterior a isso”, crava o sociólogo Lucas de Lucena Fiorotti, autor da página Abrindo a Gira, no Instagram.
  • Ele se tornou uma figura importante em função do embranquecimento,

Ele é importante para um tipo de umbanda, que no passado queriam chamar de ‘espiritismo de umbanda’. Quem o celebra como fundador da umbanda não tem culpa. A culpa é do projeto de país”, acrescenta Fiorotti. Para o historiador Guilherme Watanabe, pai de santo do terreiro Urubatão da Guia, em, e membro fundador do Coletivo Navalha, Zélio é “a representação de uma grande construção histórica”, do “mito de fundação que, a partir dos anos 1960, começa a se fazer no Rio”.

Uma grande mentira”, sentencia. Filho de uma família tradicional de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, Zélio estava se preparando para seguir carreira militar na Marinha quando foi acometido por uma paralisia. Ele tinha 17 anos. Acamado por alguns dias, teria declarado que “amanhã estarei curado” e, de fato, no dia seguinte levantou-se como se nada houvesse acontecido.

Diante da surpresa dos médicos, os familiares decidiram recorrer a padres católicos —que também não souberam explicar o que havia sucedido ao jovem. Para a família, Zélio sofria de distúrbios espirituais. Então, por indicação de um amigo, levaram-no até a Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, então sediada em Niterói. Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Ilustração antiga e recortada do padre Gabriel Malagrida, morto pela Inquisição em Lisboa – Domínio Público O dirigente da sessão, então, teria classificado tais espíritos como atrasados e solicitado que eles se retirassem. Foi quando Zélio acabaria incorporando uma entidade, o chamado Caboclo das Sete Encruzilhadas, em defesa dos pretos velhos e dos caboclos.

E disse que se ali não houvesse espaço para que negros e indígenas “cumprissem sua missão”, ele, o tal caboclo, fundaria no dia seguinte um novo culto —na casa de Zélio. Seria então 15 de novembro de 1908. E, para muitos, trata-se do marco fundador da umbanda, como uma nova religião do Brasil. A partir do episódio, Zélio e o Caboclo das Sete Encruzilhadas seriam identidades indissociáveis.

De acordo com o médium, a entidade seria a manifestação do padre jesuíta italiano Gabriel Malagrida (1689-1761), um missionário que chegou a andar pelo Brasil catequizando indígenas e, mais tarde, acusado de bruxaria e heresia, foi morto pela fogueira da Inquisição em Lisboa.

  • Segundo a narrativa de Zélio, na “última existência física”, Deus teria concedido a Malagrida “o privilégio de nascer como caboclo brasileiro”.
  • Com esse caldo cultural multiétnico, estava criado o mito da fundação da umbanda.
  • Conforme explica o sacerdote de umbanda David Dias, pesquisador em ciência da religião na PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), a história de Zélio pode ser vista sob duas óticas.

Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Selo em homenagem a Zélio de Moraes – Reprodução/Correios “A primeira traz sua vida contada por meio dos manuais de umbanda e mantida pela sua família, a qual assegura sua memória até os dias de hoje. Já a segunda é contada por meio de um mito de criação onde cada um que conta aumenta uma ponta, deixando na história contada uma lenda de existência questionável”, pondera ele.

  1. O pesquisador ressalta que há ainda um fato importante que só reforça a ideia de que muitos detalhes não tenham passado de ficção para azeitar uma mitologia da fundação.
  2. “Na ata de 15 de novembro de 1908 da citada federação não há registros destes fatos, o nome do dirigente da suposta sessão não confere com a história, nem mesmo o nome de Zélio se faz presente”, afirma Dias.
  3. Por fim, ele lembra ainda que a figura do Caboclo das Sete Encruzilhadas também apresenta “incongruências”.
  4. Segundo especialistas, a história de Zélio como fundador da umbanda foi uma construção que passou a tomar forma nos anos 1960, quando o médium já era idoso.
  5. Em 1961, a jornalista e umbandista Lilia Ribeiro publicou pela primeira vez essa versão no jornal informativo Macaia, ligado à Tenda de Umbanda Luz, Esperança e Caridade, da qual ela era dirigente.

