Početna – ThaiConsulate

Tips, Reviews, Recommendations

De Onde Vem Os BebS?

Como explicar de onde vêm os bebés?

“Socorro, como explico para os meus filhos de onde vêm os bebês?” | Se Conselho Fosse Bom Continua após publicidade (gpointstudio/iStock) Continua após publicidade Olá! Tenho uma menina de 8 anos em casa e mais um casal de enteados da mesma idade. Tenho observado que as crianças estão descobrindo sua sexualidade mas acredito que eles ainda não sabem o “be a bá” das coisas. Qual a melhor forma de falar sobre sexo e sexualidade com eles? Como explicar de onde vem os bebês? Lembro que minha mãe nunca teve uma conversa franca sobre o assunto comigo e não quero fazer o mesmo com a minha filha.

– Mamãe em crise. Cara mamãe em crise. Você tem razão, não faça como a sua mãe. O melhor mesmo é conversar. Aos 8 anos de idade, eles já devem ter pescado algumas coisas e devem ter muitas dúvidas sobre o assunto. Diga que você quer explicar de onde vêm os bebês e peça para eles fazerem as perguntas que quiserem.

Responda o que eles realmente estão perguntando. (Não precisa entrar em detalhes que eles não pediram para saber). E o mais importante: converse como se fosse a coisa mais natural do mundo – porque no fundo é. Se eles perceberem que você está desconfortável, vão entender que o assunto é tabu.

  1. Assim, comece explicando a parte mais fácil: que todos os meses as mulheres produzem um óvulo, enquanto que homens produzem milhões de espermatozóides por dia.
  2. Para fazer um bebê, é preciso que essas duas gametas se encontrem.
  3. Óvulo e espermatozoide então se misturam e se transformam em um feto, que vai crescer dentro da barriga da mãe.

Quanto à parte mais anatômica, digamos, é melhor ser sincera também. Explique que existe uma coisa chamada sexo, que é feita entre adultos. Explique que o pênis do homem fica duro e entra na vagina da mulher (é melhor chamar as partes do corpo com os nomes corretos mesmo), e que o ato é bom para os dois.

  1. Diga que sexo é algo que só deve ser feito entre duas pessoas que estejam a fim.
  2. E o principal: por que não incluir o seu marido na conversa? Gostou das dicas? Eu não tirei tudo da minha cabeça.
  3. Boa parte vem do nosso dossiê “Como explicar o mundo para as crianças”.
  4. Tem essa e muitas outras respostas lá.

Dá uma olhada. – (Reprodução/Superinteressante) Após começar a fazer faculdade e morar sozinho (eu tenho 17 anos), ando transando todo final de semana com a mesma menina. Só tem uma questão: o papo acabou. Meu maior problema é que eu realmente gosto dela e não consigo mais conversar normalmente sem ficar aquele silêncio constrangedor.

  1. O que fazer? Procurar outro relacionamento, insistir nos papos chatos ou simplesmente não fazer nada e ver até quando isso vai durar? -Mudo Caro mudo Se ela topa ir voluntariamente para a sua casa todos os fins de semana é porque algum interesse em você ela deve ter.
  2. Acho que, porque você gosta dela, está muito auto-crítico.

Lembre-se de que nem todas as conversas precisam ser filosóficas, profundas, sobre o sentido da vida. Imagino que você já tenha conversado com algumas pessoas ao longo da sua vida. Faça o mesmo com ela. Fale sobre o seu dia, seus hobbies, os professores da faculdade, os amigos em comum.

Provavelmente, ela vai responder alguma coisa. Preste atenção nessa resposta – e comente em cima. Olha só! Isso já é uma conversa! Created with Sketch. A melhor notícia da Black Friday Assine Super e tenha acesso digital a todos os títulos e acervos Abril*. E mais: aproveite uma experiência com menos anúncio! É o melhor preço do ano! *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas.

Acervos disponíveis a partir de dezembro de 2023. *Pagamento único anual de R$52, equivalente a R$1 por semana. : “Socorro, como explico para os meus filhos de onde vêm os bebês?” | Se Conselho Fosse Bom

Como é que se faz um filho?

Planejar o sexo aumenta as chances de engravidar? – Relacionar-se sexualmente é um ato natural. No entanto, casais que estão tentando engravidar costumam se preocupar, e muito, com a frequência das relações sexuais. Para aliviar a ansiedade dos tentantes, vamos aos fatos.

O consenso médico diz que ter de três a quatro relações sexuais durante o período fértil (fase da ovulação) é suficiente para aumentar as chances de concepção. Isso porque, os espermatozoides sobrevivem de 48 a 72 horas no ambiente uterino. Portanto, quando as relações sexuais ocorrem até quatro vezes no intervalo de sete dias, eleva-se a possibilidade de haver espermatozoides na região das trompas.

Consequentemente, se a mulher estiver ovulando ou perto de ovular, isso aumenta as chances de engravidar. Logo, planejar o sexo vale muito a pena!

Onde nascem os bebês?

Por onde saem os bebês? A Maria Eduarda e a Rayane de Caeté, Minas Gerais, nos mandaram uma pergunta que muitas crianças se fazem: “Por onde saem os bebês?” Então vamos ver como os colaboradores do projeto Universidade das Crianças explicam este mistério “Eu também pensava sobre isso quando era criança, ver uma barriga tão grande e de repente ver o bebê prontinho no colo da mãe.

  • Isso realmente deixa a gente com a pulga atrás da orelha! Como o bebê sai lá de dentro? Por onde ele passa? Veja só, durante a gravidez o bebê fica dentro do útero, um órgão na barriga da mãe e durante nove meses o corpo do bebê vai se desenvolvendo.
  • Ele fica muito bem protegido, pois fica envolvido por uma membrana.

E fica banhado por um líquido claro, meio amarelado, chamado de líquido amniótico. O líquido amniótico ajuda a amortecer alguma pancada que a mãe possa levar na barriga, evitando assim que o bebê se machuque. Normalmente o bebê sai pela vagina da mãe – é o que chamamos de parto.

  1. Pouco antes do parto o bebê fica de cabeça para baixo.
  2. O corpo da mãe produz algumas substâncias que fazem o útero se contrair e isso ajuda o bebê a sair pela vagina.
  3. Essas contrações costumam ser dolorosas, mas existem algumas posições que podem ser mais confortáveis pra mãe e para o bebê.
  4. Quando o parto normal não é possível, é realizada uma cirurgia cesariana.

O médico ou a médica faz um corte na barriga da mãe, por onde tira o bebê de dentro do útero. Depois o corte é costurado e a mãe tem que ficar em repouso até se recuperar. Com o tempo, a pele se regenera e no lugar do corte fica apenas uma cicatriz. Logo ao nascer, uma criança não é tão limpinha e arrumadinha como os bebês de capa de revista.

  1. Ela nasce com um líquido grosso, meio amarelado e com um pouquinho de sangue no corpo que vem de vasos sanguíneos que se rompem no corpo da mulher.
  2. Mas não se assuste: esses vasos logo logo se cicatrizam.
  3. Assim que o bebê nasce já pode respirar sozinho e pode então descansar bem confortável nos braços da mãe.” A resposta a essa pergunta foi adaptada de três textos do livro que o Universidade das Crianças lançou pela Editora do Professor.

: Por onde saem os bebês?

Quem traz o bebê?

Curiosidades – – Em alguns países, acreditava-se que deixar doces na janela era uma maneira de informas as cegonhas que a casa estava pronta para ter um bebê. – Na Grécia antiga, havia uma lei que obrigava os filhos a cuidar dos seus pais idosos. A lei chamava-se Pelargonia, palavra que deriva do termo grego para cegonha: pelargos,

As cegonhas costumam cuidar dos seus filhotes ainda por muito tempo depois de eles já terem aprendido a voar e a buscar alimento, o que levou à crença de que o mais novo estava cuidando do mais velho. – As cegonhas costumavam fazer ninhos nos telhados e nas chaminés. Uma cegonha no próprio telhado significava que o casal teria um filho.

– Março, o mês em que bebês concebidos no solstício de verão nasciam, já foi considerado um tempo sortudo para dar à luz. – As cegonhas são bem tolerantes com a presente de humanos e não ficam facilmente assustadas conosco. – Há várias versões da lenda que não são tão bonitas quanto a que conhecemos hoje.

  • Por exemplo, na Polônia se dizia que as penas brancas da ave lhe haviam sido dadas por Deus, enquanto as suas pontas pretas teriam sido um presente do diabo, fazendo da cegonha tanto boa quanto má.
  • Na Inglaterra, o animal era um símbolo de adultério.
  • Na Alemanha, dizia-se que bebês deficientes eram entregues pela cegonha como punição pelos pecados do casal.

– Também existem cegonhas pretas, mas só as brancas são relacionadas com os bebês – provavelmente por causa do simbolismo da pureza. – As cegonhas têm uma ninhada por ano – geralmente com cerca de quatro filhotes, podendo chegar até sete. Ironicamente, como outros animais, a ave é conhecida por matar o seu próprio filhote em tempos de penúria.

Onde fica a mãe do corpo?

The “mother body”: Karipuna and Galibi-Marworno women knowledge about pregnancy, childbirth and puerperium – O artigo analisa um conjunto de conhecimentos, técnicas e cuidados relativos à gestação, parto e puerpério, utilizados por uma rede de mulheres Karipuna e Galibi-Marworno do vale do rio Uaçá, Oiapoque (AP), experientes em “puxar barriga” ( halevã ). Busca-se mostrar que essa atividade articula compreensões dessas duas populações sobre fertilidade, saúde da mulher, gestação, parto e infância, enunciadas em torno do conceito da “mãe do corpo”.

  1. Ao dar relevo ao período imediatamente anterior e posterior ao nascimento, pretende-se lançar luz sobre essa fase da infância, pouco estudada, mostrando que, assim como para as crianças maiores, sua agência e vontade são também reconhecidas pelos adultos.
  2. Ao expor a composição de uma rede supraétnica de circulação de conhecimentos femininos, pretende-se contribuir para uma reflexão sobre modos de aprendizagem, noções de pessoa, corporalidade e infância.

Palavras-chave: Karipuna; Galibi-Marworno; corporalidade; gestação The article analyzes a set of knowledge, techniques and care related to pregnancy, childbirth and puerperium, used by a network of Karipuna and Galibi-Marworno women from the Uaçá river valley, Oiapoque (AP), experts in “pulling the belly” ( halevã ).

It aims to show this activity articulates understandings of these two populations about fertility, women’s health, pregnancy, childbirth and childhood, enunciated around the concept of the “mother body”. By emphasizing the period immediately before and after birth, it is intended to shed light on this childhood phase, which has been little studied, and to show its agency and dispositions are also recognized by adults, as it happens with older children.

By presenting the composition of a supra-ethnic network for the circulation of female knowledge, the article aims to provide a reflection on modes of learning, notions of person, corporeity and childhood. Keywords: Karipuna; Galibi-Marworno; corporeity; pregnancy Na escuridão da noite, no meio do rio Curipi, um choro de criança recém-nascida rompe o silêncio.

  • O choro vinha da voadeira da enfermaria da aldeia Açaizal, parada no meio do rio, onde acabara de nascer o bebê que havia feito sua mãe esperar dois dias em trabalho de parto.
  • Ele resolvera nascer ali perto da aldeia Espírito Santo, a caminho da cidade do Oiapoque.
  • Quem fez o parto foi Jaqueline, técnica de enfermagem, iluminada por uma lanterna de cabeça, furou a bolsa e segurou o bebê ali mesmo no barco.

Ela é Karipuna, filha e neta de mulheres experientes em puxar barriga, nascida e criada na aldeia Manga, a mais populosa e movimentada aldeia indígena do Oiapoque, por ser a mais próxima e de fácil acesso à cidade. Jaqueline trabalha há dois anos na enfermaria de Açaizal e é sempre chamada para acompanhar os partos, por respeitar os conhecimentos e práticas das mulheres experientes e só intervir quando lhe solicitam.

  1. Ela se surpreendeu ao ver que ali se mantêm antigas técnicas de partejar, como ser papel da mãe cortar o cordão umbilical do bebê, usando uma ponta de flecha preparada pelo pai durante a gestação.
  2. As mulheres mais antigas já não fazem mais parto em Açaizal e as que estão atuando agora aprenderam com mulheres experientes da aldeia Espírito Santo e fizeram também cursos de parteiras promovidos pelo estado do Amapá.

Ficaram inseguras, depois de dois dias acompanhando o trabalho de parto de uma jovem mãe, pois aprenderam nos cursos que poderiam ser responsabilizadas em caso de morte do bebê ou da parturiente, então pediram que Jaqueline a levasse para o hospital da cidade de Oiapoque, que fica a uma hora em viagem de voadeira e mais uma hora por estrada de terra.

  • Jaqueline acha que a mãe estava com medo e não liberava a criança, pois, em meia hora na voadeira, o bebê começou a nascer.
  • Não havia panos para envolvê-lo, então utilizaram os plásticos do barco para agasalha-lo até chegar na enfermaria da aldeia Espírito Santo.
  • Ali, ele e a mãe receberam os cuidados da equipe de enfermagem e das mulheres experientes da aldeia, que haviam preparado aquelas de Açaizal.

A mãe e a criança ficaram bem e, em poucas horas, Jaqueline retornou para a aldeia Açaizal. (Narrativa reconstruída a partir de conversa com Jaqueline dos Santos na enfermaria da aldeia Açaizal, 14/02/2020). Esse episódio sintetiza uma questão central tratada neste artigo, a respeito de conhecimentos, técnicas e cuidados das mulheres Karipuna e Galibi-Marworno experientes em “puxar barriga”: elas compõem uma rede de aprendizagem e cooperação que extrapola a pertença a aldeias ou etnias e que estão em relação estreita com agentes do sistema público de saúde, ora de forma conflituosa, ora de forma colaborativa.

A composição dessa rede é o alicerce para o que se pretende explicitar no artigo: a forma atual como as mulheres Karipuna e Galibi-Marworno colocam em prática saberes sobre fertilidade, saúde da mulher, técnicas relacionadas à gestação, parto e puerpério, articuladas em torno da ideia de “mãe do corpo”.

Destacam-se as “puxações de barriga” ( halevã ) feitas nas mulheres, para colocar a mãe do corpo no lugar e restabelecer sua saúde e fertilidade ou para acompanhar a gestação, endireitar o bebê e colocá-lo na posição correta, assim como os cuidados na hora do parto e puerpério, as dietas e resguardos da quarentena e as massagens feitas nos bebês recém-nascidos ( aple laxe ), para “chamar a carne” e fazê-los crescer forte e saudáveis.

Observa-se, nesses processos, uma atenção e reconhecimento das iniciativas, atitudes e disposições do feto e do recém-nascido, inclusive em seu processo de nascimento, do mesmo modo que tem sido apontado em relação às crianças maiores ( Tassinari, 2007 TASSINARI, A. Concepções indígenas de infância no Brasil.

Tellus, Campo Grande, ano 7, n.13, p.11-25, out.2007.). As técnicas de puxar barriga são encontradas em diversas regiões do Brasil, geralmente associadas à noção de mãe do corpo e, às vezes, também relacionadas a histórias de gestações causadas por animais “encantados” ou seres invisíveis, como é o caso da região do Uaçá.

  1. As semelhanças das descrições apresentadas na tese de Soraya Fleischer (2007) FLEISCHER, S.R.
  2. Parteiras, buchudas e aperreios: uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de Melgaço, Pará.2007.
  3. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

sobre uma comunidade ribeirinha em Melgaço (PA) e na tese de Raquel Scopel (2014) SCOPEL, R. A cosmopolítica da gestação, parto e pós-parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku.2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.

A respeito da gestação, parto e pós-parto entre os Munduruku (AM), com o contexto etnográfico aqui descrito, indicam um complexo de conhecimentos femininos amplamente difundidos na região amazônica entre populações indígenas e afro-ribeirinhas. O trabalho de Julia Sauma (2019) SAUMA, J. ‘Moramos no mundo dos invisíveis’: sobreposição, ruptura e movimento em uma área coletiva quilombola.

In: STOLL, E. et al. (org.). Paisagens evanescentes: estudos sobre a percepção das transformações nas paisagens pelos moradores dos rios Amazônicos. Belém: NAEA/UFPA, 2019.p.115-136., junto a uma comunidade quilombola no rio Erepecuru, próximo a Oriximiná (PA), e a tese de Fernando Fileno (2017) FILENO, F.

