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O Que Cronica?

O que é crônica e exemplos?

Crônica: características, tipos e exemplos Daniela Diana Professora licenciada em Letras A crônica é um gênero textual curto escrito em prosa, geralmente produzido para meios de comunicação, por exemplo, jornais, revistas, etc. Além de ser um texto curto, possui uma “vida curta”, ou seja, as crônicas tratam de acontecimentos corriqueiros do cotidiano.

O que que significa uma crônica?

A crônica é um gênero textual muito presente em jornais, revistas, portais de internet e blogs. Esse tipo de texto se destaca por abordar aspectos do cotidiano. Ou seja, questões comuns do nosso dia a dia.

O que é uma crônica no texto?

Como fazer uma crônica – Para produzir uma boa crônica, é necessário, antes de mais nada, ser um bom observador da vida cotidiana das cidades. É pela observação da realidade por uma perspectiva inusitada que o cronista encontra o tema de seus textos.

Para além disso, um texto de qualidade deve ser projetado, rascunhado e revisado sempre que possível. No caso das crônicas narrativas, vale a pena planejar bem quais serão os personagens, o cenário, o tempo e o enredo que serão redigidos. Caso seja para escrever uma crônica jornalística, vale a pena pesquisar bem os pontos de vista que serão apresentados e fundamentar bem o que será defendido no texto.

Aproveite para conferir nossas videoaulas relacionadas ao assunto:

Qual é o principal objetivo de uma crônica?

Estratégias – 1) Dividir a classe em grupos e selecionar com os alunos um conjunto de crônicas em jornais e revistas; 2) Cada grupo deve escolher uma crônica para discussão e análise. Serão propostos os seguintes tópicos para discussão:

A crônica narra de forma artística e pessoal fatos do cotidiano, geralmente colhidos no noticiário jornalístico. Que fatos estão enfatizados nesta crônica?A crônica geralmente é um texto curto e leve, escrito com objetivo de divertir o leitor e /ou levá-lo a refletir criticamente sobre a vida e o comportamento humano. Como estes dois objetivos estão presentes na crônica escolhida?O narrador presente na crônica pode ser do tipo observador ou personagem. Como é o narrador da crônica analisada?A crônica emprega geralmente a variedade padrão informal em linguagem curta e direta, próxima do leitor. Analise a linguagem empregada na crônica.

Quais são os temas de crônica?

Como fazer uma crônica – Para produzir uma boa crônica, é necessário, antes de mais nada, ser um bom observador da vida cotidiana das cidades. É pela observação da realidade por uma perspectiva inusitada que o cronista encontra o tema de seus textos.

Para além disso, um texto de qualidade deve ser projetado, rascunhado e revisado sempre que possível. No caso das crônicas narrativas, vale a pena planejar bem quais serão os personagens, o cenário, o tempo e o enredo que serão redigidos. Caso seja para escrever uma crônica jornalística, vale a pena pesquisar bem os pontos de vista que serão apresentados e fundamentar bem o que será defendido no texto.

Aproveite para conferir nossas videoaulas relacionadas ao assunto:

Porque se chama crônica?

Questão de gênero: O gênero textual crônica A palavra ” crônica”, em sua origem, está associada à palavra grega ” khrónos “, que significa tempo. De khrónos veio chronikós, que quer dizer “relacionado ao tempo”. No latim existia a palavra ” chronica “, para designar o gênero que fazia o registro dos acontecimentos históricos, verídicos, numa seqüência cronológica, sem um aprofundamento ou interpretação dos fatos.

  1. Como se comprova pela origem de seu nome, a crônica é um gênero textual que existe desde a Idade Antiga e vem se transformando ao longo do tempo.
  2. Justificando o nome do gênero que escreviam, os primeiros cronistas relatavam, principalmente, aqueles acontecimentos históricos relacionados a pessoas mais importantes, como reis, imperadores, generais etc.

A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do século XIX, com a implantação da imprensa em praticamente todas as partes do planeta. A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, também passaram a registrar a vida social, a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando seus escritos em revistas, jornais e folhetins.

Ou seja, de um modo geral, importantes escritores começam a usar as crônicas para registrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acontecimentos cotidianos de sua época, publicando-as em veículos de grande circulação. Os autores que escrevem crônicas como gênero literário, recriam os fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pessoal, buscando atingir a sensibilidade de seus leitores.

As que têm esse tom chegam a se confundir com contos. Embora apresente característica de literatura, o gênero também apresenta características jornalísticas: por relatar o cotidiano de modo conciso e de serem publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos leitores que podem partilhar esses fatos com os autores por terem vivido experiências semelhantes.