Após a morte de Zélio, essa narrativa se consolidou. Em dezembro de 1978, por exemplo, a Revista Planeta, publicação da Editora Três que hoje não circula mais, trouxe uma grande reportagem intitulada “Como surgiu a umbanda em nosso país: 70º aniversário de uma religião brasileira”, na qual todos os elementos dessa mitologia fundadora estavam presentes.

  • Fiorotti acredita que então Zélio se torna “uma figura importante para a umbanda hegemônica”.
  • Mas que tudo seria um esforço sistêmico para apagar as raízes realmente africanas —e anteriores ao século 20.
  • “Há indícios de que já havia práticas de umbanda muito semelhantes tanto em ritualística quanto em estética ao que acontece hoje muito antes de 1908”, diz ele.

“Essa umbanda que tem Zélio como fundador é uma umbanda muito associada ao espiritismo em si. Mas há diversos autores que se sentem contemplados por essa narrativa e eles são pessoas fortemente associadas ao espiritismo e a algumas ideias esotéricas, místicas.

Fogem da vivência do terreiro de fato. A estrutura umbandista já existia no século 19.” Watanabe lembra que a própria palavra umbanda vem das línguas quimbundo e umbundu da África Central e “significa algo como arte ou maneira de curar”. “É uma palavra que existe há muito tempo e, como sendo arte ou maneira de curar, se trata de uma prática medicinal e espiritual feita por um médico feiticeiro”, contextualiza.

“Algo que já era praticado por centro-africanos desde muito tempo atrás e, a partir da diáspora, do tráfico de escravizados, acaba sendo trazido ao Brasil. Por isso, no Rio de Janeiro do século 19 já havia diversas casas de feiticeiros africanos.”

  1. Para Fiorotti, a mitologia de Zélio é, na verdade, a tentativa do “embranquecimento da umbanda, dentro da ideia da democracia racial, de que não há racismo no Brasil, de que as relações raciais são simétricas”.
  2. “Essa umbanda do Zélio está na esteira desse país que começa a se pensar como mestiço para disfarçar os problemas das relações sociais”, aponta.
  3. Assim, Zélio teria sido “usado” como “uma história privilegiada para encarnar a umbanda da democracia racial”, enfatiza o pesquisador.
  4. E a consolidação desse estilo deixou como legado uma série de “descaracterização das divindades, dos orixás, dos espíritos”.

“Por exemplo, ao dizer que um caboclo, que é indígena, pode ser um branco. Ou dizendo que um preto velho pode ser uma pessoa branca. São absurdos. Mas a partir dessa umbanda, isso passou a ser possível”, exemplifica. “Zélio é a história de um homem branco classe média que se apropria da cultura dos centro-africanos e seus descendentes”, resume o historiador Watanabe.

“Além disso, apaga e invisibiliza a cultura dos centro-africanos ao se dizer fundador de algo que, na verdade, já existia.” E de onde vêm as sete encruzilhadas? A resposta está na própria ideia umbandista do que é uma encruzilhada. “É um conceito: estar na encruzilhada, ao contrário do que as pessoas costumam pensar, é desejável.

Porque tudo é feito de caminhos. Um caminho reto, sem possibilidades, não é desejável. O desejável é estarmos na encruzilhada, onde não há caminho fechado”, explica o sociólogo Fiorotti. “Sete encruzilhadas, assim, é o infinito de possibilidades”, conclui ele.

Qual foi a primeira entidade da Umbanda?

A umbanda – Brasil Escola A U M B A N D A O Movimento Umbandista teve seu início no dia 15 de novembro de 1908. Ocorreu no BRASIL, no Bairro de Neves, na época, pertencente ao Município de Niterói, RJ. Para falar melhor deste acontecimento, é necessária algumas explicações e definições, como por exemplo: – Quem foi Zélio Fernandino de Morais? Foi por intermédio do Sr.

  • Zélio, então com dezessete anos na época, nascido em família tradicional católica, que se manifestou pela primeira vez a entidade que se denominou Caboclo das Sete Encruzilhadas.
  • Zélio foi acometido por uma inexplicável paralisia, sem explicação plausível para a medicina.
  • Certo dia, ergueu-se da cama dizendo: “Amanhã estarei curado!” De fato, foi o que ocorreu no dia seguinte: levantou-se normalmente e começou a andar, como se nada lhe houvesse acontecido.