  • No seio do rio: linhas que casam, que curam e que dançam.
  • Parentesco e corporalidade entre os Mura do Igapó-Açu.2017.
  • Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
  • A respeito dos Mura da região de Borba (AM), numa área próxima à dos Munduruku pesquisados por Scopel, reforçam essa ideia de uma circulação de saberes entre populações indígenas, quilombolas e ribeirinhas.

A dissertação de Luiza Garnelo Pereira (1993 apud Mindlin, 2002 MINDLIN, B. As parteiras do Amapá. In: JUCÁ, L.; MOULIN, N. Parindo um mundo novo: Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá. São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.13-20.) realizada entre parteiras tradicionais em Manaus também faz referência à mãe do corpo, revelando que essa circulação atinge camadas populares de contextos urbanos.

Pesquisa bibliográfica sobre gestação e parto indígenas, realizada por Mariana Ribeiro dos Santos (2019) SANTOS, M.R. Sobre o nascer da pessoa indígena: uma análise bibliográfica de teses e dissertações acerca dos processos de gestação, parto e pós-parto indígenas.2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Antropologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019.

, indica que essas práticas são encontradas em populações indígenas para além do contexto amazônico. A autora encontrou uma referência à mãe do corpo na pesquisa de Verone Silva (2015 apud Santos, 2019 SANTOS, M.R. Sobre o nascer da pessoa indígena: uma análise bibliográfica de teses e dissertações acerca dos processos de gestação, parto e pós-parto indígenas.2019.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Antropologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019.) entre os Chiquitano (MT), na região da fronteira entre Brasil e Bolívia, e uma referência, na tese de Lilian de Lima (2016 apud Santos, 2019 SANTOS, M.R. Sobre o nascer da pessoa indígena: uma análise bibliográfica de teses e dissertações acerca dos processos de gestação, parto e pós-parto indígenas.2019.

Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Antropologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019.), à puxação de barriga entre os Apinajé, na região próxima a Tocantinópolis (TO). Embora essas referências indiquem uma ampla circulação de conhecimentos femininos sobre gestação, parto e puerpério, quando se fala do ofício de parteiras há uma tendência em obliterar a importância das puxações e concepções sobre o corpo e a destacar o momento do parto.

Os conhecimentos femininos de mulheres experientes em partejar têm sido reconhecidos por recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) desde meados de 1980 e pelo Estado brasileiro na década seguinte ( Tornquist, 2005 TORNQUIST, C.S. Parteiras populares: entre o folclore e a escuta. Gênero, Niterói, v.6, n.1, p.61-80, 2.

sem 2005.). No estado do Amapá, o Programa de Desenvolvimento Sustentável (PDSA) de 1995 já previa o Programa das Parteiras Tradicionais, criado por iniciativa de Janete Capiberibe, então deputada estadual (Mindlin, 2002 MINDLIN, B. As parteiras do Amapá.

  • In: JUCÁ, L.; MOULIN, N.
  • Parindo um mundo novo: Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá.
  • São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.13-20.), com o objetivo de valorizar o conhecimento popular de parteiras e diminuir a mortalidade infantil e materna.
  • Esse programa, pelo seu pioneirismo e articulações nacionais e internacionais, é uma das referências do movimento pelo parto humanizado ( Tornquist, 2004 TORNQUIST, C.S.

Parto e poder: o Movimento pela Humanização do Parto no Brasil.2004. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004.).2 2 Em 1998, o Programa foi uma das 20 experiências premiadas pelo Programa Gestão Pública e Cidadania (Fundação Getúlio Vargas, Fundação Ford e BNDES) (Laczynski, 1999) e, no mesmo ano, recebeu o Prêmio Paulo Freire por sua inovação (Capiberibe, 2002).

  • No entanto, algumas práticas realizadas por parteiras tradicionais são classificadas pela mesma OMS como “perigosas”, dentre elas as puxações, o corte do cordão umbilical e a cicatrização do umbigo do recém-nascido ( Fleischer, 2007 FLEISCHER, S.R.
  • Parteiras, buchudas e aperreios: uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de Melgaço, Pará.2007.

Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.). Aí reside a ambiguidade das ações governamentais voltadas para a formação e reconhecimento das parteiras, que acabam estimulando e formatando algumas práticas enquanto desestimulam e/ou proíbem outras.

  1. Concordo com a avaliação de Tornquist (2005) TORNQUIST, C.S.
  2. Parteiras populares: entre o folclore e a escuta.
  3. Gênero, Niterói, v.6, n.1, p.61-80, 2. sem 2005.
  4. De que, apesar da importância das políticas públicas de reconhecimento e valorização da parteira tradicional, faz-se necessário um olhar atento às práticas e conhecimentos dessas mulheres e um “descentramento do nosso olhar – tão comprometido com os parâmetros modernos – a partir do contato com a alteridade que está presente nas práticas das parteiras populares” ( Tornquist, 2005 TORNQUIST, C.S.

Parteiras populares: entre o folclore e a escuta. Gênero, Niterói, v.6, n.1, p.61-80, 2. sem 2005., p.77). Nesse sentido, o artigo pretende contribuir em três aspectos, a partir de um descentramento de nosso olhar e uma atenção aos conhecimentos das mulheres Karipuna e Galibi-Marworno: descentrar o parto como atividade principal dessas parteiras (ao focalizar a puxação de barriga e os conhecimentos relativos à mãe do corpo como centrais), descentrar o nascimento como início da infância, reconhecer as redes de aprendizagem e cooperação por onde circulam esses saberes.

Sobre a metodologia da pesquisa, venho realizando pesquisas entre os Karipuna desde 1990 e, com os Galibi-Marworno, a partir de 2001.3 3 Ao longo desses anos, num total de 12 meses em campo, realizei pesquisas sobre diversos temas, como festas, rituais, organização social, história, educação, infância e escolarização (Tassinari 2003, 2011, 2015; Tassinari; Cohn, 2009), importantes para melhor compreender e contextualizar a pesquisa apresentada no presente artigo.

Iniciei uma investigação mais sistemática sobre circulação de conhecimentos femininos, gestação e parto a partir de janeiro de 2010, quando realizei trabalho de campo entre os Galibi-Marworno. Na ocasião, entrevistei 11 mulheres que sabem puxar barriga e/ou fazer partos, sendo nove na aldeia Kumarumã, uma na aldeia Tukai e uma na cidade de Oiapoque.

A pesquisa na aldeia também abarcou observação participante, filmagem das atividades das crianças, da puxação de barriga, das massagens em bebês, conversas com lideranças familiares sobre a educação das crianças. Na cidade, também entrevistei a presidente da Associação das Mulheres Indígenas em Mutirão (AMIM) e um técnico em enfermagem Karipuna atuante no hospital de Oiapoque.

Em janeiro de 2016, retornei para a aldeia de Kumarumã, onde fiz a devolução de fotografias e vídeos da pesquisa anterior, visitei as novas aldeias que estavam sendo fundadas no rio Uaçá, onde fiz mais filmagens da puxação de barriga. Nessa ocasião, realizei entrevistas com 14 mulheres Karipuna que sabem puxar barriga e/ou partejar, sendo cinco na aldeia Manga, duas em Santa Isabel, duas em Espírito Santo, uma em Pacapuwa, uma no Txipidon, uma no Taminã e duas em Ariramba.

  • Também entrevistei uma técnica em enfermagem e um médico que atuavam na aldeia Manga.
  • Em janeiro de 2020 entrevistei novamente uma senhora Galibi-Marworno e sua filha, técnica de enfermagem, na cidade de Oiapoque e, na aldeia Açaizal, uma antiga parteira e uma técnica de enfermagem Karipuna.
  • Optei por apresentar os nomes das pessoas entrevistadas, considerando que manifestaram desejo de reconhecimento público de seu trabalho e suas contribuições.

Na sequência do artigo faço uma reflexão sobre a antropologia da criança e a recente atenção à vida dos bebês e do feto, procurando evidenciar a relação entre o tema da gestação, parto e puerpério num debate sobre infância. Um segundo item discute a noção de mãe do corpo para as mulheres Karipuna e Galibi-Marworno, mostrando a importância de defini-la segundo concepções próprias e não meramente traduzíveis por “útero”.

Um terceiro item procura apresentar – a partir do contexto histórico, regras de parentesco e modos próprios de aprendizagem, como se dá a composição de uma rede supraétnica de mulheres experientes em puxar barriga, nos termos de uma comunidade de prática ( Lave; Wenger, 1991 LAVE, J.; WENGER, E. Situated learning: legitimate peripheral participation.

Cambridge: Cambridge University Press, 1991.). O quarto item apresenta a técnica de halevã usada tanto em não gestantes, para colocar a mãe do corpo no lugar, quanto em gestantes, para direcionar o bebê para o lugar do nascimento, considerando que essa técnica é o que define a expertise das “mulheres experientes em puxar barriga”.

  • O último item trata dos cuidados do parto, do puerpério e da quarentena, incluindo as massagens aple laxe, para “puxar a carne” e “fazer o corpo do bebê”, com destaque para o reconhecimento da agência da criança nesses momentos.
  • A atenção à vida dos bebês é tema muito recente na antropologia.
  • Mais ainda é o reconhecimento da vida intrauterina como fase da infância passível de ser estudada antropologicamente.

Alma Gottlieb (2012) GOTTLIEB, A. Tudo começa na outra vida: a cultura dos recém-nascidos no oeste da África. São Paulo: Editora Unifesp, 2012. em sua bela monografia sobre a cultura dos recém-nascidos beng da Costa do Marfim, discute a falta de interesse da antropologia geral e, particularmente, da antropologia cultural, na vida dos bebês.

Em certa parte, atribui esse desinteresse às dificuldades metodológicas de se comunicar com as crianças pequenas demonstrando que, quanto menor a criança, menos atenção recebe de nossa área de investigação. Dentre os motivos elencados pela autora para essa falta de atenção da antropologia aos bebês, destaco o fato de serem geralmente compreendidos como o que ela chama de “biopacote”, ou seja, seres “pré-culturais” envolvidos com emanações dos processos biológicos de seu funcionamento corporal.

Ao contrário, a autora advoga que: Hoje, entretanto, processos biologicamente influenciados, como sexualidade, amamentação, menstruação e ato de comer, têm sido identificados como assuntos apropriados para o olhar da antropologia cultural. Com efeito, a noção dos sentidos e do corpo em geral como culturalmente construídos é uma proposta séria.

De acordo com essas mudanças teóricas, sugiro que é hora de a expressão somática dos bebês ser levada a sério pela nossa disciplina. O modelo ocidental prevalecente de bebê como biopacote é de fato aplicável universalmente? A visão Beng de bebê como um exílio reencarnado de outro mundo sugere o contrário.

Enquanto eles são aparentemente indefesos e totalmente corporais, no modelo Beng de ciclo de vida os bebês de colo detêm uma rica vida interior. ( Gottlieb, 2012 GOTTLIEB, A. Tudo começa na outra vida: a cultura dos recém-nascidos no oeste da África. São Paulo: Editora Unifesp, 2012.

P.109). A autora procura substituir uma ideia de que os bebês são seres pré-culturais que respondem ao ambiente de acordo com suas necessidades e predisposições biológicas por uma abordagem atenta aos vínculos estabelecidos pelos bebês com suas cuidadoras e com seu entorno, de maneira a compreender a complexidade de sua vida cultural.

O pressuposto da antropologia da criança ( Cohn, 2005 COHN, C. Antropologia da criança. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005.), que critica o tratamento universal dado à infância e reivindica o seu reconhecimento enquanto uma variável construída contextualmente, é aqui estendido para a pequena infância, demonstrando que as próprias definições de fases – como “bebês” ou “recém-nascidos” – devem ser também compreendidas em suas expressões locais.

A resenha de Cristina Toren (2004) TOREN, C. Review: Do Babies Have Culture?. Anthropological Quarterly,, v.77, n.1, p.167-179, Winter 2004. à versão original do citado livro, embora ressalte a importância de se dar atenção à vida dos bebês, questiona a própria distinção entre natureza e cultura que estaria por trás do reconhecimento dos recém-nascidos como “seres culturais” advogado por Gottlieb (2012) GOTTLIEB, A.

Tudo começa na outra vida: a cultura dos recém-nascidos no oeste da África. São Paulo: Editora Unifesp, 2012. So, to reiterate one of Alma Gottlieb’s questions: do babies have culture? My answer is no, generally speaking they don’t. But it’s not just because babies are babies that culture escapes them.

  • Only those of us who take culture for granted as an idea (and perhaps particularly as an explanation) could be said to have culture.
  • Toren, 2004 TOREN, C.
  • Review: Do Babies Have Culture?.
  • Anthropological Quarterly,, v.77, n.1, p.167-179, Winter 2004., p.177).
  • Nessa crítica, Cristina Toren (2004) TOREN, C.

Review: Do Babies Have Culture?. Anthropological Quarterly,, v.77, n.1, p.167-179, Winter 2004. não está problematizando o reconhecimento dos bebês enquanto participantes ativos da vida sociocultural de suas famílias e comunidades, que Alma Gottlieb (2012) GOTTLIEB, A.

  • Tudo começa na outra vida: a cultura dos recém-nascidos no oeste da África.
  • São Paulo: Editora Unifesp, 2012.
  • Tão bem apresenta.
  • Sua crítica repousa na necessidade de afirmar que seres humanos são culturais ou que certas ideias são construídas culturalmente, o que seria um “truísmo da antropologia cultural contemporânea” ( Toren 2004 TOREN, C.

Review: Do Babies Have Culture?. Anthropological Quarterly,, v.77, n.1, p.167-179, Winter 2004., p.176, tradução minha). A abordagem proposta por Toren (2012) TOREN, C. Antropologia e psicologia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.27, n.80, p.21-36, out.2012.

questiona a distinção entre as dimensões biológicas e culturais do ser humano, propondo uma análise “unificada” que considere que o desenvolvimento do organismo ocorre, desde o início, imerso em relações socioculturais que o produzem, sendo impossível destacar aspectos “meramente biológicos” no ser humano.

Em sua definição da ontogenia humana como um processo social, a autora aponta para o fato de que o processo de vida do organismo humano só é possível em interações sociais que estão presentes e o informam desde antes do nascimento: Em outras palavras, qualquer ser humano é, em todos os aspectos de seu ser, um produto transformador dinâmico do passado por ele vivido e está situado em relação a todos os outros (jovens e velhos, vivos e mortos) cujas ideias e práticas estejam contribuindo para estruturar as condições de sua existência presente.

  1. Qualquer ser humano”, significa, aqui, qualquer feto, neonato, bebê, criança, adolescente, adulto ou idoso, porque a autopoiese é um processo que se inicia na concepção e só termina com a morte.
  2. Toren, 2012 TOREN, C.
  3. Antropologia e psicologia.
  4. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.27, n.80, p.21-36, out.2012.

, p.22). É nessa medida que a autora reconhece que a vida intrauterina pode ser também analisada pela antropologia, sendo um momento de interação do feto com o corpo da mãe e, através dele, com seu entorno social. Para Toren (2014) TOREN, C. What is a schema?.

  • Hau: Journal of Ethnographic Theory,, v.4, n.3, p.401-409, 2014.
  • Essa experiência anterior ao nascimento dá corpo a uma série de “esquemas” (aqui entendidos no sentido piagetiano 4 4 Segundo Toren (2014, p.402): “As used by Piaget the term ‘schema’ refers to a dynamic, self-producing system that is differentiated in functioning; its constitution over time is an aspect of the functioning of the embodied nervous system (it is not confined to the brain).” ) que já nascem com o bebê e informam seu comportamento, sendo geralmente tomados como “naturais”.
See also:  Sinais Que A MenstruaO Vai Descer Pelo Corrimento?

Esses esquemas não são “representações mentais”, mas se constroem com base no desenvolvimento de um sistema nervoso sensorial espraiado por todo o corpo e envolvendo todos os sentidos. What we now know of sensory development and the capacities of neonates and young infants, suggests not only that before birth the child’s experience is structured by the rhythms and practices of the mother’s quotidian existence but also that what cognitive psychologists take to be universal schemas are bound to be differentiated in use over time as a function of the intersubjective relations in which they are engaged.