  1. As características atuais do gênero, porém, não estão ligadas somente ao desenvolvimento da imprensa.
  2. Também estão intimamente relacionadas às transformações sociais e à valorização da história social, isto é, da história que considera importantes os movimentos de todas as classes sociais e não só os das grandes figuras políticas ou militares.

No registro da história social, assim como na escrita das crônicas, um dos objetivos é mostrar a grandiosidade e a singularidade dos acontecimentos miúdos do cotidiano. Ao escrever as crônicas contemporâneas, os cronistas organizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, quase sempre como quem conta um caso, em tom intimista.

  1. Ao narrar, inserem em seu texto trechos de diálogos, recheados com expressões cotidianas.
  2. Escrevendo como quem conversa com seus leitores, como se estivessem muito próximos, os autores os envolvem com reflexões sobre a vida social, política, econômica, por vezes de forma humorística, outras de modo mais sério, outras com um jeito poético e mágico que indica o pertencimento do gênero à literatura.

Assim, uma forte característica do gênero é ter uma linguagem que mescla aspectos da escrita com outros da oralidade. Mesmo quando apresenta aspectos de gênero literário, a crônica, por conta do uso de linguagem coloquial e da proximidade com os fatos cotidianos, é vista como literatura “menor”.

Ao registrar a obra de grandes autores, como Machado, por exemplo, os críticos vêem em seus romances como as verdadeiras obras de arte e as crônicas como produções de segundo plano. Essa classificação como gênero literário menor não diminui sua importância. Por serem breves, leves, de fácil acesso, envolventes, elas possibilitam momentos de fruição a muitos leitores que nem sempre têm acesso aos romances.

No Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, muitos autores famosos passaram a escrever crônicas para folhetins. Coelho Neto, José de Alencar, Machado de Assis estavam entre aqueles que sobreviviam do jornalismo enquanto criavam seus romances.

Os cronistas, atualmente, são numerosos e costumam ter, cada um deles, seus leitores fiéis. Hoje, os cronistas nem sempre são romancistas que escrevem crônicas para garantir sua sobrevivência. Há aqueles que vêm do meio jornalístico ou de outras mídias, como rádio e TV. Por isso, a publicação do gênero também ocorre em meios diversificados: há cronistas que lêem suas crônicas em programas de TV ou rádio e outros que as publicam em sites na internet.

Pelo fato dos autores serem originários de diferentes campos de atividade e de publicarem seus textos em várias mídias, as crônicas atuais apresentam marcas dessas atividades. Por isso, há, atualmente, diferentes estilos de crônicas, associados ao perfil de quem as escreve.

Quais são as 5 principais características da crônica?

Quais as características da crônica? – Como você viu, a crônica é um gênero textual que se caracteriza, na temática, por abordar questões do cotidiano. Ela se situa entre o jornalismo e a literatura. Além da temática que falamos acima, a crônica também se caracteriza por:

  • Textos curtos e de fácil compreensão
  • Linguagem simples e descontraída
  • Poucos (ou nenhum) personagens nas histórias
  • Análise crítica sobre contextos e circunstâncias
  • Humor crítico, irônico e sarcástico
  • Linha cronológica estabelecida.

Quais são as características de uma crônica?

Características da crônica – Entre as principais características da crônica, é possível destacar a linguagem simples, objetiva e o texto curto, Além de se tratar de uma abordagem que geralmente retrata temas contemporâneos. Em seu eixo temático, é um texto que retrata acontecimentos do cotidiano, sempre com um caráter crítico (sobre comportamentos sociais, leis, instituições etc).

  1. É um gênero textual que passeia entre o jornalístico e o literário, trazendo temas reais trabalhados de forma mais subjetiva.
  2. A crônica é um tipo de texto que chama atenção pelo seu tom mais leve, muitas vezes irônico e humorístico, prendendo a atenção do leitor por contar a história de forma rápida e sem grandes detalhamentos.

A essência da crônica é:

Trata de assuntos contemporâneos;Utiliza linguagem simples e coloquial ;Faz uso de poucos ou nenhum personagem;Tom irônico e humorístico;Bastante usado no jornalismo ; Textos rápidos e objetivos.

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Quantas linhas tem que ter uma crônica?

Perguntas frequentes sobre as crônicas – Nas crônicas não existe um limite de linhas mínimas nem máximo. O tamanho ideal de uma crônica deve ser o suficiente para apresentar o raciocínio e as ideias do autor em uma ordem cronológica. Além disso, a crônica não deve ser muito grande, caso contrário, o leitor pode perder o interesse na leitura, dado que os leitores desse tipo de gênero estão em busca de textos rápidos e sucintos.