Um amigo da família, sabendo do ocorrido, sugeriu uma visita à Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro, (na época sediada em niterói e presidida pelo Sr. José de Souza). E assim foi feito. No dia 15 de novembro o jovem Zélio foi convidado a participar da sessão.

  1. O Dirigente dos trabalhos espirituais determinou que ocupasse um lugar à mesa.
  2. Tomado por uma força estranha e superior a sua vontade, contrariando as normas que impediam o afastamento de qualquer dos componentes da mesa, o jovem levantou-se dizendo: Aqui está faltando uma flor – e saiu da sala indo ao jardim, voltando logo depois com uma flor, (uma rosa branca), que depositou no centro da mesa.

Essa atitude insólita causou quase um tumulto. Restabelecidos os trabalhos, manifestaram- se espíritos que se diziam de pretos escravos e de índios; foram convidados a se retirarem, advertidos do seu estado de atraso espiritual. Novamente um força estranha dominou o jovem Zélio e ele falou, sem saber o que dizia.

  • Ouvia apenas a sua própria voz perguntar o motivo que levava os dirigentes dos trabalhos a não aceitarem a comunicação desses Espíritos e por que eram considerados atrasados apenas pela diferença de cor, da classe social que revelavam.
  • Seguiu-se um diálogo acalorado, e os responsáveis pela sessão procuravam doutrinar e afastar o Espírito desconhecido, que desenvolvia uma argumentação segura.

Um dos médiuns videntes perguntou: Por que o irmão fala nesses termos pretendendo que a direção aceite a manifestação de Espíritos que pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados são declaradamente atrasados? – Por que fala desse modo, se estou vendo que me dirijo, neste momento, a um jesuíta e sua veste branca reflete uma aura de luz? – E qual é o seu nome meu Irmão? Então o Espírito que utilizava o jovem Zélio como canal passou a responder: – Se julgam atrasados os Espíritos dos pretos e dos índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho para dar início a um culto em que esses pretos e esses índios poderão dar sua mensagem, e assim cumprir a missão que o Plano Espiritual lhes confiou.

  1. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados.
  2. E se querem saber o meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim.
  3. Julga o Irmão que alguém irá assistir ao seu culto? – Perguntou com certa ironia o médium vidente.

– Cada colina de Niterói atuará como porta voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei. No dia seguinte, 16 de novembro de 1908, toda a família de Zélio, inclusive ele próprio, estavam apavorados. Nem ele mesmo sabia explicar o que se passava. Estava surpreso em haver dialogado com aqueles austeros senhores de cabeça branca, em volta de uma mesa onde se praticava um trabalho para ele desconhecido.

  • Como poderia aos 17 anos organizar um Culto? No entanto, ele mesmo falava sem saber o que dizia e porque dizia.
  • Era uma sensação estranha.
  • Uma força superior que lhe impelia a fazer e dizer o que nem sequer se passava pelo seu pensamento.
  • E no dia seguinte, em casa de sua família, na Rua Floriano Peixoto nº 30, em Neves, Niterói, ao se aproximar da hora marcada – 20 horas – já se reuniam os membros da Federação Espírita, seguramente para comprovar a veracidade do que fora declarado na véspera; os parentes mais chegados, amigos, vizinhos e do lado de fora grande número de desconhecidos.

Às 20 horas, manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Declarou que se iniciava, naquele momento, um novo Culto em que Espíritos dos velhos africanos, que haviam servido com escravos e que desencarnados não encontravam campo de ação nos remanescentes das seitas negras e os índios nativos da nossa terra, poderiam trabalhar em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, a raça, o credo e a condição social.

A prática da caridade no sentido do Amor Fraterno seria a característica principal desse Culto, que teria por base o Evangelho de Jesus e como Mestre Supremo o Cristo. O Caboclo estabeleceu as normas em que processaria o Culto. Sessões – assim se chamariam os períodos de Trabalho Espiritual – diárias, dás 20 às 22 horas: os participantes estariam uniformizados de branco e o atendimento seria gratuito.