( Toren, 2014 TOREN, C. What is a schema?. Hau: Journal of Ethnographic Theory,, v.4, n.3, p.401-409, 2014., p.404). Isso implica reconhecer que muitas das atitudes dos bebês recém-nascidos tidas como “inatas” e, por isso, “naturais”, podem ser atribuídas a esquemas construídos a partir da experiência sensorial intrauterina, na interação com o corpo da mãe, com suas atividades, ritmos e relações.

Em consonância com esses argumentos, alguns trabalhos têm ressaltado uma compreensão indígena da vida intrauterina como uma fase ativa, alargando a definição de infância para abarcar não só os bebês como também os fetos em gestação. O trabalho de Platt (2009) PLATT, T.

O feto agressivo, parto, formação da pessoa e mito-história nos Andes. Tellus, Campo Grande, ano 9, n.17, p.61-109, jul./dez.2009., por exemplo, indica que os quéchuas da Bolívia reconhecem no feto aspectos de alteridade e agressividade que podem colocar a vida da mãe em risco, se não forem tomados certos cuidados.

A monografia de Veríssimo (2020) VERÍSSIMO, S. Educação tradicional e o uso da tecnologia na infância Guarani / Kyringue Onheovanga Ha’ e Jurua Mba’ e Oiporu Onhembo’ ea Py.2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

  1. Ao tratar das fases da infância entre seu povo Guarani, prefere apresentá-las no interior de um ciclo de vida, que abarca também a fase da gestação.
  2. Nesse ciclo, a autora identifica cinco fases que corresponderiam à infância ( kyringue ou mitakuery ) e a gravidez ( puru’a régua ) é uma delas, conforme explica: Ipuru’a régua – gravidez antes do nascimento, dentro do ventre da sua mãe, mas já é um ser com espírito preparando para o mundo.

Quando falamos sobre nossas crianças fazemos reflexão sobre o mundo dos nossos bebês, não poderíamos esquecer-nos de falar sobre a nossa gravidez, antes de tudo com nossas crenças e religiosidade, a gravidez é um presente de Nhanderu Tenonde, Então, é importante falar dos cuidados que mulher deve ter durante processo da sua gravidez, porque acreditamos que um espírito de uma criança é puro, é ele que nos escolhe para vir ao mundo em que vivemos e já o consideramos um ser quando está dentro da barriga da mãe, que representa muito para nós também dentro nossa religião.

Todos os cuidados são necessários para que a criança venha nascer com alegria e saúde para sua família. ( Veríssimo, 2020 VERÍSSIMO, S. Educação tradicional e o uso da tecnologia na infância Guarani / Kyringue Onheovanga Ha’ e Jurua Mba’ e Oiporu Onhembo’ ea Py.2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

, p.20, grifo da autora). Os recém-nascidos são também chamados pelos Guarani de “vermelhinhos” ( mita’pytã ), de modo semelhante ao que Pereira (2013 PEREIRA, R.F. Criando gente no alto rio Negro: um olhar waíkhana.2013. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2013.) menciona entre os Piratapuia no rio Negro e mesmo Gottlieb (2012) GOTTLIEB, A.

  1. Tudo começa na outra vida: a cultura dos recém-nascidos no oeste da África.
  2. São Paulo: Editora Unifesp, 2012.
  3. Encontrou entre os beng da Costa do Marfim.
  4. Os bebês de colo ( mitaguaxu va`e ) são uma fase em que as crianças ainda precisam da atenção da mãe ou de cuidadores.
  5. Yringuaxu oguata va’e é outra fase, “quando a criança aprende a brincar a jogar já visível a interação social e sua comunicação com pessoas de toda a idade” ( Veríssimo, 2020 VERÍSSIMO, S.

Educação tradicional e o uso da tecnologia na infância Guarani / Kyringue Onheovanga Ha’ e Jurua Mba’ e Oiporu Onhembo’ ea Py.2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

, p.21), ressaltando que essa brincadeira ( nhevãga ) da pequena infância é considerada sagrada. A última fase antes da puberdade já faz distinções de gênero: ava’i (masculino) e kunha’i (feminino), fase de maior autonomia e aquisição de responsabilidades e aprendizagem dos conhecimentos relativos a cada gênero.

Sobre os períodos da infância entre os Galibi-Marworno, Codonho (2007) CODONHO, C.G. Aprendendo entre pares: a transmissão horizontal de saberes entre as crianças indígenas Galibi-Marworno (Amapá, Brasil).2007. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.

identifica três fases antes da puberdade: a primeira, tximimi, vai do nascimento até os 3 anos, e corresponde a um período em que o bebê é dependente de seus cuidadores; a segunda, mimi, vai dos 3 aos 6 anos aproximadamente, na qual a criança não tem responsabilidades, brinca com as crianças de seu hã, mas já acompanha os pais e irmãos em atividades cotidianas; e a terceira fase, que vai dos 7 aos 12 anos aproximadamente, é diferenciada por gênero: txiuom e txifam (que literalmente significam homenzinho e mulherzinha, mas são traduzidos por menino e menina).

É uma fase de aumento de responsabilidades e preparação para a vida adulta. Todas essas fases podem ser também chamadas de tximun (singular) e tximun-iela (plural), termo genérico para “crianças”. Segundo minhas observações de campo, essa mesma classificação é utilizada pelos Karipuna.

  1. Mesmo não sendo nominada como uma das fases da infância, Codonho (2007) CODONHO, C.G.
  2. Aprendendo entre pares: a transmissão horizontal de saberes entre as crianças indígenas Galibi-Marworno (Amapá, Brasil).2007.
  3. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.

já observava que a existência da criança Galibi-Marworno antecede o seu nascimento, tendo seu protagonismo reconhecido desde a gestação. O seu reconhecimento como pessoa ocorre por volta dos 4 a 5 meses de gestação, quando seus olhos começam a se formar e sua nam (que pode ser traduzida por “alma”, “espírito” ou “princípio vital”) toma assento no pequeno corpo em formação.

Esse espírito vai se desenvolvendo com o corpo do bebê e é considerado como “a força que faz nascer”, dando à criança a força necessária para seu nascimento. Os cuidados com a construção do corpo do bebê iniciam nessa fase, não apenas com a puxação de barriga, mas também por meio de restrições e prescrições alimentares.

Com será tratado adiante, as mulheres experientes em puxar barriga estabelecem contato com esse bebê e o monitoram.D. Josefa, da aldeia Pacapuwa, por exemplo, diz que a criança sente seu toque e reage a ele. Ela usa um dente de alho para empurrar lentamente a criança e endireitá-la no ventre da mãe.

Quer me parecer que tratam os bebês, antes e depois do nascimento, com o mesmo respeito e reconhecimento por suas ações, opções e vontades, que dedicam às crianças maiores, como procurei descrever em outro trabalho ( Tassinari, 2015 TASSINARI, A. ‘A casa de farinha é nossa escola’: aprendizagem e cognição galibi-marworno.

Política & Trabalho: Revista de Ciências Sociais, João Pessoa, n.43, p.65-96, jul./dez.2015.). Mamã pitxit é o termo em kheuol, 5 5 Kheuol é a língua falada tanto pelos Karipuna quanto pelos Galibi-Marworno, semelhante ao créole falado na Guiana Francesa, com algumas variações locais.

  • As palavras em kheuol serão grafadas em itálico, segundo a grafia do dicionário organizado por Picanço Montejo (1988).
  • Usado pelas mulheres Karipuna e Galibi Marworno e traduzido por elas por “mãe do corpo”, “mãe do filho”, “mãe do pobre”.
  • Definem a mãe do corpo como “útero”, assim como Fleischer (2007) FLEISCHER, S.R.

Parteiras, buchudas e aperreios: uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de Melgaço, Pará.2007. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

Ouviu das parteiras de Melgaço, fazendo também referência ao mesmo entendimento em outras regiões do Brasil (Victora, 1999 apud Fleischer, 2007 FLEISCHER, S.R. Parteiras, buchudas e aperreios: uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de Melgaço, Pará.2007. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

, p.140). Barroso (2001 BARROSO, I.C. Saberes e práticas das parteiras tradicionais do Amapá: histórias e memórias.2001. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001., p.106), em sua dissertação sobre as parteiras tradicionais do Amapá, faz uma breve menção ao termo “mãe do corpo” definindo-o, igualmente como “útero”, mas também como “uma bola que se forma próximo ao útero da mulher” que cresce durante a gestação e “às vezes no parto quer vir junto com a criança”.

  1. Mindlin (2002 MINDLIN, B.
  2. As parteiras do Amapá.
  3. In: JUCÁ, L.; MOULIN, N.
  4. Parindo um mundo novo: Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá.
  5. São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.13-20.
  6. P.18) faz referência à tese de Pereira sobre as parteiras tradicionais residentes em favelas de Manaus, para as quais a mãe do corpo é “um componente do corpo feminino sem lugar anatômico preciso que, segundo essa tese, pode movimentar-se pelo corpo todo e exige cuidados e invocações especiais”.

De fato, a tradução direta do termo por “útero” tem levado a alguns desentendimentos em relação ao saber biomédico, já que os conhecimentos relativos à mãe do corpo envolvem muito mais que o útero enquanto órgão. O termo em kheuol para este órgão é mathis e duas interlocutoras definiram a mãe do corpo como no mathis, “nosso útero”.

  • Suponho que essa tradução se deve ao entendimento de que a mãe do corpo é o lugar onde o feto “pega” e se desenvolve, “é dali que gera uma criança”, disse D. Domingas.
  • A mãe do corpo cresce durante a gestação, acompanhando o crescimento do feto e, após o parto, leva 40 dias para “sarar” e voltar ao seu tamanho e lugar originais.

Por isso, afirmam que é tão importante respeitar a quarentena, pensada como um período necessário para curar a mãe do corpo. Entendo que a noção de mãe do corpo excede essa associação ao útero enquanto um órgão. A mãe do corpo é também definida como uma “força pulsante” central para a saúde feminina: “é a força da mulher”, “é tudo da gente”, “é a essência da mulher”.

Scopel (2014 SCOPEL, R. A cosmopolítica da gestação, parto e pós-parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku.2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014., p.150) também encontrou explicações semelhantes entre os Munduruku: A mãe do corpo era uma força importante para a saúde da mulher Munduruku no dia a dia, e foram especialmente as práticas de autoatenção ao parto que me fizeram notar sua centralidade na vida dessas mulheres.

Puxar a mãe do corpo é fundamental para realizar um bom parto. Itamar explicou que: “a mãe do corpo é uma espécie de saúde da mulher”. Durante pesquisa de campo realizada em 2010 entre as mulheres Galibi-Marworno, entendi que a mãe do corpo se referia a uma força pulsante, localizada na região do umbigo, na mulher, e no saco escrotal, no homem, um princípio vital que garante a saúde e bem-estar da pessoa e que, caso saia do lugar em virtude de trabalhos excessivos ou exposição a certos ventos, poderia gerar dor e infertilidade ( Tassinari, 2015 TASSINARI, A.

  1. A casa de farinha é nossa escola’: aprendizagem e cognição galibi-marworno.
  2. Política & Trabalho: Revista de Ciências Sociais, João Pessoa, n.43, p.65-96, jul./dez.2015.).
  3. Nesse caso, a pessoa fica dehãje, o que traduziram por “desarrumada”, “desarranjada” ou “deslocada”.
  4. A puxação de barriga se refere a uma técnica para “colocar a mãe do corpo no lugar”, restabelecendo a saúde e equilíbrio da pessoa.

Informaram-me técnicas distintas para tratar homens e mulheres. Em mulheres grávidas, a puxação de barriga, realizada logo pela manhã com o estômago vazio, também é um modo de fazer contato com o bebê, despertando-o e conduzindo-o com as mãos ao lugar do nascimento.

Esse entendimento sobre a mãe do corpo presente nos corpos de homens e mulheres é semelhante às definições encontradas por Sauma (2019 SAUMA, J. ‘Moramos no mundo dos invisíveis’: sobreposição, ruptura e movimento em uma área coletiva quilombola. In: STOLL, E. et al. (org.). Paisagens evanescentes: estudos sobre a percepção das transformações nas paisagens pelos moradores dos rios Amazônicos.

Belém: NAEA/UFPA, 2019.p.115-136., p.14) entre quilombolas da região de Oriximiná: Todos os bebês nascem com corpos abertos; à medida que as crianças crescem, a sua mãe do corpo – órgão que regula a circulação de nutrição e força no corpo – é fixada em seu umbigo, e com isso as suas consciências se desenvolvem, fechando o corpo e diminuindo a vulnerabilidade da pessoa.

  1. Fernando Fileno (2017 FILENO, F.
  2. No seio do rio: linhas que casam, que curam e que dançam.
  3. Parentesco e corporalidade entre os Mura do Igapó-Açu.2017.
  4. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017.
  5. P.18), a respeito dos Mura da região de Borba, também define a mãe do corpo ou “mãe do centro” de modo semelhante: É tipo um coração porque fica pulsando, descrita a princípio como um órgão, ela também é uma entidade.

Desde que nascem, homem e mulher já a dispõe internamente, carente de atenção e cuidado especializado, dela dependem a saúde e a vida do indivíduo. No entanto, durante a pesquisa de campo realizada em 2016, com mulheres Karipuna e Galibi-Marworno, a ideia de que homens também tivessem mãe do corpo apareceu como absurda, gerando gargalhadas.

  1. A mãe do corpo foi apresentada, dessa vez, como exclusiva dos corpos femininos e relacionada somente à saúde da mulher.
  2. Pode ter havido um deslizamento semântico desse conceito, talvez para adequar a noção de mãe do corpo à sua definição como “útero”.
  3. Mas creio que a ideia de que homens e mulheres podem ficar dehãje, e meu parco conhecimento de kheuol, tenham me levado a compreender erroneamente que, para os Karipuna e Galibi-Marworno, ambos têm mãe do corpo.

Em 2020, voltei a entrevistar D. Graziela, uma das mais experientes mulheres que sabem puxar barriga, que ensinou várias gerações de parteiras Karipuna e Galibi-Marworno. Ela reforçou que a mãe do corpo é uma força pulsante feminina, localizada na região do umbigo, responsável pela saúde da mulher.

Se ela se desloca da sua posição, a mulher fica dehãje, sentindo dores, ansiedade, mal-estar, não sendo mais capaz de engravidar. O homem também pode ficar dehãje, se o seu ghen sair do lugar. Ghen é o termo em geral para “grão, semente ou caroço” ( Picanço Montejo, 1988 PICANÇO MONTEJO, F. No djisone kheuol-portxige/O nosso dicionário português-kheuol.

Belém: Edições Mensageiro, 1988., p.41), nesse contexto definido por D. Graziela como uma pequena bola como um ovo de codorna localizada no saco escrotal. O tratamento halevã para os homens é diferente, as massagens são feitas na região do baixo ventre, ao lado da crista ilíaca, no sentido de baixo para cima, onde se sentem “pequenos botões” ( glã ) que não podem descer para o saco escrotal, o que provocaria inchaço, muita dor, podendo levar à morte.

A conversa com D. Graziela juntou toda a família, para melhor traduzir e definir esses termos. Alessandra e sua mãe Marlene, neta e filha de D. Graziela, afirmaram que a mãe do corpo era associada ao útero. Marlene é técnica de enfermagem no hospital do Oiapoque, e acompanhava a mãe nos cursos de parteiras oferecidos pelo estado do Amapá, para servir-lhe de intérprete.

Já a nora Cassia Lod explicou que, entre seu povo Galibi-Kaliña, o que chamam de mãe do corpo não é o útero, “é mais um sistema, uma força que tem que estar no lugar para a pessoa estar bem”. Por fim, o genro Wanderson, neto de uma experiente parteira Karipuna e aluno da UNIFAP, definiu a mãe do corpo e o ghen como a “essência” da mulher e do homem, respectivamente.