  1. Uma crônica é característica pela apresentação de uma ideia ou uma reflexão sobre algum fato do cotidiano.
  2. Narrada em poucos parágrafos e em linguagem simples, a crônica deve levar o leitor por um cenário específico e falar em um tempo determinado, explicando o ponto de vista do leitor, suas opiniões e o que levaram a escrever aquele texto.

Além disso, crônicas engraçadas são melhores aceitas pelo público em geral. Ser curto, rápido e envolvente. Explicar o acontecimento relatado em poucas linhas, unindo elementos jornalísticos, como a informação, a elementos da literatura, como a ficção e a reflexão.

Qual é o sinônimo da palavra crônica?

1 cronologia, cronografia, narrativa, prosa, conto, história, texto, escrita.

Como trabalhar com crônicas em sala de aula?

Realizar atividades baseadas na análise linguística de textos escolhidos. Propor atividades de produção escrita ao final de cada texto estudado. Produzir uma crônica sobre temas apresentados em uma notícia. Elaborar um caderno de crônicas com textos de autoria da turma.

O que é crônica argumentativa exemplo?

A crônica argumentativa é um texto híbrido que busca apresentar reflexões e pontos de vista pessoais a respeito de temas ou situações cotidianas. Ela se inicia com a apresentação temática, desenvolve-se com o aprofundamento da argumentação e é concluída com um desfecho que reitera a opinião do autor.

Qual é a estrutura de uma crônica?

Como fazer uma crônica: passo a passo – O Que Cronica A crônica, assim como todo texto, possui uma sequência lógica a ser seguida. Esse formato permite que ela seja legível. Portanto, a estrutura de uma crônica é formada por apresentação, desenvolvimento e conclusão. Porém, como os objetivos de cada crônica são variáveis, estes elementos também têm pequenas variações. Para explicar isso, vejamos alguns tipos de crônica:

Crônica narrativa : tem a intenção de narrar um evento cotidiano, apresentando o ponto de vista do autor sobre os fatos. Portanto, inicia apresentando a situação, desenvolve os acontecimentos e fecha com uma opinião do cronista. Crônica argumentativa : quer ser a favor ou contra um determinado tema ou, pelo menos, fazer pensar sobre ele. Assim, começa apresentando a discussão, desenvolve algumas possíveis interpretações e termina com a opinião do escritor. Crônica literária : o maior ícone deste estilo é Clarice Lispector, mas Luis Fernando Veríssimo também utiliza esta técnica, que consiste em contar uma história do cotidiano para demonstrar um ponto de vista através dela. Crônica humorística: esta é uma das mais rebeldes da turma, porque José Simão e Millôr Fernandes já provaram que a estrutura pode ser quebrada. Quer uma dica? É preciso expor muito bem uma situação ou contexto para ter graça.

Esses não são os únicos estilos de crônica, mas são suficientes para perceber uma coisa que todos têm em comum: o ponto de vista do autor. Ou seja, o humorista quer fazer rir e, para isso, escreve de forma diferente de quem argumenta a favor de uma ideia, por exemplo.

Como é a introdução de uma crônica?

Do ponto de vista estrutural, a crônica se apresenta da seguinte forma: Introdução: momento em que o autor apresenta o tema ao seu leitor, contextualizando-o. Desenvolvimento: o autor desenvolve sua tese/ponto de vista utilizando argumentos para convencer o seu interlocutor.

Qual é o principal objetivo de uma crônica?

Estratégias – 1) Dividir a classe em grupos e selecionar com os alunos um conjunto de crônicas em jornais e revistas; 2) Cada grupo deve escolher uma crônica para discussão e análise. Serão propostos os seguintes tópicos para discussão:

A crônica narra de forma artística e pessoal fatos do cotidiano, geralmente colhidos no noticiário jornalístico. Que fatos estão enfatizados nesta crônica?A crônica geralmente é um texto curto e leve, escrito com objetivo de divertir o leitor e /ou levá-lo a refletir criticamente sobre a vida e o comportamento humano. Como estes dois objetivos estão presentes na crônica escolhida?O narrador presente na crônica pode ser do tipo observador ou personagem. Como é o narrador da crônica analisada?A crônica emprega geralmente a variedade padrão informal em linguagem curta e direta, próxima do leitor. Analise a linguagem empregada na crônica.

Porque se chama crônica?

Questão de gênero: O gênero textual crônica A palavra ” crônica”, em sua origem, está associada à palavra grega ” khrónos “, que significa tempo. De khrónos veio chronikós, que quer dizer “relacionado ao tempo”. No latim existia a palavra ” chronica “, para designar o gênero que fazia o registro dos acontecimentos históricos, verídicos, numa seqüência cronológica, sem um aprofundamento ou interpretação dos fatos.