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Deu também um nome a esse movimento religioso que se iniciava, disse primeiro Allabanda, mas considerando que não soava bem a sua vibração substituiu-se por Aumbanda e mais tarde por Umbanda, palavra de origem Sânscrita. A casa de trabalhos espirituais que no momento se fundava recebeu o nome de Nossa Senhora da Piedade, porque assim com Maria acolhe o filho nos braços, também seriam acolhidos todos os que necessitassem de ajuda ou de conforto.

  • Ditadas as bases do Culto, após responder em Latim e Alemão às perguntas dos sacerdotes ali presentes, o Caboclo das Sete Encruzilhadas passou à parte prática dos trabalhos, curando enfermos, fazendo andar aleijados.
  • Antes do término da sessão manifestou-se um Preto-Velho, Pai Antônio, que vinha completar as curas.

Nos dias seguintes, verdadeira romaria formou-se na Rua Floriano Peixoto. Enfermos, cegos, paralíticos vinham em busca de cura e ali a encontravam, em Nome de Jesus. Médiuns, cuja manifestação mediúnica fora considerada loucura, deixaram os sanatórios e deram provas de suas qualidades excepcionais.

Testemunhas que presenciavam o fato contam que médicos dos sanatórios mandavam a relação de seus doentes e a entidade, incorporada em Zélio apontava as que eram portadoras de perturbações psíquicas: – Estes, eu posso curar – e os acolhia na residência do médium. Os outros eram realmente enfermos mentais; a cura competia à medicina.

Se a prática dos trabalhos maravilhava a todos e as curas de obsedados se repetiam diariamente, a doutrina do culto era estruturada em reuniões semanais, às quintas-feiras, na residência de Zélio. O Caboclo das Sete Encruzilhadas explicava os seus conceitos de fraternidade e de humildade, lembrava as passagens principais do Evangelho, recomendava o procedimento correto na vida material, o cuidado indispensável com a saúde, as normas de moral elevada e o ” daí de graça o que de graça recebeste”.

  • Dizia Ele: são três os perigos que ameaçam o médium: a vaidade, a consulente mulher o médium homem e vice-versa: e o dinheiro, a vil moeda que leva o homem a perder o caráter, e o médium que mercantilizar a sua missão, a faltar aos compromissos com o Mundo Superior.
  • Embora não seguindo a carreira militar a que se destinava, pois sua missão mediúnica não o permitiu, Zélio nunca fez profissão da mediunidade.

Trabalhava para o sustento de sua família e diversas vezes contribuiu financeiramente para manter os templos que o Caboclo das Sete Encruzilhadas fundou. Ministros, Industriais e Militares que recorriam ao poder mediúnico de Zélio para a cura de parentes enfermos e os viam recuperados, procuravam retribuir o benefício através de presentes ou preenchendo cheques vultuosos.

– ” Não os aceite!!! Devolva-os!! ! – ” ordenava sempre o Caboclo. E Zélio podia dizer de cabeça erguida: ” Nunca recebi um centavo pelas curas praticadas pelos guias. O Caboclo abominava a retribuição monetária ao trabalho mediúnico. Não há ninguém que possa dizer que retribuiu a uma cura com dinheiro e foram curas aos milhares.

Retribuíam, isto sim, com sua fé, ajudando ao Trabalho do Caboclo e de Pai Antônio, como cambonos ou assumindo a Direção Material dos Templos fundados, ou participando da corrente mediúnica, quando tinham condições para isto.” Dez anos após a fundação da Tenda Nossa senhora da Piedade, registrada com o nome de Tenda Espírita, porque não era permitido na época o registro de uma entidade com a especificação de Umbanda, o Caboclo das Sete Encruzilhadas declarou que se iniciava a segunda parte de sua missão: a criação de sete Templos, que seriam o núcleo do qual se propagaria a Religião de Umbanda.

Os Dirigentes recebiam esclarecimentos nas aulas de quinta-feira e na Tenda da Piedade preparavam-se grupos que iriam formar os novos Templos. Assim, sucessivamente as sete Tendas foram fundadas, a saber: Tenda Nossa Senhora da Conceição, Tenda Nossa Senhora da Guia, Tenda Santa Bárbara, Tenda São Pedro, Tenda Oxalá, Tenda São Jorge e Tenda São Jerônimo.