Se estiverem fora do lugar, a pessoa fica dehãje, Entendo que “estar com a mãe do corpo no lugar”, ou o ghen, no caso dos homens, diz respeito a um estado de equilíbrio, saúde e integridade da pessoa, antônimo do estado dehãje, Nota-se que esse termo pode também ser usado em outras situações. Se o pai não segue o resguardo e pega peso, por exemplo, pode provocar que o bebê fique dehãje,

Assim também, uma parte do corpo que se desloque pode ser considerada dehãje, Para todos esses casos, há diferentes técnicas de puxação. Nessa interessante “entrevista em família” estavam presentes três gerações e três grupos étnicos (Karipuna, Galibi-Marworno e Galibi-Kaliña), produzindo explicações e traduções que dialogavam com conhecimentos advindos também de diferentes formações acadêmicas (Técnica em Enfermagem e Licenciatura Intercultural Indígena).

Fica claro que uma definição abstrata da mãe do corpo foi se construindo, articulando diferentes saberes locais e acadêmicos. Compreendi, porém, que para as mulheres experientes em puxar barriga não é relevante definir a mãe do corpo, como minha ansiedade antropológica buscava. O que importa é saber sentir a sua pulsação e colocá-la no lugar, aliviando as dores das mulheres ou direcionando os bebês para o nascimento.

Neste item trato da rede de aprendizagem e cooperação na qual se constroem e se disseminam os conhecimentos e práticas das mulheres Karipuna e Galibi-Marworno tratados neste artigo. Essa rede de relações de mulheres experientes extrapola a pertença a aldeias ou etnias e abarca agentes do sistema público de saúde, tanto de forma conflituosa quanto colaborativa.

  • Um pouco da história da região do baixo rio Oiapoque e do vale do rio Uaçá se faz necessário para explicar a formação dessa rede supraétnica de mulheres experientes em puxar barriga e partejar que, até meados do século XX, foram responsáveis por trazer ao mundo a quase totalidade dessa população.
  • A população Karipuna, com 2297 pessoas, segundo o último censo do IBGE (cf.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2012 INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indígenas. In: IBGE. : IBGE, 2012. Disponível em: Disponível em: https://indigenas.ibge.gov.br/apresentacao-indigenas.html, Acesso em: 30 mar.2020. https://indigenas.ibge.gov.br/apresentac.), está na sua maioria localizada ao longo do rio Curipi (além de aldeias no rio Oiapoque e na rodovia BR-156).

  1. A população Galibi-Marworno tem 1862 pessoas, sendo a maioria residente ao longo do rio Uaçá (além de aldeias na BR-156).
  2. Apesar dos constantes casamentos interétnicos e intensa mobilidade entre as aldeias, reconhecem-se como povos distintos, com base em diferentes regras de parentesco e sistemas cosmológicos.

Em trabalhos anteriores ( Tassinari, 2003 TASSINARI, A. No bom da festa, o processo de construção cultural das famílias Karipuna do Amapá. São Paulo: Edusp, 2003., 2011 TASSINARI, A. Organização social e história Galibi-Marworno. Um estudo comparativo com os Karipuna.

  • In: CONVEGNO INTERNAZIONALE DI AMERICANISTICA, 33., 2010, Perugia. Atti,
  • Perugia: Centro Studi Americanistici, 2011.p.1173-1181.), com base em dados históricos, procurei mostrar que são descendentes de famílias que experimentaram histórias comuns de violência, escravidão e migrações forçadas durante os séculos XVII e XVIII, gerando deslocamentos, fugas e reduções em missões jesuíticas.

Ascendentes das famílias Karipuna, falantes de nheengatu, foram provavelmente “descidos” para as missões jesuíticas portuguesas no baixo rio Amazonas, enquanto os ancestrais dos Galibi-Marworno foram provavelmente reduzidos nas missões jesuíticas francesas no baixo rio Oiapoque, onde povos Aruã, Maraon e Galibi foram agrupados e usavam o Galibi como língua geral.

  • Após o fechamento das missões e expulsão dos jesuítas, no final do século XVIII, essas famílias retornaram para seus antigos territórios no baixo rio Oiapoque e estabeleceram aldeias nos rios Curipi e Uaçá.
  • Explicam que a identidade comum como “batizados” permitiu intercasamentos entre essas famílias, apesar de suas diferentes língua e origens, enquanto evitavam relações com as outras populações locais “não batizadas” como os Aruak, Arakare, Urukuyan e Palikur ( Tassinari, 2003 TASSINARI, A.

No bom da festa, o processo de construção cultural das famílias Karipuna do Amapá. São Paulo: Edusp, 2003.). Apesar de se reconhecerem como povos distintos e seguirem diferentes regras de parentesco, os Karipuna e Galibi-Marworno têm estabelecido alianças entre si há muitas gerações, produzindo interconexões entre as famílias vivendo nas suas várias aldeias.

  • Os Galibi-Marworno proíbem a endogamia no âmbito de dois grupos, que chamam de hã e has,
  • O hã é a família extensa derivada do padrão uxorilocal de residência: um conjunto de casas de irmãs vivendo com seus maridos e filhos perto da casa dos pais e irmãos solteiros.
  • Esse grupo doméstico chamado de hã é o local onde as crianças crescem e brincam juntas, consideradas entre si como irmãs.

Chamam de has o grupo de descendência patrilinear que, apesar de viver em diferentes hã, podem ou não ter frequentes visitações e ocasiões para as crianças brincarem juntas. Do ponto de vista da criança, elas brincam no hã com seus irmãos e primos paralelos matrilaterais, com os quais não poderão se casar.

  • Mas há também interdição de casamento com os primos paralelos patrilaterais, que são da mesma has, ou mesmo com primos cruzados, se também brincarem juntos ( Codonho, 2007 CODONHO, C.G.
  • Aprendendo entre pares: a transmissão horizontal de saberes entre as crianças indígenas Galibi-Marworno (Amapá, Brasil).2007.

Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007.). Nesse sentido, estando fora desses dois grupos exogâmicos, os Karipuna podem ser potenciais afins para as famílias Galibi-Marworno.

Por outro lado, entre os Karipuna, os padrões de casamento derivam de dois princípios, que devem ser corretamente equilibrados: uma valorização em “misturar o sangue” e um esforço para “não deixar o sangue espalhar” ( Tassinari, 2003 TASSINARI, A. No bom da festa, o processo de construção cultural das famílias Karipuna do Amapá.

São Paulo: Edusp, 2003.). O primeiro princípio produz um movimento voltado para fora e uma valorização de casamentos com famílias (ainda) não aparentadas, como os Karipuna de outras aldeias, os Galibi-Marworno ou mesmo com não indígenas. O segundo princípio estimula alianças endogâmicas, que podem incluir primos paralelos e alianças avunculares (consideradas incestuosas pelos Galibi-Marworno).

O resultado da articulação desses dois princípios é um padrão no qual uma aliança inicial “mistura” famílias não aparentadas gerando um movimento subsequente de “não espalhar o sangue”, repetindo alianças entre essas duas famílias. Através desses diferentes princípios, a valorização Karipuna em “misturar o sangue” e a exogamia dos grupos hã e has dos Galibi-Marworno, tem sido possível o estabelecimento de alianças interétnicas entre eles, em paralelo à manutenção de suas diferenças como povos distintos.

Considero que essa “abertura para a exterioridade” que norteia seus sistemas de parentesco é também característica de seus modos de ensinar e aprender, como pude observar ao analisar as redes de formação das mulheres experientes em puxar barriga. Há um interesse e uma valorização nos conhecimentos exógenos.

Amparada na abordagem de Lévi-Strauss (1993) LÉVI-STRAUSS, C. História de lince. São Paulo: Companhia das Letras, 1993. a respeito da mitologia ameríndia e sua característica “abertura para o outro”, já utilizada para analisar experiências de escolarização indígena ( Tassinari; Cohn, 2009 TASSINARI, A.; COHN, C.

‘Opening to the other”: schooling among the Karipuna and Mebengokré-Xikrin of Brazil. Anthropology & Education Quarterly,, v.40, n.2, p.150-169, 2009.), entendo que essa “abertura para a alteridade” é uma importante característica de seus modos próprios de ensino e aprendizagem.

Estes valorizam ou destacam a inclusão de um elemento externo, que pode ser tanto o conhecimento aprendido com afins ou estrangeiros (como as práticas de puxar barriga), ou saberes “outros” provenientes de diferentes “donos” (como no caso do xamanismo), ou outras formas de transmitir conhecimentos (como a escolarização, os museus, os vídeos, a internet).

Calavia, Carid e Perez (2003) CALAVIA, O.; CARID, M.; PEREZ, L. O saber é estranho e amargo. Sociologia e mitologia do conhecimento entre os Yaminawa. Campos, Curitiba, n.4, p.9-28, 2003. também observam essa valorização dos saberes exógenos entre os Yaminawa.

  1. Nesse caso, a aprendizagem e difusão das técnicas de puxar barriga está muito relacionada a essa busca de uma expertise que extrapola os conhecimentos aprendidos na esfera doméstica.
  2. Isso porque, de certo modo, toda mulher Karipuna ou Galibi-Marworno domina os conhecimentos relacionados à mãe do corpo e está pronta a partejar, se for necessário, na medida em que já acompanhou vários partos de suas tias, irmãs ou vizinhas.

Como também observou Scopel (2014) SCOPEL, R. A cosmopolítica da gestação, parto e pós-parto: práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku.2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014.

  • Sobre os Munduruku, trata-se de conhecimentos mobilizados no cotidiano e nas práticas de autoatenção das famílias.
  • Durante a pesquisa realizada em 2010, a aldeia de Kumarumã tinha cerca de 1600 pessoas.
  • Havia 9 mulheres reconhecidas pelos seus conhecimentos e habilidades em puxar barriga e fazer partos, outras 3 eram reconhecidas por puxar barriga, mas não faziam partos, e havia 5 mulheres que estavam aprendendo a ser parteiras.

A maior parte dessas mulheres (11) eram filhas de parteiras, mas, quando perguntadas com quem aprenderam essas técnicas, menos da metade indicou ter aprendido com sua mãe (5). Outras disseram que aprenderam “da própria cabeça” (3), valorizando os esforços pessoais de observar e memorizar as técnicas.

Algumas falaram que aprenderam com outras parteiras: uma tia (2) uma senhora vinda do Curipi (2), uma cunhada, uma prima, uma senhora do Oiapoque, a sogra ou uma irmã da sogra. É como se, para as mulheres Galibi-Marworno, acompanhar a mãe ou a irmã nas suas atividades cotidianas de puxar barriga fosse algo tão corriqueiro que não merecesse destaque.

Ao contrário, o esforço pessoal em observar e aprender “da própria cabeça” ou em buscar outras técnicas com afins, como a sogra ou a cunhada, ou com pessoas de fora, é que foi mais valorizado nos seus discursos. Considerando que uma mulher Galibi-Marworno passa a maior parte da vida no interior do hã, um espaço de identidade e semelhança, parece que há uma valorização das técnicas aprendidas fora desse contexto.

  • Em 2016, quando trabalhei com as mulheres Karipuna no rio Curipi, percebi que faziam parte de uma mesma “comunidade de prática” ( Lave; Wenger, 1991 LAVE, J.; WENGER, E.
  • Situated learning: legitimate peripheral participation.
  • Cambridge: Cambridge University Press, 1991.) das parteiras Galibi-Marworno, no sentido que estavam relacionadas por laços de parentesco e, em diferentes momentos, fizeram parte das mesmas equipes ou acompanharam uma mesma mulher experiente em suas atividades para aprender.

Essa rede de mulheres experientes se espalhava pelas aldeias Karipuna e Galibi-Marworno, sendo que uma delas estava puxando a barriga na cidade de Oiapoque, atendendo mulheres indígenas e não indígenas. Pelo que pude recuperar, tentando traçar linhas de aprendizagens, há uma grande valorização dos conhecimentos trazidos por uma senhora negra de nome Ramira, proveniente do Cassiporé, que passou alguns anos na localidade Tucão, próxima do Encruzo.

A essa senhora Ramira as mais antigas atribuem o ensino das técnicas de puxar barriga que utilizam hoje. Esse conhecimento de puxar barriga eu aprendi com a minha irmã mais velha, a Dorica, ela que me ensinou, eu estava bem novinha, com 15 anos fiz o meu primeiro parto Ela aprendeu com uma parteira que chamavam Ramira, uma cassipeira, que era parenta do marido da Dorica.

Eles ficaram ali no Encruzo, num lugar que chama Tucão, é embaixo do Karipurá um pouquinho. Então ela morou lá, aí ela aprendeu com essa médica, né, porque pra gente, uma boa parteira é uma médica. (Entrevista com D. Xandoca, aldeia Santa Isabel, 30/01/2016).

  1. Os conhecimentos ensinados por D.
  2. Ramira se espalharam entre as mulheres Karipuna e Galibi-Marworno, a partir de suas aprendizes, que viveram ou passaram uma temporada na mencionada aldeia Karipurá, atualmente desativada.
  3. Muitas dessas aprendizes foram responsáveis, juntamente com os esposos, pela fundação de novas aldeias.D.

Frozina e o esposo Sabá fundaram a aldeia Açaizal.D. Delfina e o esposo Coco fundaram a aldeia Santa Isabel.D. Dorica, mencionada na citação acima, ensinou para D. Davina, fundadora da aldeia Manga, com seu esposo Florêncio.D. Cadi era Galibi-Marworno, mas casou-se com Alexandre Marcolino do Karipurá, onde morou e aprendeu as técnicas de puxar barriga, que depois ensinou em Kumarumã.

  • Há, portanto, ao menos entre os Karipuna, uma clara correlação entre fazer parte do casal fundador de novas aldeias e dominar técnicas de puxar barriga e partejar.
  • A compreensão dessa rede de aprendizagens, trocas e ajuda mútua é importante para complexificar a ideia comumente difundida de uma aprendizagem de parteiras que ocorre “de geração a geração” ( Barroso, 2001 BARROSO, I.C.

Saberes e práticas das parteiras tradicionais do Amapá: histórias e memórias.2001. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001. ; Capiberibe, 2002 CAPIBERIBE, J. Os anjos da floresta.

  • In: JUCÁ, L.; MOULIN, N.
  • Parindo um mundo novo: Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá.
  • São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.21-26.).
  • Embora a transmissão geracional seja um elemento importante para a aprendizagem desses saberes, é importante reconhecer o movimento de circulação dessas técnicas e conhecimentos entre coetâneas, com ênfase na ação das aprendizes em buscar aprimorar seus conhecimentos, através da experiência e de novas parcerias.

A partir de 1996, essa rede de mulheres experientes do Uaçá que, como vimos, sempre estiveram abertas a novos aprendizados, passa a se articular com o Programa das Parteiras Tradicionais, do governo do Amapá. Algumas dessas mulheres experientes participam dos cursos de formação e reuniões, como o I Encontro Internacional das Parteiras da Floresta, realizado em 1998.

Esses cursos e encontros criaram espaços de troca e formação para parteiras indígenas, quilombolas e ribeirinhas de vários municípios amapaenses, inserindo-as também em redes mais amplas, como a Rede Nacional de Parteiras ( Mindlin, 2002 MINDLIN, B. As parteiras do Amapá. In: JUCÁ, L.; MOULIN, N. Parindo um mundo novo: Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá.

São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.13-20.). Através de parcerias, como a ONG Cais do Porto e a Unicef, foram oferecidos diversos cursos de formação, oferecidos crachás de identificação para atendimentos em hospitais e unidades de saúde 6 6 O objetivo do Programa de garantir o reconhecimento das parteiras tradicionais pelo Sistema Único de Saúde (SUS) chegou a ser alcançado em alguns municípios e Barroso (2001) cita parteiras contratadas pelas prefeituras dos municípios de Mazagão e Santana que faziam partos nas Unidades Mistas de Saúde.

Em 2001, foi inaugurada na cidade de Oiapoque a primeira Casa de Parto da Amazônia (Capiberibe, 2002). e distribuídos “kits parteiras” com instrumentos e materiais de higiene. Mas esse movimento não se deu sem ambiguidades, conforme tratado no próximo item. A puxação é uma técnica mais geral de massagens ou procedimentos corporais feitos para restabelecer o equilíbrio e saúde da pessoa.

See also:  Quais Meus Direitos Quando PeO DemissãO 2022?

Uma perna ou braço deslocados ( dehãje ) podem ser recolocados no lugar através da puxação. Músculos enrijecidos ou paralisados da face ou dos membros também podem ser puxados para que restabeleçam o movimento. Mas os conhecimentos das mulheres experientes em halevã, puxar barriga, dizem respeito ao equilíbrio mais geral da pessoa e são práticas terapêuticas para curar um estado dehãje que pode acometer homens, mulheres e crianças.