  • Como se comprova pela origem de seu nome, a crônica é um gênero textual que existe desde a Idade Antiga e vem se transformando ao longo do tempo.
  • Justificando o nome do gênero que escreviam, os primeiros cronistas relatavam, principalmente, aqueles acontecimentos históricos relacionados a pessoas mais importantes, como reis, imperadores, generais etc.

A crônica contemporânea é um gênero que se consolidou por volta do século XIX, com a implantação da imprensa em praticamente todas as partes do planeta. A partir dessa época, os cronistas, além de fazerem o relato em ordem cronológica dos grandes acontecimentos históricos, também passaram a registrar a vida social, a política, os costumes e o cotidiano do seu tempo, publicando seus escritos em revistas, jornais e folhetins.

  • Ou seja, de um modo geral, importantes escritores começam a usar as crônicas para registrar, de modo ora mais literário, ora mais jornalístico, os acontecimentos cotidianos de sua época, publicando-as em veículos de grande circulação.
  • Os autores que escrevem crônicas como gênero literário, recriam os fatos que relatam e escrevem de um ponto de vista pessoal, buscando atingir a sensibilidade de seus leitores.

As que têm esse tom chegam a se confundir com contos. Embora apresente característica de literatura, o gênero também apresenta características jornalísticas: por relatar o cotidiano de modo conciso e de serem publicadas em jornais, as crônicas têm existência breve, isto é, interessam aos leitores que podem partilhar esses fatos com os autores por terem vivido experiências semelhantes.

  • As características atuais do gênero, porém, não estão ligadas somente ao desenvolvimento da imprensa.
  • Também estão intimamente relacionadas às transformações sociais e à valorização da história social, isto é, da história que considera importantes os movimentos de todas as classes sociais e não só os das grandes figuras políticas ou militares.

No registro da história social, assim como na escrita das crônicas, um dos objetivos é mostrar a grandiosidade e a singularidade dos acontecimentos miúdos do cotidiano. Ao escrever as crônicas contemporâneas, os cronistas organizam sua narrativa em primeira ou terceira pessoa, quase sempre como quem conta um caso, em tom intimista.

Ao narrar, inserem em seu texto trechos de diálogos, recheados com expressões cotidianas. Escrevendo como quem conversa com seus leitores, como se estivessem muito próximos, os autores os envolvem com reflexões sobre a vida social, política, econômica, por vezes de forma humorística, outras de modo mais sério, outras com um jeito poético e mágico que indica o pertencimento do gênero à literatura.

Assim, uma forte característica do gênero é ter uma linguagem que mescla aspectos da escrita com outros da oralidade. Mesmo quando apresenta aspectos de gênero literário, a crônica, por conta do uso de linguagem coloquial e da proximidade com os fatos cotidianos, é vista como literatura “menor”.

  • Ao registrar a obra de grandes autores, como Machado, por exemplo, os críticos vêem em seus romances como as verdadeiras obras de arte e as crônicas como produções de segundo plano.
  • Essa classificação como gênero literário menor não diminui sua importância.
  • Por serem breves, leves, de fácil acesso, envolventes, elas possibilitam momentos de fruição a muitos leitores que nem sempre têm acesso aos romances.

No Brasil, a partir da segunda metade do século XIX, muitos autores famosos passaram a escrever crônicas para folhetins. Coelho Neto, José de Alencar, Machado de Assis estavam entre aqueles que sobreviviam do jornalismo enquanto criavam seus romances.

Os cronistas, atualmente, são numerosos e costumam ter, cada um deles, seus leitores fiéis. Hoje, os cronistas nem sempre são romancistas que escrevem crônicas para garantir sua sobrevivência. Há aqueles que vêm do meio jornalístico ou de outras mídias, como rádio e TV. Por isso, a publicação do gênero também ocorre em meios diversificados: há cronistas que lêem suas crônicas em programas de TV ou rádio e outros que as publicam em sites na internet.

Pelo fato dos autores serem originários de diferentes campos de atividade e de publicarem seus textos em várias mídias, as crônicas atuais apresentam marcas dessas atividades. Por isso, há, atualmente, diferentes estilos de crônicas, associados ao perfil de quem as escreve.

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Como faço para produzir uma crônica em sala de aula?