Dezenas de Tendas foram fundadas sob a orientação do Caboclo das Sete Encruzilhadas no Estado do Rio, em São Paulo, em Minas Gerais, no Espírito Santo, no Rio Grande do Sul. Sempre que possível o médium Zélio participava da instalação das novas Tendas.

Quando o trabalho material não o permitia, enviava médiuns capacitados para organizar e dirigir a nova Casa. Em todo Território Brasileiro existem Templos fundados diretamente pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas ou descendentes deste. Alguns desvirtuaram- se de seus princípios, outros mantém-se fiéis as normas iniciais.

Em 1939, o Caboclo determinou que se funda-se uma Federação para congregar os Templos Umbandistas e que deveria ser o Núcleo Central desse Culto, em que o simples uniforme branco de algodão dos médiuns estabelecia a igualdade de classes e a simplicidade do ritual permitia dedicar integralmente o tempo das sessões ao atendimento dos necessitados.

  • O ritual preconizado pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas excluiu tudo o que de supérfulo.
  • São palavras textuais de Zélio Fernandino de Morais: – ” O Caboclo das Sete Encruzilhadas nunca determinou o sacrifício de aves e animais, quer para homenagear entidades, quer para fortificar a minha mediunidade! !!” Nas sessões apenas os cânticos muitos firmes e ritimados para incorporação dos guias e a manutenção da corrente vibratória.

O uniforme é branco, de tecido simples, as guias usadas são apenas as que determinam a entidade que se manifesta. Os banhos de ervas, os amacis, as concentrações nos ambientes da natureza, a par do ensinamento a base do Evangelho, constituem os principais elementos de preparação de médium.

São severos os testes que levam a considerar o médium apto a cumprir sua missão mediúnica. A tarefa que sobre os seus ombros tomou o Caboclo das Sete Encruzilhadas – Organizar a Lei de Umbanda no Brasil – é um verdadeiro milagre de fé e nos leva a um sentimento de profundo respeito por essa Entidade que se fez pequena e procura velar-se sob a capa de uma humildade perfeita.

É a Ele que se deve a purificação dos trabalhos nos terreiros. Não veio para destruir o ritual e sim dar-lhe força e método. Manter sua pureza e propagá-lo com sua organização maravilhosa. O que nós todos lhe devemos é inestimável, jamais poderemos retribuir os benefícios espalhados por Ele e pelos Espíritos que acorreram ao seu chamado.

Esta mensagem que agora passamos a citar, foi gravada em 1971 por ocasião do Sexagésimo Terceiro Aniversário da Tenda Nossa Senhora da Piedade: A Umbanda tem progredido e vai progredir. É preciso haver sinceridade, honestidade, e eu previno sempre aos companheiros de muitos anos: a vil moeda vai prejudicar a Umbanda, médiuns que vão se vender e que serão, mais tarde, expulsos como Jesus expulsou os vendilhões do Templo.

O perigo do médium homem é a consulente mulher, o da médium mulher é o consulente homem. É preciso estar sempre de prevenção, porque os próprios obsessores que procuram atacar as nossas Casas fazem que toque algumacoisa ao coração da mulher que fala ao Pai de Terreiro, como ao coração do homem que fala à Mãe de Terreiro.

É preciso ter muito cuidado e haver moral para que a Umbanda progrida. Umbanda é humildade, amor e caridade – essa é a nossa bandeira. Neste momento meus irmãos, me rodeiam diversos espíritos que trabalham na Umbanda do Brasil: Caboclos de Oxóssi, de Ogum, de Xangô. Este que vos fala, porém é da falange de Oxóssi, meu Pai, e não veio por acaso, trouxe uma Ordem, uma Missão.

Meus Irmãos, sejam humildes, tenham amor no coração, amor de irmão para irmão, pois as vossas mediunidades ficarão mais puras, servindo aos espíritos superiores que venham baixar entre vós, é preciso que os aparelhos sejam sempre limpos, os instrumentos afinados com as virtudes que Jesus pregou na Terra, para que tenhamos boas comunicações e proteção para aqueles que vêm em busca de socorro nas Casas de Umbanda.