  • Como vimos, essa condição decorre de um deslocamento da mãe do corpo, no caso das mulheres, ou do ghen, no caso dos homens, que pode ser provocado por trabalho excessivo, exposição a certos ventos, quedas ou movimentos bruscos.
  • No caso de crianças pequenas, o estado dehãje pode ser provocado pelos pais, se não respeitarem cuidados relacionados aos períodos da quarentena ou outras atividades, como a caça.

Explicaram-me que o estado dehãje provoca não apenas dores na região do abdômen e quadril, mas também uma sensação mais geral de mal-estar, preocupação, tristeza, que, se não tratado, pode levar à morte. Por isso, ao sentir essas dores, as pessoas procuram as mulheres experientes em halevã, em suas casas, geralmente ao final de um dia de trabalho.

O tratamento é feito ali mesmo, a paciente se deita no assoalho da casa sobre uma toalha ou pano de rede e as mulheres experientes utilizam óleos vegetais, como andiroba, cobaíba ou tucumã, para fazer as massagens no ventre. Às vezes, puxam também pernas e braços da paciente, esticando cada um dos dedos, numa operação que leva entre dez e quinze minutos.

Se observar que, ao final do tratamento, a mãe do corpo não voltou totalmente ao seu lugar, a senhora que faz o halevã propõe a continuidade das puxações nos dias seguintes. Em janeiro de 2010, acompanhei as puxações feitas numa jovem senhora, mãe de um filho adolescente, que queria engravidar novamente e não conseguia.

  • Ela combinou um tratamento com uma experiente parteira e sua filha, que estava aprendendo a arte de halevã, para colocarem sua mãe do corpo no lugar.
  • De manhã e de noite, essas especialistas iam até a casa da paciente para puxar sua barriga, num evento que acabava reunindo também as outras mulheres da casa: sua mãe e sua irmã.

Eram momentos de troca entre elas, quando se compartilhavam angústias e temores, as mulheres experientes e a mãe davam conselhos para as filhas, lembravam de outras mulheres que passaram por problemas semelhantes e depois conseguiram engravidar, criando uma atmosfera de confiança e apoio.

  1. Ao final de alguns dias, observando que a mãe do corpo se acomodara em seu lugar, foi feita a técnica para “amarrar a mãe do corpo”: colocando o dedo indicador no umbigo da paciente e girando-o por três vezes, proferindo palavras próprias para essa “amarração”.
  2. No caso das gestantes, elas geralmente procuram as especialistas em halevã quando o bebê começa a mexer e se colocar em posições desconfortáveis, causando-lhe dores, o que se dá por volta do quinto mês.

A puxação de barriga, nesses casos, tem outra finalidade: acompanhar o crescimento do feto, observar sua posição, posicioná-lo corretamente para nascer. As especialistas e as gestantes compartilham conhecimentos comuns sobre a importância dessa prática.

  1. Contaram que deve ser realizada logo cedo pela manhã, com o estômago ainda vazio.
  2. Em geral, é um momento em que o bebê se movimenta pouco, mas dizem que “acorda” e começa a se mexer respondendo ao toque das mãos da especialista.
  3. Nesse caso, além dos óleos vegetais mencionados, também podem usar banha de animais como mucura e arraia, que têm seus filhos com muita facilidade.D.

Conceição diz que a criança no útero percebe o halevã, “eles parecem que ficam animados” (entrevista em 20/01/2016, aldeia Manga). As mulheres experientes em halevã explicam que essa técnica é fundamental como preparação para um bom parto. Na verdade, o momento do parto é quase secundário em relação a essa preparação.

  1. Por volta dos seis meses, quando o feto já está mais crescido, as mulheres que sabem puxar barriga observam, através do toque das mãos, sua posição, a vitalidade de seus movimentos, seu tamanho.
  2. Também direcionam sua cabeça para a posição correta do nascimento.
  3. Sabem que, nessa fase, o feto não vai ficar imóvel até a data do nascimento, podendo mudar de posição.

Mas parece que há aí um entendimento de que é possível ir direcionando-o para a posição correta para nascer.D. Graziela explicou que a parteira “mostra”, “indica”, “dirige” o bebê para o lugar certo. Entendo isso como um exemplo de “esquema” mencionado por Toren (2014) TOREN, C.

  1. What is a schema?.
  2. Hau: Journal of Ethnographic Theory,, v.4, n.3, p.401-409, 2014.
  3. Que o bebê apreende a partir das sensações provocadas pelo toque da especialista no ventre materno.
  4. Como vimos, desde 1996, algumas mulheres experientes em puxar barriga e partejar começaram a frequentar os cursos de formação do Programa Parteiras Tradicionais do estado do Amapá.

Não é minha intenção aqui fazer uma apresentação do projeto ou discuti-lo, senão pelo que se reverbera dele na fala de minhas interlocutoras. O que se passou, nas aldeias Karipuna e Galibi-Marworno, é que algumas das mulheres experientes em halevã foram cadastradas enquanto “parteiras tradicionais”.

  • Até então, a própria noção de “parteira” lhes era alheia, sendo reconhecidas como fam ki savê halevã, “mulheres que sabem puxar barriga”.
  • Muitas valorizam os encontros, enquanto momentos de trocas de conhecimentos entre “parteiras tradicionais” de todo o estado do Amapá.
  • Mas geralmente se ressentem pela maneira como seus conhecimentos são tratados nesses encontros, desestimulando algumas práticas – especialmente o halevã, estabelecendo rotinas diferentes, tratando com desconfiança suas noções de higiene.

Situações semelhantes foram observadas por Fleischer (2007) FLEISCHER, S.R. Parteiras, buchudas e aperreios: uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de Melgaço, Pará.2007. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007.

  1. Junto às parteiras de Melgaço (PA), por Barroso (2001) BARROSO, I.C.
  2. Saberes e práticas das parteiras tradicionais do Amapá: histórias e memórias.2001.
  3. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.
  4. Em quatro municípios do Amapá e por Cardoso e Nascimento (2019) CARDOSO, M.A.S.; NASCIMENTO, R.

O dom e a dádiva entre parteiras do Amapá: uma abordagem etnográfica. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.28, n.1, p.235-249, jan./mar.2019. entre parteiras do município de Santana (AP). Ao serem cadastradas como “parteiras tradicionais”, algumas mulheres experientes em puxar barriga passaram a receber uma quantia mensal e a ter que preencher relatórios indicando o número de partos realizados e de mulheres atendidas em “pré-natal”.

  1. Esse passou a ser o termo para o que se fazia antes como visitas para puxar a barriga das gestantes.
  2. Porém, a própria puxação passou a ser tratada com desconfiança e desestimulada.
  3. Enquanto as parteiras mais antigas e autoconfiantes continuaram a realizar normalmente suas atividades, as aprendizes mais jovens passaram a ser formadas com receio de levarem a mãe ou o bebê a óbito.

Uma reclamação geral nas comunidades é que, atualmente, com a diminuição da prática de halevã, está crescendo o número de partos encaminhados ao hospital de Oiapoque. A técnica de enfermagem (não indígena) que trabalha desde 2008 na aldeia Manga explicou que o sistema de saúde local procura respeitar as parteiras, considerando que as gestantes se sentem à vontade com elas.

  1. Mas não considera as suas técnicas eficazes, inclusive apresentou várias preocupações em relação a algumas práticas: O atendimento delas, em questão da cultura, a gente tem que respeitar.
  2. O parto é realizado sempre com sucesso, né, quando não dão conta elas chamam a gente.
  3. O que a gente bate muito com as parteiras é a questão da prevenção, de um tétano, de uma infecção, a gente tem um pouco de dificuldades com elas em relação a usar luva.

Elas têm o costume delas, não querem usar luva. Tem os unguentos delas que usam, puxam a barriga, passam na parte íntima das grávidas. Elas têm todo esse processo. O óleo que elas usam, às vezes acontece edema vaginal. Elas dizem que a andiroba ajuda na dilatação, mas os médicos dizem que não interfere em nada.

  • Entrevista com M., técnica de enfermagem, aldeia Manga, 23/01/2016).
  • Aqui se nota uma relação conflitiva entre os conhecimentos das mulheres que sabem puxar barriga e o sistema público de saúde, mesmo com muitos profissionais indígenas atuando como técnicos de enfermagem, tanto nas aldeias como na cidade de Oiapoque.

É necessário assinalar que a supervalorização dos conhecimentos da biomedicina, a tradução simplificada dos conceitos locais para termos biomédicos, a desconfiança dos saberes de mulheres anciãs e suas noções de higiene e a insegurança provocada nas jovens aprendizes têm ameaçado fortemente a manutenção da prática do halevã,

Mesmo com tudo isso, na hora do parto, as gestantes preferem estar com uma mulher experiente em sua casa do que na enfermaria ou no hospital. Uma jovem Galibi-Marworno, estudante da UNIFAP, contou que na hora do parto preferiu voltar para a sua aldeia, apesar da equipe de saúde ter tratado sua escolha como absurda.

Ela insistiu e tudo correu bem no seu parto, feito pela avó. Para partejar, as mulheres experientes costumam trabalhar em equipes. Há a parteira principal, que vai segurar a criança, mas é importante contar com a ajuda de outras, mais ou menos experientes, para segurar a parturiente pelas costas, para preparar os chás, para fazer massagens.

O parto pode durar muito tempo, por isso também dizem que é melhor trabalhar em grupo. Apanham sete folhas da cuieira que estão já caídas no chão e preparam um chá para aumentar as contrações. Puxam a barriga com óleo de andiroba, que também passam no canal vaginal para ajudar na dilatação. Preparam um chá de pimenta e/ou gengibre, para dar força para a mãe e para o feto.

A força do feto é reconhecida como elemento importante para seu nascimento e alguns chás e massagens têm o intuito de “animar o bebê para nascer”. Como vimos, essa “força que faz nascer” vem de sua nam, Após o nascimento da criança, espera-se que a placenta saia inteiramente para cortar o seu cordão umbilical.

  • A placenta é também chamada deãiẽ-fet, que, literalmente, pode-se traduzir como “o último a nascer”, sendo também considerada viva e pulsante.
  • As parteiras puxam a barriga da puérpera para ajudar a placenta a sair e dizem sentir o seu movimento vivo.
  • Maria José, em Kumarumã, explicou que a parteira passa um punhado de sal no cordão umbilical para facilitar o nascimento da placenta.

Aguarda-se que a placenta morra para que seja enterrada próxima da casa, envolta em panos, em uma cova não muito profunda.D. Xandoca conta que, antigamente, cortavam o cordão com ponta de flecha partida ao meio e amarravam o umbigo com o fio de curauá.

  1. Para secar o umbigo, ralavam pó de taperabá na língua do pirarucu e passavam no local.
  2. Se não dava certo, usavam pó da paxiúba, leite de pião.
  3. Segundo ela, atualmente, o médico não deixa cortarem o cordão do umbigo, tem que chamar o técnico de enfermagem para fazer a assepsia.
  4. Mas vimos que, na aldeia de Açaizal, ainda se mantém o costume de dar à mãe, para que ela mesma corte o cordão umbilical do bebê, uma ponta de flecha preparada pelo pai durante a gestação e mantida guardada no beiral de casa.

Cortar o cordão umbilical do filho recém-nascido deve ser um exercício importante para essas populações que em tudo respeitam as decisões e autonomia das crianças. A mãe oferece o peito ao bebê logo depois do nascimento. A amamentação segue a demanda da criança, tanto nesses primeiros dias de vida quanto por todo o período em que mama.

  • Nos casos em que a criança “não pega o peito” da mãe, não consegue começar a mamar, chamam um especialista em sufle, para “soprar” o peito.
  • A técnica do “sopro” pode ser usada em várias circunstâncias na fase do puerpério, para garantir a saúde da mãe e do bebê, especialmente quando a criança tem algum mal-estar atribuído ao não cumprimento das evitações da quarentena por parte dos pais, sejam evitações sexuais, de atividades ou alimentares.

Também há “sopros” para as crianças desenvolverem bem a fala, para serem inteligentes e espertas. As parteiras visitam a puérpera durante oito dias, quando preparam banhos e chás para ela e para o recém-nascido. Para o bebê, preparam um banho com folhas do algodão roxo e cuidam do seu cordão umbilical.

O banho de assento da puérpera é chamado de bẽ, feito com “cascas travosas”: cascas de andiroba, ucuúba, verônica, caju, manga, anani, capitiú. Barroso (2001) BARROSO, I.C. Saberes e práticas das parteiras tradicionais do Amapá: histórias e memórias.2001. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001.

encontrou práticas semelhantes em sua pesquisa realizada com parteiras tradicionais de quatro municípios do Amapá. Dizem que o banho é muito eficaz para a cicatrização interna e externa da região vaginal. Segundo Maria José, que está aprendendo a ser parteira: Olha, no curso de parteiras do branco é diferente do índio, porque lá no branco não usa, assim, um remédio caseiro, não usa.

E, pra nós aqui, eu acho, que é muito bom e importante e serve, é valioso pra nós. Quando a mulher ganha o bebê, aí passa uns dois dias, três dias, elas faz um banho de casca de pau que é amargo, a mulher senta dentro, assim bem Aí, isso pra nós, que nem do branco, né, eles dão injeção, benzetacil, pra sarar, né.

Então, aqui é diferente, esse banho é muito bom. Essa daí que é a injeção do índio. (Entrevista com Maria José, Kumarumã, 13/01/2010). Nesses dias após o parto, as especialistas fazem o halevã e “amarram a mãe do corpo”, de um modo diferente daquele anteriormente descrito.

Dessa vez, utilizam faixas de pano para pressionar o ventre da mulher e deixá-lo firme, de modo que, durante a quarentena, a mãe do corpo retome seu lugar. Nesse período e durante a quarentena, os banhos da mãe e do bebê ocorrem somente dentro da casa e são preparados com água morna. Nessa fase posterior ao nascimento, quando a criança “abre seus olhos para esse mundo”, é preciso tomar uma série de cuidados para protegê-la do ataque de seres invisíveis, para evitar que sua nam se distancie do seu corpo e para garantir que “crie corpo”.

Além do especialista em sufle (sopro), também chamam benzedeiras, para curar quebranto ou olho gordo, por exemplo, que provocam choro, diarreia, vômito e deixam a criança apática. A apatia também pode ser sinal de que a nam saiu do corpo da criança, por um susto ou por ter se atraído por seres invisíveis que podem leva-la à morte e, nesse caso, somente um pajé consegue chamar a nam de volta.

A quarentena, como vimos, é o período que a mãe do corpo leva para se curar e voltar ao seu lugar. Ermelinda conta que, nessa época, as puérperas não podem comer comidas reimosas ou frutas gordurosas, que podem dar diarreia no bebê. O certo é comer canja e comidas com pouco tempero. Também não podem pegar peso ou fazer atividades diárias, mantendo-se deitadas na maior parte do tempo.

Isso só é possível na medida em que outras mulheres as apoiam nessa fase, geralmente as mães ou irmãs. Os pais também fazem a couvade, evitando caçar ou realizar trabalhos pesados. Há uma ideia de que o “peso” pode recair sobre a criança e fazê-la adoecer.

Em 2016, Ermelinda estava em quarentena na cidade de Oiapoque, cursando uma etapa presencial da Licenciatura Intercultural Indígena da UNIFAP. Ela decidiu que não iria perder as aulas, mas, para respeitar a quarentena, passava o resto do tempo estudando deitada em sua casa. Para o bebê crescer e ficar gordinho, usam a técnica aple laxe, para “chamar a carne”.

É uma atividade diária de “moldar” o corpo do bebê através de massagens feitas pela mãe na criança. Sentada no assoalho, com o bebê deitado em suas pernas, a mãe envolve o bracinho do bebê com suas duas mãos e realiza movimentos giratórios em sentidos contrários, fazendo com que a musculatura suavemente deslize sobre os ossos, enquanto emite um som de estalos com a boca.

  • Faz o mesmo com as nádegas, as pernas, as costas, o pescoço, a cabeça e o rosto, modelando o nariz, as orelhas, as bochechas.
  • Chamam esse processo de “fazer o corpo” do bebê, movimento que exemplifica o que foi apontado por Seeger, DaMatta e Viveiros de Castro (1979) SEEGER, A.; DAMATTA, R.; VIVEIROS DE CASTRO, E.