Trabalhando a crônica em sala de aula: “Direito dos burros”, de Machado de Assis

  • Joilda Alves de Oliveira (UFS)
  • Kely de Carvalho Oliveira (UFS)
  • Identificação

Esta sequência didática é resultado da disciplina de Literatura Portuguesa III, ministrada pela profª. Dra. Jeane de Cássia N. Santos, na Universidade Federal de Sergipe, campus Prof. Alberto Carvalho, Itabaiana/Sergipe. Introdução Nesta sequência didática trabalhamos com o gênero textual crônica, que se caracteriza por ser uma narrativa breve, com linguagem geralmente simples, tratando de acontecimentos do cotidiano.

  1. Muito utilizado por colunistas de jornais e revistas, sendo também tradicional entre os grandes nomes da literatura brasileira, como Machado de Assis.
  2. O nosso objetivo ao trabalhar com o gênero crônica é tornar mais acessível e dinâmico o trabalho com a literatura em sala de aula, trabalho que diversas vezes é enfadonho e monótono.

Desse modo, utilizando um gênero mais acessível aos alunos, almejamos despertar o interesse pelo estudo do texto literário. Tendo como base as ideias de Cosson: Na leitura e na escritura do texto literário encontramos o senso de nós mesmos e da comunidade a que pertencemos.

  1. Sequência didática
  2. Objetivo geral: Proporcionar o conhecimento e a leitura do texto literário.
  3. Objetivo específico: Desenvolver o prazer pela leitura literária utilizando o gênero textual crônica.
  4. Público alvo: 9º ano (Ensino fundamental).
  5. Número de aulas: 5 aulas de 50 minutos.
  6. 1. Motivação
  7. Aula 1 – Iniciar uma discussão com os alunos sobre maus tratos a animais

A professora deve fazer a divisão dos alunos da turma em grupos, de acordo com o número de alunos, depois, fazer perguntas direcionadas a cada grupo. Indagando sobre o conhecimento da turma acerca dos maus tratos, buscando a opinião de cada grupo sobre o tema.

  • Antes dessa aula você já tinha ouvido falar sobre maus tratos em animais? Comente sobre.
  • Já soube de algum caso próximo a você?
  • Como você reagiria diante da situação de presenciar alguém maltratando um animal?
  • Vídeo da música:
  • Materiais: data show, computador, folha de papel A4.
  • Objetivos
  • Proporcionar o conhecimento e a troca de ideias sobre a temática dos maus tratos em animais;
  • Refletir e formar opinião sobre o assunto, além de perceber sua importância e aplicação no cotidiano.

2. Introdução Aula 2 – O que é o gênero textual crônica? Inicialmente, indagar a turma sobre o que é uma crônica, se já conheciam ou já tinham ouvido falar. Em seguida, apresentar uma definição breve do gênero textual crônica, seus primordiais aspectos.

  • Vocês já leram ou escreveram uma crônica? Comente sobre;
  • Cite duas principais características de uma crônica.

Após apresentar o gênero textual, que será trabalhado em sala, a professora apresenta o autor e a obra. Assim, inicialmente fala sobre o autor: Machado de Assis, atendo-se a informações importantes sobre a vida e obra dele, por exemplo, que se trata de um grande escritor da literatura brasileira, suas obras em grande parte fazem parte do movimento literário Realismo.

  • Foi membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
  • Inferindo também os conhecimentos dos alunos, se já o conheciam ou leram alguma obra.
  • A partir disso, pede que cada aluno elabore um pequeno período, explicitando com suas palavras o que é uma crônica, em seguida cada um deve ler o que escreveu.
  • Feito isso, o foco será o livro onde está disponível a crônica que será trabalhada, Fuga do hospício e outras crônicas, neste livro está inserida a crônica: “Direitos dos burros”, que será o objeto das próximas aulas.

A professora deve falar um pouco sobre o livro e como ele foi formado, sendo que é um conjunto de textos que estavam avulsos e foram reunidos se tornando um livro que apresenta temáticas do cotidiano. Contendo textos irônicos, engraçados, ficcionais, mas que não deixam de ser permeados por questões ligadas à realidade.

Conhecer e identificar o gênero textual crônica.

  1. 3. Leitura
  2. Aula 3 – Preparação para a leitura da crônica – contextualização com poema
  3. Antes de partir para a leitura da crônica, a professora apresenta para a classe o poema: “O bicho” de Manuel Bandeira, fazendo uma correlação com a aula 1, onde foram discutidos os maus tratos em animais, e com a aula 2, onde foi apresentada a definição do texto literário crônica.

Desse modo, trazendo mais um exemplo de texto literário, o poema, que tem uma temática pode ser aproximada ao assunto da crônica que será trabalhada adiante. A questão de animais que sofrem maus tratos; pode ser aproximada às condições de vida de pessoas que vivem na rua como animais, isso é retratado no poema.