  • Meus Irmãos, este aparelho já esta velho com 80 anos a fazer, mas começou antes dos 18.
  • Posso dizer que o ajudei a casar para que não estivesse a dar cabeçadas, para que fosse um médium aproveitável e que pela sua mediunidade eu pudesse implantar a nossa Umbanda.
  • A maior parte dos que trabalham na Umbanda, se não passaram por esta Tenda, passaram pelas que saíram desta Casa.

Tenho uma coisa a vos pedir: se Jesus veio ao Planeta Terra na humilde manjedoura, não foi por acaso, assim o Pai determinou, podia ter procurado a Casa de um Potentado da época, mas foi escolher aquela que havia de ser a sua Mãe, esse Espírito que viria a traçar à Humanidade os passos para obter paz, saúde e felicidade.

Que o nascimento de Jesus, a humildade em que Ele baixou à Terra, a Estrela que iluminou aquele estábulo, sirvam de exemplos, iluminando os vossos espíritos, tirando os escuros de maldade por pensamento, por práticas e ações, que Deus perdoe as maldades que possam ter sido pensadas, para que a paz possa reinar em vossos corações e nos vossos lares.

Fechai os olhos para a Casa do vizinho, fechai a boca para não murmurar contra quem quer que seja, não julgueis para não serdes julgados, acreditai em Deus e a paz entrará em vosso lar, é dos Evangelhos. Eu, meus Irmãos, como o menor Espírito que baixou à Terra, mas amigo de todos, numa concentração perfeita dos companheiros que me rodeiam neste momento, peço que eles sintam a necessidade de cada um de vós e que ao sairdes deste Templo de caridade encontreis os caminhos abertos, vossos enfermos melhorados e curados e a saúde para sempre em vossa matéria.

Com um voto de paz, saúde e felicidade, com humildade, amor e caridade, sou e serei sempre o humilde Caboclo das Sete Encruzilhadas.” Zélio Fernandino de Moraes retornou ao plano espiritual no dia 3 de outubro de 1975, contando com 84 anos de idade e 67 de sua mediunidade positiva e caridosa junto ao Espírito amigo do Caboclo das sete Encruzilhadas.

Paz e Luz ao seu Espírito amigo, tolerante e humilde. Deus te abençoe Querido Irmão!!! Portanto que a Umbanda não é Candomblé. A Umbanda não é Espiritismo. A Umbanda é a Umbanda. São religiões distintas, que possuem sua própria dinâmica, ritos, cantos litúrgicos e particularidades.

Qual o orixá mais respeitado?

Obatalá ou Orixanlá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo e dos corpos humanos.

Como o Orixá escolhe uma pessoa?

Os orixás – Brasil Escola A chegada dos escravos africanos ao Brasil foi responsável pela consolidação de uma nova experiência religiosa em nosso território. Contudo, ao contrário do que muitos chegam a imaginar, não podemos supor que esse movimento simplesmente instalou a mesma lógica e as mesmas divindades cultuadas no território africano.

  • Ao mesmo tempo em que alguns deuses ficaram para trás, outros foram criados para compor uma experiência singular.
  • Desse vasto panteão de divindades, os orixás se tornaram os mais conhecidos entre os praticantes e não praticantes das religiões de origem e influência africana.
  • Segundo os ensinamentos do candomblé, todas as pessoas são filhas de orixás.

Para que seja possível determinar a quais orixás um indivíduo pertence, ele precisa recorrer aos saberes oferecidos pelo jogo de búzios. O jogo de búzios consiste basicamente no lançamento de dezesseis conchas, também conhecidas como cauris, em uma peneira.

  • O pai de santo é o único capaz de realizar o lançamento das conchas e realizar a correta leitura da posição de cada búzio.
  • Além do jogo, os praticantes do candomblé também associam a pessoa ao seu orixá através das características físicas e psicológicas do praticante.
  • Segundo a crença, cada pessoa recebe a influência de dois orixás principais.

O primeiro é conhecido como o “orixá da frente” e o segundo como o “orixá de trás”, “segundo santo” ou “jutó”. Esse casal de divindades promove a proteção de seu seguidor e são reverenciados pelo pai de santo quando este toca a testa, para o orixá da frente, e a nuca para o orixá de trás.