A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. Boletim do Museu Nacional, Rio de Janeiro, n.32, p.2-19, 1979. Dizem que essa prática é tão importante para o desenvolvimento saudável da criança quanto a alimentação. Observei que as mães têm muito prazer em fazer aple laxe nos bebês e que essa prática aprofunda o vínculo entre ambos.

  1. A criança fica calma e atenta aos movimentos da mãe.
  2. Na aldeia Espírito Santo, as mulheres experientes indicam fazê-la três vezes ao dia, de manhã, depois do almoço e no entardecer, junto com o banho, ao longo dos primeiros meses de vida.
  3. Essa prática tem início logo após o nascimento, quando é feita com mais frequência, mas tem continuidade durante o primeiro ano de vida do bebê.

Para acompanhar o desenvolvimento do bebê, são colocadas pulseirinhas de miçangas nos braços e pés, como uma forma de observar se o bebê está emagrecendo, o que deixaria as pulseirinhas frouxas, ou engordando, o que as deixaria apertadas, precisando aumentar a quantidade de miçangas.

Como vimos, até os três anos, a criança é chamada de tximimi, uma fase em que é considerada dependente de alguém para cuidar. Mesmo assim, reconhecem e respeitam as suas escolhas, principalmente depois que conseguem caminhar e se expressar. Elas acompanham os pais nas atividades diárias e, às vezes, tentam imitá-los, como descrevo em Tassinari (2015) TASSINARI, A.

‘A casa de farinha é nossa escola’: aprendizagem e cognição galibi-marworno. Política & Trabalho: Revista de Ciências Sociais, João Pessoa, n.43, p.65-96, jul./dez.2015., ou acompanham outras crianças maiores em suas brincadeiras, como aponta Codonho (2007) CODONHO, C.G.

Aprendendo entre pares: a transmissão horizontal de saberes entre as crianças indígenas Galibi-Marworno (Amapá, Brasil).2007. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007., ambos momentos importantes de seus processos próprios de aprendizagem.

Tenho procurado mostrar ( Tassinari, 2016 TASSINARI, A. La liberté comme principe. L’éducation des enfants chez les Galibi Marworno du Brésil et la scolarisation. Cahiers de la recherche sur l’éducation et les savoirs, Paris, n.15, p.101-122, 2016.) que se trata de uma pedagogia que tem a liberdade como princípio e a autonomia com meta, na medida em que considera que as crianças devem estar livres na aldeia para “criar corpo”, “pegar o ritmo da comunidade”.

  • Essa liberdade, aliada à responsabilidade pelas escolhas e em virtude das habilidades adquiridas, são condições para a autonomia e uma sensação de autoconfiança que as crianças experimentam ainda muito pequenas.
  • Entendo que os toques das mulheres experientes no ventre das gestantes, indicando o canal do nascimento, e as massagens das mães nos corpos de seus filhos sejam parte dessa pedagogia e elementos importantes para garantir ao feto e recém-nascido uma sensação de segurança, conforto e cuidado em meio às tantas mudanças vividas nos momentos tensos do nascimento e ao longo do primeiro ano de vida.

Nestas páginas procurei apresentar os conhecimentos e técnicas utilizados por uma rede de mulheres Karipuna e Galibi-Marworno, a respeito da gestação, parto e puerpério. Essas mulheres, há várias décadas, têm ensinado, curado e apoiado umas às outras, assim como às suas filhas, noras, parentes, vizinhas, sobre as dinâmicas relativas aos seus corpos e à gestação de outros corpos.

  • Através das massagens halevã têm levado alívio às suas dores, conforto para suas angústias, esperanças para suas expectativas de engravidar.
  • Através dos seus conhecimentos em partejar, têm dado suporte físico e emocional para as parturientes, que se sentem seguras em suas mãos.
  • Segurança que, por certo, apreenderam ainda no ventre de suas mães, manipulados por mãos experientes que lhes indicaram o caminho do nascimento.

Suas narrativas sobre os partos bem-sucedidos que realizaram graças às técnicas de halevã não têm sido suficientes para convencer um sistema de saúde que considera essas práticas perigosas e se esforça por reprimi-las, apesar das importantes iniciativas do governo do Amapá de valorizar e profissionalizar as parteiras tradicionais.

Segundo Schwarzstein (2002 SCHWARZSTEIN, J. A mais antiga profissão do mundo. In: JUCÁ, L.; MOULIN, N. Parindo um mundo novo: Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá, São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.7-12., p.11), “sabemos que o Amapá apresenta a menor taxa de mortalidade infantil das regiões Norte e Nordeste e que esta taxa situa-se, historicamente, alguns pontos abaixo da média brasileira”.

Procurei, ao longo do artigo, lançar luz para a hipótese de que esses bons resultados se devam aos trabalhos de mulheres experientes em puxar barriga e partejar. Ressalto a importância do desenvolvimento de pesquisas que permitam um maior diálogo entre conhecimentos biomédicos e as variadas noções de pessoa, corporalidade e infância que amparam as puxações de barriga, garantindo sua efetiva compreensão e reconhecimento.

Considero que os dados etnográficos sobre a população Karipuna e Galibi-Marworno, aqui apresentados, contribuem em alguns aspectos. A reflexão sobre o conceito de mãe do corpo, que revelou os problemas decorrentes de uma tradução direta como “útero” e a importância de associá-la a noções próprias de corporalidade, pessoa e gênero.

A ampliação do conceito de “infância” para abarcar também a criança que cresce no ventre materno, que acorda e se manifesta a partir do halevã, que é capaz de aprender o caminho do próprio nascimento. A observação de que o parto não é entendido por essas especialistas como momento decisivo e central de suas atividades, mas como o desfecho de um processo que merece cuidados a partir dos cinco meses de gestação, quando o bebê começa a ficar em posições incômodas para a mãe.

  • Finalmente, o reconhecimento de uma rede de mulheres experientes que compõem uma comunidade de praticantes nos termos de Lave e Wenger (1991) LAVE, J.; WENGER, E.
  • Situated learning: legitimate peripheral participation.
  • Cambridge: Cambridge University Press, 1991.
  • Através da qual esses conhecimentos não são apenas “passados de geração em geração” como se fossem um repertório fixo, mas são colocados à prova, experimentados, aprimorados, combinados com outros saberes aprendidos em outras redes de mulheres.

Finalizo retomando a importância de “descentrarmos nosso olhar” e nos desapegarmos de expectativas antropológicas por explicações elaboradas ou refinadas ontologias. Essas mulheres me ensinaram que a mãe do corpo não é uma ideia abstrata, mas uma força pulsante que reside na região do nosso umbigo e que nos dá equilíbrio.

BARROSO, I.C. Saberes e práticas das parteiras tradicionais do Amapá : histórias e memórias.2001. Dissertação (Mestrado em História) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2001. CALAVIA, O.; CARID, M.; PEREZ, L. O saber é estranho e amargo. Sociologia e mitologia do conhecimento entre os Yaminawa. Campos, Curitiba, n.4, p.9-28, 2003. CAPIBERIBE, J. Os anjos da floresta. In : JUCÁ, L.; MOULIN, N. Parindo um mundo novo : Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá. São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.21-26. CARDOSO, M.A.S.; NASCIMENTO, R. O dom e a dádiva entre parteiras do Amapá: uma abordagem etnográfica. Saúde e Sociedade, São Paulo, v.28, n.1, p.235-249, jan./mar.2019. CODONHO, C.G. Aprendendo entre pares : a transmissão horizontal de saberes entre as crianças indígenas Galibi-Marworno (Amapá, Brasil).2007. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2007. COHN, C. Antropologia da criança Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2005. FILENO, F. No seio do rio : linhas que casam, que curam e que dançam. Parentesco e corporalidade entre os Mura do Igapó-Açu.2017. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2017. FLEISCHER, S.R. Parteiras, buchudas e aperreios : uma etnografia do atendimento obstétrico não oficial na cidade de Melgaço, Pará.2007. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. GOTTLIEB, A. Tudo começa na outra vida : a cultura dos recém-nascidos no oeste da África. São Paulo: Editora Unifesp, 2012. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Indígenas. In : IBGE. : IBGE, 2012. Disponível em: Disponível em: https://indigenas.ibge.gov.br/apresentacao-indigenas.html Acesso em: 30 mar.2020. » https://indigenas.ibge.gov.br/apresentacao-indigenas.html LACZYNSKI, P. Parteiras tradicionais do Amapá. Dicas Instituto Pólis, São Paulo, n.138, 1999. Disponível em: Disponível em: https://polis.org.br/publicacoes/parteiras-tradicionais-do-amapa/ Acesso em: 30 mar.2020. » https://polis.org.br/publicacoes/parteiras-tradicionais-do-amapa/ LAVE, J.; WENGER, E. Situated learning : legitimate peripheral participation. Cambridge: Cambridge University Press, 1991. LÉVI-STRAUSS, C. História de lince São Paulo: Companhia das Letras, 1993. MINDLIN, B. As parteiras do Amapá. In : JUCÁ, L.; MOULIN, N. Parindo um mundo novo : Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá. São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.13-20. PEREIRA, R.F. Criando gente no alto rio Negro : um olhar waíkhana.2013. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Amazonas, Manaus, 2013. PICANÇO MONTEJO, F. No djisone kheuol-portxige/O nosso dicionário português-kheuol Belém: Edições Mensageiro, 1988. PLATT, T. O feto agressivo, parto, formação da pessoa e mito-história nos Andes. Tellus, Campo Grande, ano 9, n.17, p.61-109, jul./dez.2009. SANTOS, M.R. Sobre o nascer da pessoa indígena : uma análise bibliográfica de teses e dissertações acerca dos processos de gestação, parto e pós-parto indígenas.2019. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Antropologia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2019. SAUMA, J. ‘Moramos no mundo dos invisíveis’: sobreposição, ruptura e movimento em uma área coletiva quilombola. In : STOLL, E. et al (org.). Paisagens evanescentes : estudos sobre a percepção das transformações nas paisagens pelos moradores dos rios Amazônicos. Belém: NAEA/UFPA, 2019.p.115-136. SCHWARZSTEIN, J. A mais antiga profissão do mundo. In : JUCÁ, L.; MOULIN, N. Parindo um mundo novo : Janete Capiberibe e as parteiras do Amapá, São Paulo: Cortez: Unicef, 2002.p.7-12. SCOPEL, R. A cosmopolítica da gestação, parto e pós-parto : práticas de autoatenção e processo de medicalização entre os índios Munduruku.2014. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2014. SEEGER, A.; DAMATTA, R.; VIVEIROS DE CASTRO, E. A construção da pessoa nas sociedades indígenas brasileiras. Boletim do Museu Nacional, Rio de Janeiro, n.32, p.2-19, 1979. TASSINARI, A. No bom da festa, o processo de construção cultural das famílias Karipuna do Amapá São Paulo: Edusp, 2003. TASSINARI, A. Concepções indígenas de infância no Brasil. Tellus, Campo Grande, ano 7, n.13, p.11-25, out.2007. TASSINARI, A. Organização social e história Galibi-Marworno. Um estudo comparativo com os Karipuna. In : CONVEGNO INTERNAZIONALE DI AMERICANISTICA, 33., 2010, Perugia. Atti, Perugia: Centro Studi Americanistici, 2011.p.1173-1181. TASSINARI, A. ‘A casa de farinha é nossa escola’: aprendizagem e cognição galibi-marworno. Política & Trabalho : Revista de Ciências Sociais, João Pessoa, n.43, p.65-96, jul./dez.2015. TASSINARI, A. La liberté comme principe. L’éducation des enfants chez les Galibi Marworno du Brésil et la scolarisation. Cahiers de la recherche sur l’éducation et les savoirs, Paris, n.15, p.101-122, 2016. TASSINARI, A.; COHN, C. ‘Opening to the other”: schooling among the Karipuna and Mebengokré-Xikrin of Brazil. Anthropology & Education Quarterly,, v.40, n.2, p.150-169, 2009. TOREN, C. Review: Do Babies Have Culture?. Anthropological Quarterly,, v.77, n.1, p.167-179, Winter 2004. TOREN, C. Antropologia e psicologia. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v.27, n.80, p.21-36, out.2012. TOREN, C. What is a schema?. Hau : Journal of Ethnographic Theory,, v.4, n.3, p.401-409, 2014. TORNQUIST, C.S. Parto e poder : o Movimento pela Humanização do Parto no Brasil.2004. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2004. TORNQUIST, C.S. Parteiras populares: entre o folclore e a escuta. Gênero, Niterói, v.6, n.1, p.61-80, 2. sem 2005. VERÍSSIMO, S. Educação tradicional e o uso da tecnologia na infância Guarani / Kyringue Onheovanga Ha’ e Jurua Mba’ e Oiporu Onhembo’ ea Py 2020. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2020.

Publicação nesta coleção 09 Ago 2021 Data do Fascículo May-Aug 2021

Recebido 31 Mar 2020 Aceito 29 Mar 2021

SciELO – Scientific Electronic Library Online Rua Dr. Diogo de Faria, 1087 – 9º andar – Vila Clementino 04037-003 São Paulo/SP – Brasil E-mail: [email protected]

Qual é a primeira coisa que se forma no bebê?

Para se ter ideia de sua importância, o coração é o primeiro órgão que irá se desenvolver durante a gestação. Isso porque o sistema cardiovascular é essencial para oferecer nutrientes e oxigênio para o embrião em desenvolvimento e para eliminação de dióxido de carbono e restos metabólicos.

Qual a probabilidade de se ter um filho homem?

Mortalidade masculina – De Onde Vem Os BebS Crédito, Getty Images Legenda da foto, O bilionário Elon Musk, fundador da Tesla Motors e outras empresas, tem seis filhos meninos Na realidade, a probabilidade de conceber crianças de um sexo ou do outro nunca foi exatamente de 50%. Em todo o mundo, nascem cerca de 109 meninos para cada 100 meninas.

Há uma explicação para isso: os homens têm sistemas imunológicos mais frágeis, colesterol mais alto, mais problemas cardíacos, maior predisposição ao diabetes, mais casos de câncer e menos chances de sobreviver a tudo isso. Na sociedade atual, eles também representam 60% das vítimas de assassinatos e 75% das fatalidades em acidentes de trânsito, e apresentam três vezes mais chances de cometer suicídio.

Por tudo isso, uma mulher precisa dar à luz uma proporção maior de meninos para que sobreviva um número equiparável ao de meninas. Intrigados por essa ligeira disparidade entre os nascimentos de cada sexo, o americano Robert Trivers, hoje antropólogo na Universidade Rutgers, e o cientista de computação Dan Willard, da Universidade de Albany, nos Estados Unidos, desenvolveram uma das mais famosas teorias da biologia evolucionária, a chamada “hipótese de Trivers-Willard”.

  • Ela sugere que fêmeas de mamíferos conseguem ajustar a proporção de gêneros entre suas crias dependendo de sua condição biológica.
  • Segundo essa teoria, a evolução “driblaria” a pressão natural pela manutenção da proporção 50:50 para favorecer uma situação em que determinado sexo teria mais chances de sobreviver e se reproduzir.

Isso explicaria, por exemplo, o fato – comprovado cientificamente – de que mulheres em idade fértil se sentem atraídas por homens mais dominantes e de um status social mais alto. Segundo estudos, aqueles que conseguem fazer fortuna ou serem influentes tendem a se casar mais cedo e com mais frequência, além de terem mais casos extraconjugais do que outros homens.

Como saber a probabilidade de ter filha?

Como já foi mostrado, nos dias de hoje existem métodos que permitem conhecer o sexo do bebê antes do parto. No entanto, nem sempre foi assim. Em outras épocas, a falta desses recursos, aliada à curiosidade humana, determinou o desenvolvimento de “técnicas” várias, que pretendiam prever o sexo do bebê.

Quem é amigo dos números pode utilizar a técnica “cabalística”.Basta somar a idade da parceira, na ocasião da gravidez, à idade do parceiro na mesma época. Ao dividir essa soma por 3, se houver resto, será menino. Se a divisão for exata, será menina. Outra “técnica” embora sem comprovação tem um esboço de explicação científica.