Ambos os textos, poema e crônica se tornam próximos, no primeiro o homem vira animal (zoomorfização) e no segundo o animal é personificado. Sendo assim, ambas as personagens dentro dos textos continuam sem alternativas na vida e subjugados principalmente por questões sociais. A professora deve fazer a leitura do poema para a turma, e de forma breve iniciar uma pequena discussão que antecipe algumas questões que serão abordadas na leitura da crônica de Machado.

Questões para troca de ideias sobre o poema:

  • O bicho colocado dentro do poema é de fato um animal?
  • Comente sobre a zoomorfização do homem no poema;
  • Qual sentido é alcançado quando um homem é colocado na condição de animal?
  • Anexo 1
  • O bicho – Manuel Bandeira
  • Vi ontem um bicho
  • Na imundície do pátio
  • Catando comida entre os detritos.
  • Quando achava alguma coisa,
  • Não examinava nem cheirava:
  • Engolia com voracidade.
  • O bicho não era um cão,
  • Não era um gato,
  • Não era um rato.
  • O bicho, meu Deus, era um homem.
  • Leitura da crônica: “Direitos dos burros”- Machado de Assis

A primeira leitura da crônica deve ser feita de modo individual por cada aluno, o professor disponibilizará cópias do texto ou vai com a turma até a biblioteca da escola procurar exemplares do livro que contenham o conto. Todos devem ler o livro, ou uma cópia do texto.

  • A leitura deve ter o tempo determinado pela professora, tempo que não deve ser muito longo, a depender da turma um dia será suficiente.
  • Depois de feita a primeira leitura, solitária, será feita uma segunda leitura, agora coletiva, na qual cada aluno lê um parágrafo do texto.
  • A professora deve perguntar quem tem interesse em fazer parte da leitura coletiva, ou pode fazer um sorteio com os nomes dos alunos.

Durante a leitura, atentar para o desempenho dos alunos, dificuldades na leitura ou em determinadas palavras, entonação e clareza, para auxiliar na leitura e suas dificuldades. Após a leitura do conto, a turma dividida em grupos deve procurar no texto palavras desconhecidas ou enunciados que não foram bem compreendidos.

  1. OBS: crônica anexada (anexo 2).
  2. Materiais: Livros, ou cópias da crônica, dicionário.
  3. Objetivos
  • Interação e troca de ideias dentro da aula;
  • Aperfeiçoar a leitura e torná-la algo ainda mais positivo.

4. Interpretação Aula 4 – Interpretação do texto literário Feita a leitura da crônica, é o momento de inferir sobre o sentido do texto para os leitores, a turma, seus possíveis sentidos e interpretações, apontando pontos importantes. A turma pode citar passagens que mais chamaram a atenção, a professora pode indagar o porquê, pedindo para que os alunos justifiquem suas escolhas.

Além de discutir pontos importantes, que são colocados nas entrelinhas do texto. Por meio de metáforas e alegorias, explicando a utilização de recursos literários que estão presentes no texto. Tratar dos temas principais como: os maus tratos a animais; descriminação com as classes desfavorecidas; os direitos de uma forma ampla de animais e humanos.

Comentar a escolha de um burro como representação, e qual seu sentido e efeito. Além de indagar sobre o valor positivo das aulas aplicadas, seus efeitos na classe, exemplificar que a literatura e suas temáticas pode se aplicar ao nosso dia-a-dia, pois se trata de algo ligado às vivências humanas.

  • A escolha de um burro para ser personagem central chama nossa atenção, por quê?
  • Qual o ponto mais complexo na leitura do texto?
  • A personificação do animal burro pode ter muitos efeitos de sentido, comente sobre algum, no seu ponto de vista.
  • Comente sobre a questão dos direitos, de animais e humanos. Relacionados à crônica, contextualizando com a vida em sociedade.

Objetivos

  • Despertar o gosto pela literatura;
  • Conscientizar sobre o poder formador da leitura literária proporcionando conhecimentos diversos.

Aula 5 – Atividade de conclusão Após todas as etapas mencionadas, a professora deve verificar se a turma conseguiu acompanhar e absorver o conteúdo que foi ministrado. Executando uma atividade que conclua o ciclo realizado. Uma sugestão de atividade é a elaboração de uma crônica, já que se trata de uma narrativa breve e geralmente aborda assuntos cotidianos.

A atividade busca aferir e desenvolver ainda mais conhecimento na turma. Por meio da elaboração da crônica, verificar se as características e estrutura da crônica foram assimiladas, além de propor e realizar uma atividade diversificada. Sendo possível avaliar também a escrita e a criatividade de cada aluno, a leitura e escrita sendo apresentadas como algo prazeroso e não só como obrigação.