  • Além dessas duas divindades, uma pessoa pode incorporar a proteção de outros deuses, completando o número máximo de sete orixás.
  • Não pare agora.
  • Tem mais depois da publicidade 😉 No conjunto das religiões afro-brasileiras, os orixás podem assumir diferentes nomenclaturas segundo a crença que o adota.

Na umbanda, os orixás não são diretamente incorporados pelas pessoas com aptidões mediúnicas. Geralmente, o orixá envia um representante, o falangeiro, que tem a função de repassar as ordens e orientações do orixá que o domina. Entre os mais conhecidos orixás podemos destacar as figuras de Exu, orixá mensageiro sem o qual nenhuma transformação acontece; Ogum, divindade que está correntemente associada às guerras e à agricultura; Oxossi, reconhecido como irmão de Ogum e associado à caça e proteção.

Qual Orixá da força?

Criado e revisado pelos nossos especialistas Ogum é uma divindade de origem africana (orixá) cultuado em religiões afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé. Ogum é o orixá guerreiro, conhecido pela sua coragem e força. Aliás, em iorubá, grupo étnico-linguístico da África Ocidental, Ogum significa guerra.

Ogum é senhor da metalurgia, tendo domínio sobre o ferro e o aço e todas as ferramentas feitas com esses materiais, como a lança, o martelo, a faca, a ferradura e a enxada. É um orixá associado à luta e também ao trabalho, patrono tanto dos militares quanto dos trabalhadores braçais (sobretudo os ferreiros).

Seu símbolo é a espada e suas cores são o vermelho (na umbanda), o azul, o branco e o verde (no candomblé). No sincretismo das religiões afro-brasileiras, Ogum é associado a São Jorge, o cultuado Santo Guerreiro da religião católica. Por isso, comemora-se o dia de Ogum no mesmo dia de São Jorge: 23 de abril, Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Ogum incorporado em terreiro de candomblé na cidade de Salvador, na Bahia. Embora não seja um orixá agrícola, Ogum tem uma conexão com o plantio e a colheita, porque foi ele quem fez as primeiras ferramentas utilizadas na agricultura, como a enxada e a foice. Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda No sincretismo, São Jorge é associado a Ogum. Saiba o significado da expressão Salve Jorge,

Qual são as 7 entidade da Umbanda?

Orixás e entidades da umbanda Os orixás encontrados na Umbanda são: Oxalá, Xangô, Iemanjá, Ogum e Oxossi, Oxum, Iansã, Omulú e Nanã.

Quais são os 7 símbolos da Umbanda?

Estrelas, sóis, lanças, flechas, triângulos, folhas, raios, cruzes e ondas são os mais comuns. Dentre os inúmeros pontos riscados presentes na Umbanda, todos possuem a mesma função: evocar as entidades que vão ser trabalhadas, além de servirem como reservatório de energias e trazerem fluídos e medicamentos.

Qual orixá da força?

Criado e revisado pelos nossos especialistas Ogum é uma divindade de origem africana (orixá) cultuado em religiões afro-brasileiras, como a umbanda e o candomblé. Ogum é o orixá guerreiro, conhecido pela sua coragem e força. Aliás, em iorubá, grupo étnico-linguístico da África Ocidental, Ogum significa guerra.

Ogum é senhor da metalurgia, tendo domínio sobre o ferro e o aço e todas as ferramentas feitas com esses materiais, como a lança, o martelo, a faca, a ferradura e a enxada. É um orixá associado à luta e também ao trabalho, patrono tanto dos militares quanto dos trabalhadores braçais (sobretudo os ferreiros).

Seu símbolo é a espada e suas cores são o vermelho (na umbanda), o azul, o branco e o verde (no candomblé). No sincretismo das religiões afro-brasileiras, Ogum é associado a São Jorge, o cultuado Santo Guerreiro da religião católica. Por isso, comemora-se o dia de Ogum no mesmo dia de São Jorge: 23 de abril, Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda Ogum incorporado em terreiro de candomblé na cidade de Salvador, na Bahia. Embora não seja um orixá agrícola, Ogum tem uma conexão com o plantio e a colheita, porque foi ele quem fez as primeiras ferramentas utilizadas na agricultura, como a enxada e a foice. Qual Entidade Mais Forte Da Umbanda No sincretismo, São Jorge é associado a Ogum. Saiba o significado da expressão Salve Jorge,