See also:  Quem T No ParedãO Do Bbb?

Primeiro, é preciso saber o dia da ovulação (já descrevemos algumas técnicas para isso). Se o casal tiver relação no dia da ovulação ou até um dia depois, a maior chance é a de que venha a ser um menino. Se tiver relação antes da ovulação, a maior chance é a de nascer menina.

  1. Justifica-se pela suposição de que os espermatozóides Y, sendo mais leves e mais rápidos que os X, e atingiriam o óvulo antes.
  2. Por outro lado, o Y teria vida mais curta que X, de modo que, se a relação for antes da ovulação, apenas restariam espermatozóides X para penetrar no óvulo.
  3. Existem ainda algumas outras “técnicas empíricas” para gerar um menino: 1 se a mulher tiver orgasmo antes do parceiro, isso liberaria secreção alcalina na vagina, que seria mais adequado para a sobrevivência dos espermatozóides masculinos; 2 se a ejaculação ocorrer mais profundamente na vagina, a chance de menino aumenta; 3 não manter relações sexuais uma semana antes da ovulação, mantendo relação apenas no dia da ovulação; A chamada “tabela chinesa” (mostrada abaixo), considera a “idade lunar”da mãe e o mês da concepção para se saber o sexo do bebê.

Se a mulher nasceu em janeiro ou fevereiro, a “idade lunar” coincide com a idade que tem. Se nasceu em meses diferentes, é necessário acrescentar um á sua idade real. Assim, se a mulher nasceu em fevereiro e sua idade real é de 35 anos, sua “idade lunar” será a mesma (35 anos).

Mês de Concepção Idade Lunar
18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41
Janeiro M H M H M H H M H M H M H H H M H H M H M H M H
Fevereiro H M H M H H M H M H M H M M M H M H H M H M H M
Março M H M M H M H H H M H M M H H H H M H H M H M H
Abril H M H M M H H M M H M M M M M H M H M H H H H M
Maio H M H M H H M M M M M H M M M M M M H M H H M H
Junho H H H M M M H H H M M H M M M M H M M H M M H M
Julho H H H M M H H M M H H H M M M M M M M M H M H H
Agosto H H H M H M M H H H H H M M M H M H M H M H M H
Setembro H H H M M H M H M H H H M M M M M M H M H M H M
Outubro H H M M M H M H M H H M M M M M M M H H M H M H
Novembro H M H M M H M H M M M M H M M M H H H M H M H M
Dezembro H M H M M M M H M H M M H H H H H H H H M M M H

Sob o ponto de vista nutricional, descreve-se que uma elevada proporção de potássio e sódio na alimentação da mulher, em conjunto com uma diminuição de cálcio e magnésio, favoreceria o espermatozóide Y, tendendo a gerar meninos. Já a relação contrária favoreceria o espermatozóide X (gerando meninas). De Onde Vem Os BebS Dr Jorge Haddad-Filho, médico do Serviço de Reprodução Humana do Hospital São Paulo

O que é uma gravidez?

Gravidez Info A gravidez é um evento resultante da fecundação do ovulo (ovócito) pelo espermatozoide. Habitualmente, ocorre dentro do útero e é responsável pela geração de um novo ser. Este é um momento de grandes transformações para a mulher, para seu (sua) parceiro (a) e para toda a família.

  1. Durante o período da gestação, o corpo vai se modificar lentamente, preparando-se para o parto e para a maternidade.
  2. A gestação (gravidez) é um fenômeno fisiológico e, por isso mesmo, sua evolução se dá, na maior parte dos casos, sem intercorrências.
  3. Importante: Há uma parcela pequena de gestantes que, por serem portadoras de alguma doença, sofrerem algum agravo ou desenvolverem problemas, apresentam maiores probabilidades de evolução desfavorável, tanto para o feto como para a mãe.

Estas são, portanto, classificadas como gestações de alto risco. Alguns sintomas são comuns na gravidez, mas nem todas as mulheres os apresentam. O atraso menstrual é geralmente o sinal que mais chama a atenção da mulher para a possibilidade de uma gravidez.

Aumento dos seios;Enjoos/vômitos;Mais sono;Mais fome;Aumento da frequência urinária;Maior sensação de cansaço.

Para ampliar a captação precoce das gestantes, o Ministério da Saúde, por intermédio da Estratégia Rede Cegonha, incluiu o Teste Rápido de Gravidez nos exames de rotina do pré-natal, que pode ser realizado na própria Unidade Básica de Saúde (UBS), o que acelera o processo necessário para a confirmação da gravidez e o início do pré-natal.

Já no primeiro trimestre os sintomas podem ser observados pelas mulheres. Alguns podem permanecer até o final da gestação. Importante: Toda mulher da área de abrangência da unidade de saúde e com história de atraso menstrual de mais de 15 dias deverá ser orientada pela equipe de saúde a realizar o Teste Imunológico de Gravidez (TIG), que será solicitado pelo médico ou enfermeiro.

Este teste é considerado o método mais sensível e confiável. Algumas mulheres são mais sensíveis às mudanças hormonais ou possuem condições que favorecem a exacerbação de determinados sintomas. Durante as consultas de pré-natal, todos os sintomas devem ser mencionados aos profissionais de saúde para que sejam avaliados, medicados, se necessário, ou para que se analise a necessidade de acompanhamento especializado ou de encaminhamento ao serviço de pré-natal de alto risco.

Existem medicamentos que são utilizados para minimizar alguns dos sintomas mais comuns, que podem surgir ao longo da gestação. Porém, não é indicada a automedicação, pois é um risco à saúde materna e fetal, uma vez que existem medicações contra-indicadas para o período gestacional. Os profissionais de saúde contam com protocolos e guias de orientação do Sistema Único de Saúde (SUS) para conduzir clinicamente os casos e orientar a mulher sobre mudança de hábitos que podem favorecer a minimização dos sintomas.

Portanto, a gestante não deve tomar medicamentos sem prescrição médica. A depender do local onde ocorre a implantação do embrião, a gravidez pode se classificada em:

Gravidez tópica: a implantação do embrião ocorre na cavidade uterina; Gravidez ectópica: também é conhecida como gravidez extrauterina. Essa implantação embrionária se dá fora do útero (trompas ou outros locais).

Na dependência do número de embriões, a gravidez pode ser:

Gravidez única: apenas um embrião; Gravidez múltipla (gemelar): presença de dois ou mais bebês.

Quanto ao risco gestacional, a gravidez pode ser:

Gestação de risco habitual: é aquela na qual, após avaliação pré-natal, não se identifica maiores riscos de complicações para mãe e/ou bebê; Gestação de alto risco: é aquela na qual se identificam doenças maternas prévias ou mesmo adquiridas durante a gestação podem colocar em risco a vida materna e/ou fetal (hipertensão, diabetes, anemias graves, problemas cardíacos, entre outras).

Importante: Ressalta-se a importância do início do pré-natal o mais precocemente possível, bem como o comparecimento regular às consultas, pois muitas dessas complicações podem ser diagnosticadas e terem seus riscos minimizados. A gestante pode apresentar algumas complicações durante a gravidez, como:

Diabetes;Hipertensão;Sangramentos.

Em alguns casos, o bebê pode não conseguir se desenvolver de forma adequada. Por isso, é importante o pré-natal desde o início, para que se possa diagnosticar estas e outras complicações. Nestes casos, a gestante será encaminhada à atenção de alto risco e será monitorada e acompanhada com maior frequência de consultas, favorecendo, assim, o controle de intercorrências e prevenção de maiores complicações.

Para reduzir os casos de gravidez não planejada, o Ministério da Saúde investe em políticas de educação em saúde e em ações para o planejamento reprodutivo. Uma das iniciativas é o trabalho com a Caderneta de Saúde do Adolescente, com as versões masculina e feminina. A Caderneta contém os subsídios que orientam o atendimento integral dos adolescentes, com linguagem acessível, possibilitando um maior diálogo entre os profissionais de saúde e os adolescentes.

Desde 2009 foram entregues cerca de 32 milhões de Cadernetas de Saúde do/a Adolescente em 4.111 municípios. A Caderneta é distribuída durante a consulta na Unidade Básica de Saúde. O Ministério da Saúde também elabora publicações e dissemina tecnologias, que buscam apoiar as gestões estaduais e municipais na ampliação do acesso aos serviços de Atenção Básica e qualificar a atenção à saúde de adolescentes, visando a integralidade do atendimento e a garantia de seus direitos.

A pasta também tem ampliado o acesso aos programas Saúde da Família, que aproxima os adolescentes dos profissionais de saúde, e o Programa Saúde na Escola (PSE), que oferece informação em saúde no ambiente escolar. A pasta tem ainda em sua rotina abordar o tema nas redes sociais, canal muito utilizado por esse público.

: Gravidez

Como o bebê enxerga?

A Visão Do Seu Bebê: Alcance e Distância – Ao nascer, a visão do recém-nascido é limitada e ele só consegue focalizar algo se estiver a 20 ou 30cm de distância dele—como seu rosto quando você o segura, ou o canto do bercinho. Ele ainda não consegue ver claramente além de 30 cm.

Dentro dessa distância, ele examinará tudo de perto. No início, quando olhar para seu rosto, os olhos de seu bebê serão atraídos por uma única característica facial (como seus olhos), mas em breve, ele poderá ver seu rosto inteiro dentro do foco de sua visão. Esse alcance limitado gradualmente se expande e com cerca de 3 meses, seu bebê talvez comece a notar quando você estiver do outro lado do cômodo—e pode até sorrir para você! Pode ser que ele também seja capaz de olhar para um objeto que esteja por perto, como um brinquedo.

Quando chegar aos 4 meses, na medida em que os olhos do seu bebê se desenvolvem, o alcance da visão já terá progredido ao ponto de ele conseguir olhar pela janela ou para algo na parede com interesse;e com 7 meses, o alcance da visão já estará quase totalmente maduro.

Como é feito o parto normal?

O parto normal é aquele no qual o bebê nasce por via vaginal, processo que pode acontecer naturalmente ou por indução. Ele se inicia com contrações uterinas ritmadas, que duram entre 40 segundos e um minuto cada, cujo intervalo vai diminuindo até chegar à frequência de uma a cada três ou cinco minutos.

Onde fica o bebê no corpo?

Mudanças no corpo a gestante: os trimestres – As mudanças no corpo da gestante ocorrem de forma progressiva. Para facilitar o entendimento, iremos descrever as principais alterações de cada trimestre, que possuem maior impacto ou são mais notadas. O útero é o órgão que abrigará o bebê durante toda a gravidez e, para isso, ele precisará aumentar o seu tamanho centenas de vezes,

  1. O desenvolvimento e crescimento deste órgão, começam desde a fecundação e perduram por toda a gestação.
  2. Ao final das primeiras oito semanas, o útero terá o tamanho de uma laranja.
  3. Já após as 12 semanas, ele poderá ser percebido acima do osso púbico da bacia.
  4. Essas são algumas das mudanças no corpo no início da gravidez,

Veja outras alterações a seguir.

Quem faz o bebê o pai ou a mãe?

Coluna Ciências | O pai ou a mãe? Quem determina o sexo do bebê? Entenda mais sobre o processo da concepção e o que significa ser uma pessoa intersexual Nossas características físicas são determinadas em grande medida pelo DNA, uma substância presente nas células que se organiza em 46 estruturas, os cromossomos.

  1. Herdamos 23 cromossomos de nossos pais e 23 de nossas mães.
  2. Na formação dos gametas (espermatozoides e ovócitos), cada uma dessas células especializadas na reprodução recebe metade dos nossos cromossomos.
  3. Dos 46 cromossomos, dois são os responsáveis pela definição do sexo.
  4. Se a pessoa tem um par XX, nasce biologicamente uma mulher; com um par XY, um homem.

Ao formar um ovócito, a mulher sempre passará o cromossomo X. Já o homem forma metade de espermatozoides com o X e metade com o Y. Logo, quem determina em última instância o sexo do bebê é o pai. Se um espermatozoide X chegar primeiro ao ovócito, será formada uma menina; se um espermatozoide Y, um menino.

  1. Isso é o que geralmente ocorre.
  2. Porém, alguns dos nossos gametas possuem um número anormal de cromossomos.
  3. Por exemplo, podemos ter um espermatozoide com 24 cromossomos (22 + XY).
  4. Nesse caso, ao fecundar um ovócito normal, um indivíduo com 47 cromossomos será formado.
  5. Ele terá 3 cromossomos sexuais (XXY).

É a chamada Síndrome de Klinefelter, uma das possíveis síndromes relacionadas ao sexo. Estima-se que nasça em média um indivíduo com alguma síndrome sexual a cada 1500 partos. Isso se deve a um evento raro, mas absolutamente normal. São os chamados indivíduos intersexuais.

  1. Em uma população como a do Brasil, a estimativa é que existam cerca de 130 mil pessoas intersexuais.
  2. Elas geralmente possuem características intermediárias ou combinadas dos dois sexos.
  3. E será que é possível, de alguma forma natural, escolher o sexo do bebê? Na década de 1960, o biólogo Landrum Shettles apresentou um método para aumentar a probabilidade de se ter um filho ou uma filha.

O “método Shettles” se baseia na ideia que espermatozoides Y são mais velozes que os X, que por sua vez são mais resistentes. Daí, Shettles propôs algumas técnicas, relacionadas à posição e à data da relação sexual, que trariam um aumento na possibilidade de se ter um menino ou uma menina.

*Renan Santos é professor de biologia da rede estadual de Minas Gerais. Edição: Joana Tavares

: Coluna Ciências | O pai ou a mãe? Quem determina o sexo do bebê?

Como o neném vê a mãe?

Recém-nascidos: ajustando-se à luz – Ao nascer, o bebê é muito sensível à luz, Suas pupilas são pequenas, o que limita a quantidade de luz que entra em seus olhos. Os recém-nascidos podem ver, mas ainda estão formando conexões entre o nervo óptico, a retina e o cérebro.

  • Já conseguem ver algo próximo a eles, a 20-25cm de distância aproximadamente, e, principalmente com sua visão periférica (lateral), uma vez que sua visão central ainda não se desenvolveu completamente.
  • Nesta fase, a visão em si é muito embaçada.
  • Eles não veem muitos detalhes e enxergam o mundo em tons de cinza.

Em poucos dias, o bebê já consegue distinguir o rosto da mãe do rosto de outras pessoas e, apesar das limitações visuais, estudos mostram que, já claramente preferem olhar a imagem do rosto de sua mãe ao invés da imagem de um estranho. Após algumas semanas, os bebês já conseguem ver faixas e padrões claros e escuros.

Por volta do 1º mês, objetos de formas grandes e cores brilhantes muito próximos a eles podem começar a atrair sua atenção. Nos primeiros 2 meses, os olhos dos bebês geralmente ainda não funcionam muito bem juntos. Às vezes, podem parecer “vaguear” para os lados, ou um dos olhos pode desviar para dentro ou para fora.

Na maioria dos casos, isso ocorre de forma pontual e eles acabarão se corrigindo. À medida que a coordenação visual melhora, os olhos do bebê passam a trabalhar juntos para focar e seguir um objeto em movimento. Durante os primeiros meses, à medida que a visão central se desenvolve, o bebê começa a se concentrar em objetos pendurados bem à sua frente.

O que pensam os bebês?

De Onde Vem Os BebS (Foto: Getty Images) Eles são fofos, têm um cheirinho delicioso, a pele macia e aqueles olhinhos doces que fazem qualquer um se derreter. Mas não se engane: por trás dessas carinhas adoráveis e do corpo aparentemente frágil, eles são muito mais espertos do que você pensa.

Pesquisas já mostraram que bebês nascem com noções básicas sobre sua língua materna, que são capazes de fazer estimativas numéricas e que têm a memória mais desenvolvida do que se acreditava. Mas não é só isso. Com apenas 2 ou 3 dias de vida, eles conseguem identificar expressões faciais. Aos 7 meses, têm noções básicas sobre interações sociais,

E, de acordo com uma pesquisa da Universidade de Yale (EUA), nascem com um inerente senso de moralidade, sabendo distinguir o bem e o mal desde os 3 meses. Em outras palavras: eles têm capacidades muito mais incríveis do que os próprios cientistas e pesquisadores podiam imaginar pouco tempo atrás.