A temática é os maus tratos aos animais, delimitando a extensão do texto, que não ultrapasse vinte e cinco linhas. Solicitando que os alunos entreguem seus textos, depois de elaborados, após o recebimento fazer uma correção, comentando os equívocos. Comentários a fim de estimulá-los a melhorar, sem menosprezo ou diminuição, as dez crônicas mais interessantes devem ser selecionadas para leitura em sala.

  • REFERÊNCIAS ASSIS, Machado de.
  • Fuga do hospício e outras crônicas.
  • Para gostar de ler.2ª Edição.
  • São Paulo: Ática, 2002.
  • COSSON, Rildo.
  • Letramento literário: teoria e prática.2ª Ed.
  • São Paulo: Contexto, 2011.
  • Patrícia Marx e Sergio Sá.
  • Gato e sapato.
  • Disponível em: Acesso em: 10 abr.2017.
  • Wilberth Salgueiro.
  • O bicho de Manuel Bandeira.
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Disponível em: Acesso em: 10 abr.2017. Anexos Anexo 2 – “Direito dos burros” – Machado de Assis Ontem de manhã, indo ao jardim, como de costume, achei lá um burro. Não leram mal, não, meus senhores, era um burro de carne e osso, mais osso que carne. Ora, eu tenho rosas no jardim, rosas que cultivo com amor que me querem bem, que me saúdam todas as manhãs com os seus melhores cheiros, e dizem sem pudor coisas mui galantes sobre as delícias da vida, porque eu não consinto que as cortem do pé.

  • Hão de morrer onde nasceram.Vendo o burro naquele lugar, lembrei-me de Lucius, ou Lucius de Tessália, que, só com mastigar algumas rosas, passou outra vez de burro a gente.
  • Estremeci, e – confesso a minha ingratidão – foi menos pela perda das rosas, que pelo terror pródigo.
  • Hipócrita, como me cumpria ser, saudei o burro com grandes reverências, e chamei-lhe Lucius.

Ele abanou as orelhas, e retorquiu: – Não me chamo Lucius. Fiquei sem pinga de sangue; mas para não agravá-lo com demonstração de espanto, que lhe seriam duras, disse: – Não? Então o nome de Vossa Senhoria? – Também não tenho senhoria. Nomes só se dão a cavalos, e quase exclusivamente a cavalos de corrida.

Não leu hoje telegramas de Londres, noticiando que nas corridas de Oaks venceram os cavalos Fulano e Sicrano? Não leu a mesma coisa quinta-feira, a respeito das corridas de Epsom? Burro de cidade, burro que puxa bond ou carroça não tem nome; na roça pode ser. Cavalo é tão adulado que, vencendo uma corrida na Inglaterra, manda-se-lhe o nome a todos os cantos da terra.

Não pense que fiz verso: às vezes saem-me rimas da boca, e podia achar editor para elas, se quisesse; mas não tenho ambições literárias. Falo rimado, porque falo poucas vezes, e atrapalho-me. Pois, sim senhor. E se sabe quem é primeiro dos cavalos vencedores de Epsom, o que se chama Ladas? É o próprio chefe do governo, lord Roseberry, que ainda não há muito ganhou com ele dois mil guinéus.

  1. Quem é que lhe conta todas essas coisas inglesas? – Quem? Ah! meu amigo, é justamente o que me traz a seus pés, disse o burro ajoelhando-se, mas levantando-se a meu pedido.
  2. E continuou: Sei que o senhor se dá com gente de imprensa, e vim aqui para lhe pedir que interceda por mim e por uma classe interira, que devia merecer alguma compaixão – Justiça, justiça emendei eu com hipocrisia e servilismo.

– Vejo que me compreende. Ouça-me; serei breve. Em regra, só se devia ensinar aos burros a língua do país; mas o finado Greenough, o primeiro gerente que teve a companhia do Jardim Botânico, achou que devia mandar ensinar inglês aos burros dos bonds. Compreende-se o motivo do ato.

  1. Recém chegado ao Rio de Janeiro, trazia mais vivo que nunca o amor da língua natal.
  2. Era natural crer que nenhuma outra cabia a todas as criaturas da terra.
  3. Eu aprendi com facilidade.
  4. Como? Pois o senhor é contemporâneo da primeira gerência? – Sim, senhor; eu e alguns mais.
  5. Somos já poucos, mas vamos trabalhando.

Admira-me que se admire. Devia conhecer os animais de 1869 pela valente decrepitude com que, embora deitando a alma pela boca, puxamos os carros e os ossos. Há nisto um resto da disciplina, que nos deu a primeira educação. Apanhamos, é verdade, apanhamos de chicote, de ponta de pé, de ponta de rédea, de ponta de ferro, mas é só quando as poucas forças não acodem ao desejo; os burros modernos, esses são teimosos, resistem mais à pancadaria.