“Antes, tínhamos uma visão do bebê como se fosse uma tela em branco. Acreditava-se que a experiência e os estímulos é que fossem o marco inicial para muitas possibilidades, como o desenvolvimento sensorial e o raciocínio. Hoje, sabemos que há competências que são inatas, como estimar a distância entre o próprio corpo e um objeto, ou distinguir uma música familiar de uma estranha”, diz o neuropediatra Mauro Muszkat, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

É claro que nos bebês essas habilidades ainda estão presentes de forma primária – por isso é que não conseguem fazer contas ou pronunciar frases inteiras. Mas é fato que elas estão lá desde os primeiros meses. De Onde Vem Os BebS (Foto: Getty Images) Graças às novas tecnologias de pesquisa e ao avanço dos estudos de neuropsicologia, os especialistas têm, aos poucos, decifrado como os pequenos enxergam o mundo, de que forma interagem com as pessoas ao seu redor e como seu cérebro processa todas essas informações.

Recentemente, pesquisadores da Universidade Brown (EUA) descobriram que o córtex pré-frontal, área ligada ao raciocínio e a formas mais sofisticadas de cognição, é mais ativo nas crianças do que se imaginava. Por meio de um experimento realizado com 37 bebês de 8 meses, em que eles precisaram se adaptar a um conjunto de regras que estipulavam certa hierarquia, os especialistas observaram que essa região tem participação ativa no processo de aprendizagem.

“O córtex pré-frontal é o que mais diferencia os humanos de outros animais porque trabalha o pensamento complexo, como planejamento e tomada de decisão”, explica a professora Carolina Coan, do Departamento de Neurologia Infantil da Unicamp (SP). O resultado não quer dizer que nos bebês ele seja tão desenvolvido quanto nos adultos, mas que é capaz de funcionar em uma medida que atenda às necessidades deles.

Porque a mãe do corpo se mexe?

O que é mãe de corpo? – O termo popularmente conhecido como “mãe de corpo” foi criado para descrever a forma como a gravidez afeta o corpo e o estado emocional da mãe. Sentir que o bebê ainda está dentro da barriga é mais comum do que se imagina, e essa sensação pode durar dias ou anos.

Cientificamente falando, esse fenômeno se justifica com base na realocação dos órgãos, especialmente o útero, após o período gestacional. O corpo da mãe enfrenta uma série de mudanças durante cerca de dois meses, período chamado de, O útero passa a se contrair enquanto retorna à sua posição e tamanho original; nesse processo, é normal sentir e o acúmulo de gases.

Mas como cada organismo reage de uma forma, em algumas mulheres o puerpério pode levar muito mais tempo. Então, a sensação de que há um bebê na barriga e que está se movimentando nada mais é do que a contração do útero, o retorno do intestino, bexiga e estômago para o lugar, somados aos gases que ficam “passeando” pela região abdominal. De Onde Vem Os BebS

Quando a barriga fica tremendo o que pode ser?

Gases intestinais – O principal motivo para a barriga tremendo são os gases intestinais, que se movimentam no interior do abdômen. A própria gravidez pode propiciar o aumento dessas flatulências. É possível que você também sinta a barriga inchada, sintomas de azia e dores abdominais. Para prevenir o incômodo, busque comer lentamente, mastigar melhor e evitar alimentos de difícil digestão.

Para que serve a mãe do corpo?

A mãe do corpo é similar a uma teia de aranha que se espalha na região do útero e proximidades, e assim, provoca fortes dores na mulher. Só volta ao normal se a benzedeira colocar no lugar o que está espalhado e ingerir o remédio caseiro.

Quando o bebê já sabe que nasceu?

Como o bebê age aos 3 meses? – Aos 3 meses o bebê percebe que nasceu, que está vivo e faz parte do mundo. Com isso, é natural que, por estar mais ativo durante o dia, apresente sinais de cansaço entre às 18h e 22h. Além disso, o choro que antes era por fome, sede ou dor, agora passa a ser algo mais racional, pois ele já percebe que ao chorar suas necessidades são atendidas.

Se você perceber que o seu bebê está chorando mais que antes, não precisa se desesperar, pois esse aumento de choros é natural na crise dos 3 meses. Outra característica comum é a dificuldade em dormir. Isso ocorre porque, como o bebê está mais consciente e com a visão mais aguçada, os ambientes tornam-se mais coloridos e estimulantes.

Desta forma, pegar no sono e manter-se dormindo fica muito mais difícil.

Quando o bebê começa a sentir dor?

Na tentativa de estabelecer se o feto é capaz de perceber conscientemente estímulos dolorosos tem-se recorrido a diversas abordagens. Estudos neurobiológicos indicam que, a partir das 30 semanas, o feto tem capacidade anatómica e funcional para sentir dor.

O que responder quando alguém pergunta quando vai ter filhos?

Você planeja ter filhos? Como reagir a perguntas como essa na entrevista de emprego A pesquisa “Maternidade e Mercado de Trabalho”, feita pelo site de empregos Vagas.com, aponta que 70% das respondentes afirmam já terem sido questionadas em entrevistas de trabalho se eram mães ou planejavam ser.

“As mulheres, e em especial as mães, têm comprovadamente menos oportunidades em toda a sua jornada profissional em comparação com os homens, a começar pelas atitudes discriminatórias de alguns recrutadores durante os processos seletivos”, diz Margareth Goldenberg, consultora e gestora executiva do Movimento Mulher 360, que reúne mais de 80 empresas interessadas em promover a equidade de gênero e o empoderamento feminino.A seguir, veja os principais pontos da entrevista concedida pela especialista ao portal 6 Minutos, na qual fala sobre como agir diante de questões pessoais pouco apropriadas ao contexto profissional, a importância de combater os preconceitos relacionados à maternidade, o avanço das empresas no sentido de tornar seus ambientes mais inclusivos, e muito mais. Vagas

As dificuldades relacionadas ao ingresso das mulheres no mercado de trabalho costuma se dar ainda antes da entrevista, com o anúncio das vagas. Sua descrição invariavelmente é redigida no masculino e, na maioria das vezes, ilustrada com um homem branco de terno ou capacete.

  • Detalhes como esses contribuem para reforçar estereótipos e afastar potenciais mulheres candidatas.
  • Currículo Ao optar por se inscrever para uma vaga, é hora de atravessar a delicada etapa da análise do currículo.
  • Ao constatar que a candidata é mulher, tem filho(s) e mora em um bairro distante da empresa, digamos, muitas vezes ela é descartada ali mesmo.

Entrevista Ao ser chamada para uma entrevista de emprego, caso a candidata se sinta incomodada com perguntas que passem do ponto, direcionadas a aspectos de sua vida pessoal e sua rotina com os filhos, a sugestão é interromper a sequência de indagações e se posicionar, sempre de forma tranquila, honesta e segura.

Uma boa saída é dizer ao recrutador que está percebendo certa preocupação da empresa de que seu papel como mãe possa impactar negativamente no seu desempenho profissional. A partir daí, peça que ele explique melhor o motivo por trás de tais questionamentos e quais as reais atribuições do cargo. As viagens são uma constante e trabalhar fora do horário do expediente, ou mesmo aos finais de semana, é algo recorrente? Assim sendo, explique até que ponto é possível atender as demandas, e de que forma, sem entrar em detalhes desnecessários.

Outra dica é enfatizar que você já passou por outras companhias e o fato de ter filhos nunca afetou sua produtividade nem seu comprometimento. Esse tipo de atitude levanta a cortina e eleva o nível da conversa, além de denotar maturidade, profissionalismo e transparência.

Planejamento familiar A mesma lógica vale para perguntas que giram em torno de seus eventuais planos para engravidar. Uma resposta breve e objetiva, como “ainda estou avaliando a questão, mas certamente o fato de me tornar mãe não vai atrapalhar meu avanço profissional”, é uma opção. A candidata pode aproveitar o gancho, inclusive, para questionar se a empresa cultiva um ambiente pró-família e propício à maternidade.

Legislação A Lei 9029/1995, específica à análise das práticas discriminatórias nas relações de trabalho, prevê que toda pergunta de cunho privado em uma entrevista de emprego deve ser evitada, pois contraria o princípio da equidade e da não discriminação.

A função dos recrutadores, portanto, não é interferir nas questões pessoais dos candidatos, e sim buscar suas habilidades e expertises. Simples assim. Script único Uma prática cada vez mais disseminada por empresas que promovem ações afirmativas voltadas para a diversidade e inclusão pressupõe um script único para entrevistas de emprego.

Restrito a questões de âmbito profissional, esse roteiro padrão e imparcial tem com objetivo evitar os vieses inconscientes – ou seja, preconceitos baseados em estereótipos de gênero, raça, classe, orientação sexual, idade etc. – presentes nos profissionais que conduzem os processos seletivos.

  • Uma das premissas deste script é a inexistência de perguntas referentes à pretensão salarial.
  • O recrutador deve simplesmente informar ao participante qual a remuneração relacionada à vaga – um avanço e tanto, sobretudo para as mulheres, que costumam anunciar expectativas salariais mais baixas que os homens.

Condicionamento operante A falta de autoconfiança feminina tem muito a ver com o fato de as mulheres serem fruto de uma sociedade patriarcal e machista, com papéis pré-definidos desde muito cedo. Meninas ganham bonecas, mamadeiras e cozinhas, sendo incentivadas a cuidar, enquanto os meninos brincam com espadas, aviõezinhos e espaçonaves, e são treinados para vencer vilões e defender princesas.

Isso acaba se desdobrando em escolhas profissionais distintas. Muitas mulheres buscam profissões ligadas à educação e saúde. Os homens, por sua vez, se tornam engenheiros, tecnólogos e administradores. Não por acaso, eles desenvolvem determinação para avançar na carreira, demonstrando mais disposição para o risco.

Uma pesquisa da Harvard Business Review mostrou que ao se depararem com uma vaga que exige 10 habilidades diferentes, as mulheres se inscrevem apenas se dominarem todas. Já para os homens, bastam seis. Curva de aprendizagem Diversos estudos vêm mostrando que a jornada da maternidade ajuda a desenvolver nas mulheres habilidades socioemocionais altamente valorizadas pelas empresas, tais como gerenciamento de estresse, resolução de conflitos, negociação, concentração, criatividade e planejamento, entre tantos outros.

  1. Abordar as soft skills adquiridas por seu “intensivão materno” durante a entrevista de trabalho também pode ser uma boa alternativa.
  2. Há quem, aliás, as coloque no próprio currículo.
  3. Boas práticas Principalmente durante essa pandemia, descobrimos o verdadeiro poder das redes sociais e, entre outras coisas, a importância de escolher a organização em que realmente gostaríamos de atuar.

A boa notícia é que cada vez mais companhias vêm investindo em ambientes diversos e acolhedores. Entre as boas práticas do mercado voltadas para mulheres e mães estão programas de contratação de grávidas, bancos de currículos femininos, jornadas de trabalho flexíveis, extensão das licenças maternidade e paternidade, políticas de não demissão após o período de licença-maternidade, creche, auxílio-creche, auxílio-babá e por aí afora.

Mães não são “categoria única” Cada mulher tem uma visão, uma motivação, um contexto, um arranjo familiar e planos específicos. Quando se trata de mães, há quem queira dar um tempo na vida corporativa, desacelerar só um pouquinho ou, ao contrário, dar um gás na carreira em prol de uma vida confortável e do futuro da prole.

É fundamental que empresas e recrutadores compreendam essas premissas básicas, abram espaço para o diálogo, incentivem as diferenças e convivam bem com elas. Sem subestimar, pressupor ou decidir nada por nós. A ideia é aprendermos juntos a avançar. Seja pelo amor, pela dor ou pela inteligência.

O que significa uma criança falar que você está grávida?

O que é gravidez psicológica? – A gravidez psicológica é um distúrbio psicológico, Quando acometida por essa síndrome, a mulher tem plena convicção de que está esperando um bebê e começa a sentir os sintomas de uma gestação. Durante a pseudociese, o cérebro é levado a acreditar que há uma criança sendo gerada no útero.

Onde fica o bebê na barriga da mãe?

O desenvolvimento do bebê e os cuidados que ele merece De Onde Vem Os BebS Todo bebê precisa de cuidados e carinho Assim que é concebido, o bebê é apenas uma pequena célula que vai crescendo até ficar com o formato de um grão de feijão. Aos poucos, a criança vai sendo formada : surge o sistema nervoso, circulatório, digestório e respiratório; aparecem as orelhas e os olhos, os membros vão surgindo, e os ossos e as cartilagens passam a ser formados. De Onde Vem Os BebS Quando o feto tem cerca de dois meses, os aparelhos genitais passam a se desenvolver, podendo ser vistos no ultrassom quando ele tiver três meses de idade. Aos quatro meses, o futuro bebê já tem a face bem formada. Algum tempo depois, ele passa a crescer rapidamente, e em breve deverá nascer.

Após o nascimento, os cuidados devem aumentar, pois não se pode tratar um bebê de qualquer jeito. Bebês são muito delicados! Nessa fase, o crânio da criança tem uma parte sem ossos, chamada de moleira. Essa abertura será fechada no primeiro ano de vida, mas os pais e os irmãos devem ter cuidado, protegendo sempre a cabeça do bebê.

As pessoas que cuidam do bebê devem também garantir seu estado de higiene, trocando suas fraldas com frequência, para evitar as assaduras. Além disso, não podem deixar de dar banhos e vestir roupas frescas se estiver calor, ou agasalhos se estiver frio. Para a alimentação, a mãe deve oferecer o seio, para ele se alimentar do leite ali produzido. E nada de ficar dando outras comidas, pois ele não está acostumado. A mãe deve seguir as orientações do pediatra. O estado de saúde do bebê será mais bem protegido com a vacinação.

Em que parte do corpo da mãe o futuro bebê cresce e se desenvolve?

E qual a função da placenta? – Que a placenta é essencial no processo de gestação de um bebê, você já sabe. Mas quais são exatamente as funções que ela desempenha que fazem esse órgão tão especial assim? A placenta possui duas funções principais: atuar como meio para troca de fluídos entre a mãe e o bebê e funcionar como uma camada protetora para o feto.

Meio para troca de fluidos entre mãe e bebê

O pequeno ser que cresce e se desenvolve na barriga da futura mãe durante as 40 semanas de gestação precisa se alimentar. Isso porque ele necessita obter nutrientes para que o seu crescimento ocorra adequadamente. Mas não é só de alimento que esse ser precisa: ele também necessita de oxigênio, proteínas, glicose, anticorpos e hormônios.

E é aí que entra a placenta. É por meio dela que essas substâncias são transmitidas da mamãe para o bebê, mais especificamente do sangue materno para o sangue do embrião. Além disso, existe ainda a transmissão bebê-mãe: o gás carbônico e as excretas eliminadas pelo embrião são direcionadas para a mãe via placenta.

Resumindo: a placenta agrega simultaneamente várias funções, permitindo que o embrião realize trabalhos de alimentação, respiração e digestão. Já deu para perceber que ela funciona como um verdadeiro caminho por meio do qual ocorre troca de fluidos da mãe para o bebê e vice-versa, não é mesmo? E é justamente pelo fato da placenta exercer um papel tão importante durante a gestação que problemas ocasionados nessa estrutura, como o descolamento, são ocorrências preocupantes e que requerem acompanhamento médico adequado.

Importante camada protetora para o bebê

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a placenta não envolve o bebê. Na verdade, o que envolve o bebê é a bolsa d’água. A bolsa d’água é uma membrana preenchida por líquido amniótico que acaba funcionando uma verdadeira “piscina”, e é ali que o bebê fica totalmente submerso.

Já a placenta, por sua vez, forma uma espécie de camada protetora – como se fosse um verdadeiro ninho – a partir da qual o embrião cresce e se desenvolve. Infelizmente, essa camada não consegue fornecer uma proteção completa: alguns tipos de vírus, como o da sífilis ou o da rubéola, e outros elementos, como medicamentos, álcool e tabaco conseguem transpor essa barreira chegando até o bebê.

Por isso mesmo, é indispensável que a gestante permaneça atenta a que tipo de medicamentos vai ingerir durante a gestação. Também é prudente, portanto, evitar o consumo de álcool e o fumo; afinal, algumas substâncias nocivas podem alcançar o bebê, ultrapassando a barreira da placenta.