Afinal, são moços. Suspirou e continuou: – No meio de tanta aflição, vale-nos a leitura, principalmente de folhas inglesas e americanas, quando algum passageiro as esquece no bond. Um deles esqueceu anteontem um número do Pruth. Conhece o Pruth? – Conheço. – É um periódico radical de Londres, continuou o burro, dando à força, a notícia, como um simples homem.

Radical e semanal. É escrito por um cidadão, que dizem ser deputado. O número era o último, chegadinho de fresco. Mal me levaram à manjedoura, ou coisa que o valha, folheei o periódico da Labouchére Chamava-se Labouchére o redator. O periódico publica sempre em duas colunas notícia comparativa das sentenças dadas pelos tribunais londrinos, com o fim de mostrar que os pobres e desamparados têm mais duras penas que os que o não são, e por atos de menor monta.

Ora, que hei de ler no número chegado? Coisas destas. Um tal John Fearon Bell, convencido de maltratar quatro potros, não lhes dando suficiente comida e bebida, do que resultou morrer um e ficarem três em mísero estado, foi condenado a cinco libras de multa; aoa lado desse vinha o caso de Fuão Thompson, que foi encontrado a dormir em um celeiro e condenado a uma mês de cadeia.

Outra comparação. Eliott, acusado de maltratar dezesseis bezerros, cinco libras de multa e custas. Mary Ellen Connor, acusada de vagabundagem, um mês de prisão. William Poppe, por não dar comida bastante a oito cavalos, cinco libras e custas. William Dudd, aprendiz de pescador, réu de desobediência, vinte e dois dias de prisão.

  1. Tudo mais assim.
  2. Um rapaz tirou um ovo de um faisão de um ninho: quatorze dias de cadeia.
  3. Um senhor maltratou quatro vacas: cinco libras e custas.
  4. Realmente, disse eu sem grande convicção, a diferença é enorme – Ah! meu nobre amigo! Eu e os meus pedimos essa diferença, por maior que seja.
  5. Condenem a um mês ou a um ano os que tirarem ovos ou dormirem na rua; mas condenem a cinquenta ou cem mil-réis aqueles que nos maltratam por qualquer modo, ou não nos dando comida suficiente, ou, ao contrário, dando-nos excessiva pancada.

Estamos prontos a apanhar, é nosso costume; mas seja com moderação, sem esse furor de cocheiros e carroceiros. O que o tal inglês acha pouco para punir os que são cruéis conosco, eu acho que é bastante. Quem é pobre não tem vícios. Não exijo cadeia para os nossos opressores, mas uma pequena multa e custas, creio que serão eficazes.

O burro ama só a pele; o homem ama a pele e a bolsa. Dê-se-lhe na bolsa; talvez a nossa pele padeça menos. – Farei o que puder; mas -Mas quê? O senhor afinal é da espécie humana, há de defender os seus. Eia, fale aos amigos da imprensa; ponha-se a frente de um grande movimento popular. O conselho municipal vai levantar empréstimo, não? Diga-lhe que, se lançar uma pena pecuniária sobre os que maltratam burros, cobrirá cinco ou seis vezes o empréstimo, sem pagar juros, e ainda lhe sobrará dinheiro para o Teatro Municipal, e para teatros paroquiais, se quiser.

Ainda uma vez, respeitável senhor, cuide um pouco de nós. Foram os homens que descobriram que nós éramos seus tios, senão diretos, por afinidade. Pois, meu caro sobrinho, é tempo de reconstituir a família. Não nos abandone, como no tempo em que os burros eram parceiros dos escravos.

  1. Faça o nosso Treze de Maio.
  2. Lincoln dos teus maiores, segundo o evangelho de Darwin, expede a proclamação da nossa liberdade! Não se imagina a eloquência destas últimas palavras.
  3. Cheio de entusiasmo, prometi, pelo céu e pela terra, que faria tudo.
  4. Perguntei-lhe se lia o português com facilidade; e, respondendo-me que sim, disse-lhe que procurasse a Gazeta de hoje.

Agradeceu-me com voz lacrimosa, fez um gesto de orelhas, e saiu do jardim vagarosamente, cai aqui, cai acolá.10/jun./1984 In: ASSIS, Machado de. Fuga do hospício e outras crônicas. Para gostar de ler.2ª edição. São Paulo: Ática, 2002. : Trabalhando a crônica em sala de aula: “Direito dos burros”, de Machado de Assis